quinta-feira, 29 de março de 2012

A primavera dos 99% chega aos Estados Unidos

Via Revista Fórum

 Ação promovida por diversas organizações quer mobilizar 100 mil pessoas do dia 9 a 15 de abril inspirada no Occupy Wall Street

O Occupy Wall Street continua vivo. Esse é o recado do norte-americano Stephen Lerner, do Sindicato Internacional dos Trabalhadores no Setor de Serviços (SEIU) e um dos líderes das ocupações que trouxeram ao mundo a ideia dos 99% contra os 1%. Após seis meses do início do movimento, organizações preparam uma ação de treinamento entre os dias 9 e 15 de abril, que vai envolver 100 mil pessoas. Segundo o ativista, “o Occupy está começando a florescer novamente”.


Lerner, que está no Brasil, onde participa de atividade no Sindicato dos Bancários de São Paulo e Região, explicou que a crise em seu país, com pessoas perdendo suas casas e seus empregos, tem levado à aproximação da população com o movimento. “As pessoas que perderam suas casas há meses estão voltando para as residências vazias, dizendo que a ação dos bancos é ilegal e criminosa”, diz ele.

Ainda de acordo com o ativista, além dos despejos, a dívida dos estudantes norte-americanos vai completar US$ 1 trilhão, em 25 de abril, quando também deverá haver mobilização. “O movimento está tentando entender como os mundos on line e off line trabalham juntos”, afirma. O objetivo, diz Lerener, é desafiar “o poder das empresas de Wall Street, cuja riqueza é maior que continentes inteiros.”

Esse é o debate, segundo Lerner, que tem atraído a população. “Os americanos acreditavam que o capitalismo não ia terminar nunca, o Occupy abriu uma porta [para o debate] e os bancos estão tentando fechá-la novamente”, destaca. “Muitas pessoas estão questionando coisas, que antes eram inquestionáveis.” Entre as questões, está qual é o poder de Wall Street, o 1% que acaba financiando a campanha eleitoral, tanto de republicanos, como de democratas.

Para Lerner, o sistema político norte-americano não é tão simples de ser mudado. Ele acredita que se o Occupy tivesse nascido em 2008, quando Obama foi eleito, e não em 2011, “o país seria bem diferente”. 

 

 

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