Ação promovida por diversas organizações quer mobilizar 100 mil pessoas do dia 9 a 15 de abril inspirada no Occupy Wall Street
O Occupy Wall Street
continua vivo. Esse é o recado do norte-americano Stephen Lerner, do
Sindicato Internacional dos Trabalhadores no Setor de Serviços (SEIU) e
um dos líderes das ocupações que trouxeram ao mundo a ideia dos 99%
contra os 1%. Após seis meses do início do movimento, organizações
preparam uma ação de treinamento entre os dias 9 e 15 de abril, que vai
envolver 100 mil pessoas. Segundo o ativista, “o Occupy está começando a
florescer novamente”.
Lerner, que está no
Brasil, onde participa de atividade no Sindicato dos Bancários de São
Paulo e Região, explicou que a crise em seu país, com pessoas perdendo
suas casas e seus empregos, tem levado à aproximação da população com o
movimento. “As pessoas que perderam suas casas há meses estão voltando
para as residências vazias, dizendo que a ação dos bancos é ilegal e
criminosa”, diz ele.
Ainda de acordo com o
ativista, além dos despejos, a dívida dos estudantes norte-americanos
vai completar US$ 1 trilhão, em 25 de abril, quando também deverá haver
mobilização. “O movimento está tentando entender como os mundos on line e off line
trabalham juntos”, afirma. O objetivo, diz Lerener, é desafiar “o poder
das empresas de Wall Street, cuja riqueza é maior que continentes
inteiros.”
Esse é o debate, segundo
Lerner, que tem atraído a população. “Os americanos acreditavam que o
capitalismo não ia terminar nunca, o Occupy abriu uma porta [para o debate]
e os bancos estão tentando fechá-la novamente”, destaca. “Muitas
pessoas estão questionando coisas, que antes eram inquestionáveis.”
Entre as questões, está qual é o poder de Wall Street, o 1% que acaba
financiando a campanha eleitoral, tanto de republicanos, como de
democratas.
Para Lerner, o sistema
político norte-americano não é tão simples de ser mudado. Ele acredita
que se o Occupy tivesse nascido em 2008, quando Obama foi eleito, e não
em 2011, “o país seria bem diferente”.
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