sábado, 12 de março de 2011

De tsunamis e flores



 Há pouco mais de um mês eu fiz uma proposta a Rita, mas que vínhamos adiando por mera displicência.

A proposta consistia em comprar  flores para duas senhoras, nossas vizinhas, em retribuição ao gesto que elas tiveram às vésperas da Gigi viajar para São Paulo: elas preparam uma pequena festinha com bolo, brigadeiros e tudo o mais, convidaram as outras crianças do prédio e a que mora bem em frente a nós cedeu sua casa para a reunião. Para mim foi um gesto muito carinhoso e que precisava de algum jeito ser retribuído e de preferência de um jeito que não fosse só em palavras.

Hoje pela manhã finalmente compramos as flores. Foram dois maços de flores do campo lilases e brancas, que dividimos em três partes, uma delas para nós mesmos.

Preparamos então dois buques e fomos entregar as nossas vizinhas. Pessoal, era de se ver o sorriso delas.  Valeu  a pena não somente pela imagem daqueles sorrisos sinceros, por que de surpresa. Mas dentro de nós ficou declarado de forma definitiva o reconhecimento daquele bonito gesto que fizeram anteriormente por nós.

E conto tudo isso por que nestes dias temos visto essa tristeza toda que acontece no Japão. E fico pensando nas vidas interrompidas, nos projetos adiados. E nas palavras que não foram ditas e nos gestos que não foram agradecidos. 

Bom mesmo é não adiar de jeito nenhum os gestos de carinho, a visão prazerosa de um sorriso . Por que  amanhã ou depois pode vir  um tsunami e revirar nossas vidas. E a ultima coisa que eu quero fazer é ir embora dessa vida sem dizer obrigado a quem me fez algum bem.

Fiquem em paz,

Jonas