terça-feira, 23 de outubro de 2012

Já vimos isso na Alemanha nazista.


E foi lendo o irretocável texto de Ramatis Jacino  professor, mestre e doutorando em História Econômica pela USP, no Viomundo , ( leiam por favor ), que eu lembrei dos campos de exterminio nazistas. 

Como todos sabem uma parte do requinte de crueldade e infamante praticado por Hitler e seus generais, consistia em “nomear” judeus para vigiar outros judeus nos campos de exterminio. E aqueles “nomeados” se sentiam privilegiados e julgavam que eles não teriam o mesmo fim que seus patrícios. Colaboravam mansamente com os nazistas, fazendo muitas vezes o humilhante papel de bobos da corte, executando tarefas impensáveis como arrancar dentes de ouro dos mortos ou, ainda pior, organizar as filas para as camaras de gás.

Seria bom  que o ministro  Joaquim  Barbosa lesse o texto  citado e fizesse uma profunda reflexão. O que o professor Ramatis projeta não é descabido se pensarmos no que houve na Alemanha de Hitler e em outros momentos da História. É bastante razoável imaginar que a elite brasileira resolveu “nomear”  o douto ministro para destruir aqueles com quem este deveria ter uma identidade original, supondo que, dada justamente a origem do julgador se daria mais valor e ares de justas as suas acusações.

E tudo isso pode nos levar a compreensão do porque de tamanha sanha condenatória contra dirigentes petistas e, por via indireta ao ex-presidente Lula, o qual nunca deveria ter cometido a ousadia de resgatar a dignidade e a humanidade de tantos milhões de brasileiros. Joaquim Barbosa neste momento sente-se igual 
- quem sabe superior - àqueles que desde sempre o condenaram aos porões. Pode ser que pela cabeça do togado ministro seja bem real a sensação do seu "branqueamento". Ainda o veremos neste proximo domingo sendo ovacionado na seção eleitoral em que votará, deixando-se fotografar ao lado de crianças ouvindo e dizendo frases de efeito, contra aqueles que justamente o ajudaram a " chegar lá". Condenando e judicializando a politica de uma maneira geral, base legitima da democracia. 
Lula e toda a população brasileira simpática aos projetos petistas se tornaram criminosos, o PT virou um bando de centenas de milhares de ladrões, que cometeram e ainda cometem o erro de tentar tornar a cidadania algo possivel de ser praticado fora dos discursos proferidos por parte dos colegas de Joaquim Barbosa estimulados e alentados por este ultimo. 

Todas as coisas estapafúrdias ditas no plenário do STF nesses dois últimos meses guardam muita semelhança com as teorias maquiavélicas daqueles que acreditam que uma mentira repetida mil vezes se tornam verdade. Para além de serem verdadeiras as conclusões de uma parte dos ministros do STF, em que pese serem realmente culpados de graves crimes aqueles individuos julgados na AP 470 não cabem de forma nenhuma aos julgadores as ironias, as encenações e as lustrações de ego que assistimos durante todo o dito julgamento. Serenidade deveria ser o componente preponderante nestes atos, mas o que se viu foi um " se vira nos trinta" ou um "quem fica em pé" sofrivel e mal ajambrado - como se o originais também não fossem - espetáculo estranhamente coincidente no tempo com as eleições, essa sim a pratica fundamental para a sustentação da democracia. Mancharam e deram um cunho justiceiro para as eleições. Convocaram a população de maneira descarada para recolocar no poder aqueles que dele foram defesnetrados por incompetencia e usurpação da cidadania. Isso é grave.