terça-feira, 29 de março de 2011

Goleiros e caminhoneiros

Duas noticias deste fim de semana e que pode ser que não tenham nada a ver entre sí, mas vale a pena serem comentadas.


A primeira noticia é sobre a façanha do goleiro Rogério Ceni que é agora proprietário de titulo inédito e que dificilmente vai ser tomado dele: o único goleiro do mundo a fazer 100 gols. Um tanto contraditória essa conquista de Rogério Ceni pois aos goleiros cabem evitar gols e não fazê-los. Mas reconheçamos a conquista desse moço e o cumprimentemos.


E o que se vê de especial nessa marca é que ela reflete antes de tudo dedicação, empenho, persistência e compromisso com o trabalho. Rogério Ceni pode ser tomado como exemplo de atleta dedicado. De personalidade discreta, dele não se lê o nome fora das páginas de esporte, ou seja, no que se refere à sua figura publica tudo que se sabe dele é que é um bom atleta.


Diante de tantos Imperadores, Soberanos, Reis, Fenômenos e Galáticos em geral, desta e de outras terras futebolísticas é bom ver que um atleta que não tem nenhum superlativo ou adjetivo junto de seu nome tenha alcançado um feito que será mencionado sempre que se contar histórias de goleiros pelo mundo afora.

E a outra noticia do fim de semana trata de caminhoneiros de estrada e o consumo de drogas. Não é de hoje que se sabe que caminhoneiros em geral são submetidos à uma pressão enorme para cumprir prazos e metas. É preciso reconhecer que dirigir caminhões ou ônibus por ai é uma função estressante e que em termos de risco penso que pode ser equiparada à de policiais ou dos profissionais de aviação mas nem por isto os primeiros tem a mesma carga horária privilegiada que têm os segundos.

Com os tais dos GPS´s, radares e satélites os caminhoneiros são vigiados 24 horas por dia estejam onde estiverem, e isso por si só já bastaria para estressar qualquer um, mas some-se ainda a presença do perigo constante em cada curva de uma estrada, o cansaço físico pelo exercício da atividade e ainda mais o risco de assaltos. 

Não estou justificando e nem procurando desculpas para defender o uso de drogas de qualquer tipo - legais ou não - que motoristas ingerem para suportar as tarefas que deles se esperam. Estou dizendo que já passou da hora de se pensar em algum tipo de controle da carga horária desses profissionais e acima de tudo que ele as cumpram e que sejam punidos se assim não fizerem. Em meio a tanta tecnologia disponível já deve ser possível que tanto os empregadores quanto a fiscalização trabalhista e policial possam aferir o período de trabalho e de descanso desses motoristas. E que tanto um período quanto o outro sejam adequados às condições humanas razoáveis assim como o são em tantas outras atividades.

E encerro dizendo que o que estas duas noticias tem em comum para mim é me despertar o saudosismo. Lembro que na minha infância - êêêê nem faz tanto tempo assim, vai - os caminhoneiros eram chamados 
"irmãos da estrada" e quando rodávamos por ai em velhos Chevrolets e Vemaguetes meu  pai e nós todos sabíamos que podíamos contar com a ajuda desse profissionais - que pintavam frases nos para choques de seus FeNeMês -  para quase tudo: desde socorro mecânico passando por dicas sobre condições das estradas e de bons lugares pra almoçar.

E tínhamos os Garrinchas e Pelés, e o Desafio ao Galo na Record aos domingos pela manhã, tempos em que os jogadores de futebol jogavam antes e passavam no caixa depois.

Mas vieram a tal da globalização, as necessidades do mercado, as metas de produção, o marketing, e a excessiva necessidade de consumir. que passaram como um rolo compressor em cima do prazer de viajar por uma estrada sabendo que se precisar de ajuda, tem. E da alegria sincera de festejar a vitoria do time em um tempo que a marca mais importante da camisa era o escudo que ela ostentava e não a da Nike , ou da Adidas, ou.....

Fiquem em paz

Jonas

                      Copiado de: http://www.releituras.com/festrada_imp.asp

domingo, 27 de março de 2011

Musicas para o domingo 270311

































E para a seção Antologia Musical duas músicas do mesmo album. Album que é por sí só antologico dado que não tem nome e ficou conhecido como o Album Branco. Mas já ouvi algumas pessoas chamando-o de
"Olho de Boi" dos Beatles. 

A primeira faixa do album duplo é Back In The U.S.S.R e diz a história que foi escrita como uma observação ironica sobre o comentários de norte-americanos que, estando na Russia, viviam dizendo que tinham vontade de voltar aos EUA. E os Beatles nos colocam então em uma viagem ao contrário.

Depois tem Yer Blues, homenagem de John aos musicos que faziam blues britanico. A musica e a letra são tão poderosas quanto o vocal de John - e a guitarra rascante de George e a linha de bateria com pulso firme de Ringo.

Fiquem em paz

Jonas



quinta-feira, 24 de março de 2011

Democrata? Eu?!

Democracia não deveria ser apenas a definição de um regime político, mas antes de tudo um estado de espírito.

O mundo já assistiu experiências desastrosas demais cometidas em nome da democracia. Muitos países ditos democráticos cometem, em nome da democracia, despautérios semelhantes aos da Idade Média período em que a Igreja Católica invadia, oprimia e matava em nome de Deus.

O exemplo mais gritante dos dias atuais acontece no Grande Irmão do Norte,também conhecido como a maior democracia do mundo, e cujo presidente recebeu o Premio Nobel da Paz mas que atualmente guerreia em três países diferentes em nome da preservação da dita democracia. E existe uma lista enorme de democracias espalhadas pelo mundo que não hesitam em reprimir, proibir, submeter e matar a depender dos interesses de A ou B.

Ao que parece democracia para muitos pode ser traduzida como algo que termina exatamente onde os interesses se confrontam. E é bom que se entenda que interesses nesse caso não passam nem de perto pela pessoa humana. Os interesses que se confrontam giram sempre em torno de coisas que não são do espírito humano e sequer pertencem ao bem estar ou a plenitude da vida de pessoas.

A verdade é que aos poucos se cria uma escala do exercício democrático que funciona mais ou menos assim: primeiro minha casa, depois minha rua, depois meu bairro, depois minha cidade, meu estado e meu país. E nesse exercício de micro-defesas  nunca se contempla a humanidade em toda a totalidade.

Talvez meus filhos espantem-se com o que eu vou dizer agora, mas confio em que eles serão generosos os suficiente para refletirem junto comigo. 

Sempre me perguntei por que eu sou levado a amar e proteger meus filhos antes das outras pessoas, pois pode ser que em nome de proteção aos meus filhos eu acabe cometendo coisas impensáveis. Por que eu sou levado a distinguir meu filho de todos os demais seres humanos. Ser filho é uma virtude? Um predicado raro? O fato de o meu filho ser meu filho torna-o uma pessoa extraordinária? Ou o meu filho é meu filho somente por uma lei biológica e em tudo mais ele é um ser humano como todos os demais? Todos os seres humanos não são filhos de alguém?

Esses amores classificados assim em ordem de importância  acabam estabelecendo os territórios pelos quais se faz qualquer coisa. E junto surgem as ideologias que não contemplam nunca os indivíduos, apenas sustentam um modelo que fracassará sempre pois não é apoiado na defesa  da humanidade.

A democracia deveria ser um estado de espírito assim todos pensariam antes de tudo em permitir o acesso irrestrito às riquezas naturais - pelo menos - para todos os indivíduos. A única e indispensável condição para viver a vida em abundancia deveria ser apenas a comprovação de que se é humano e não a certidão de nascimento.

Soa utópico certamente imaginar que no mundo não deveriam existir palavras que representem posse como fronteiras, governos, bandeiras, e tudo o mais.

Mas mais utópico ainda é imaginar que um dia os governos das grandes potencias, atuais e das que ainda estão por vir, encaminharão soluções que resolvam definitivamente as grandes e graves aflições humanas. Não irão. Por que permanecerão para sempre pensando em micro-defesas e nunca em macro-solidariedade.

Fiquem em paz,

Jonas

domingo, 20 de março de 2011

Fazer o que Jesus faria?


Uma vez alguém me deu uma dica de como proceder na hora de tomar uma dessas decisões que muitas vezes nos deixam inseguros e não sabemos que caminho tomar. Disse-me a pessoa: pergunte-se sobre como Jesus agiria, e então faça a mesma coisa.

Isso dito assim sempre me pareceu muito pretensioso, dado que se sequer sei o que pensam meus semelhantes, que dirá saber o que Jesus, uma divindade, pensa., embora ao mesmo tempo seja impossível não reconhecer que Jesus nos deixou tantos ensinamentos que ao menos um deles fará referencia àquilo que nos aflige em dado momento.

E aconteceu que mais tarde eu tomei conhecimento de duas poesias de autores declaradamente ateus – Saramago e F Pessoa -, e pareceu abrir-se em mim o caminho para compreender a tal dica de tentar agir como Jesus agiria.

Saramago em seu "Um capitulo pra o Evangelho" nos revela um Jesus tanto Deus quanto homem, um ser completo, tal e qual todos nós desejamos ser e viver.  E Fernando Pessoa faz a mesma coisa em "Num meio-dia de primavera" ao nos mostrar um Deus menino tão menino quanto todos nós queremos ser.

Para surpresa minha estes dois ateus souberam descrever com sabedoria e poesia um Jesus tão generoso e amoroso quanto eu jamais tinha ouvido falar. De repente quem eu via apenas como Deus, passei a ver também como menino e homem e de tal forma que a impressão que tenho é de que, sim, eu posso falar com ele, perguntar-lhe sobre minhas coisas
 
Para esse Jesus quero perguntar uma porção de coisas entre elas é quando chegará o dia em que não nos envergonharemos das nossas limitações, das nossas imperfeições humanas. Quando é que aprenderemos a perdoar-nos a nós mesmos sem culpar a ninguém pelos nossos erros. Quando é que assumiremos com humildade nossa ignorância sobre o outro e por isso mesmo podermos dar a ele a oportunidade do reinicio.

E quando virá, enfim, o dia em que a direção de nosso olhar será para onde aponta o dedo daquele menino.

Fiquem em paz,

Jonas

Musicas para o domingo 190311



















E na Galeria De Obras Primas de novo dois videos.

O primeiro contém Help, do album do mesmo nome gravado em 1965. Esta é umas das primeiras letras dos Beatles a não contar uma historinha de "garoto-encontra-a-garota/garoto-perde-a-garota". É uma verdadeira súplica de John por ajuda. Posteriormente ele diria: "Eu realmente quis dizer aquilo... O pedido de socorro era verdadeiro".

No segundo ouve-se She´s Leaving Home, do album Sgt Peppers - de 1967- que é considerado o divisor de águas da música Beatle e é tido até hoje como o melhor album de rock de todos os tempos, segundo a revista Rolling Stone.Essa é uma outra balada clássica da dupla Lennon&McCartney. Trata-se de uma triste observação social sobre uma garota que foge de casa e de tudo o que o dinheiro pode comprar, por sentir falta de amor e atenção em sua vida. Paul afirmou que foi inspirado por um artigo de jornal, que o fez pensar na mesma solidão que permeia "Eleanor Rigby".

Fiquem em paz,

Jonas



quarta-feira, 16 de março de 2011

Um brinde às lembranças

Video que descobri no Blog DoLaDoDeLá  e que me deu vontade de dividir com voces.

E a primeira coisa que me ocorreu enquanto eu o assistia é que vivamos a vida de tal forma que quando as lembranças e as visões do passado vierem nos sacudir, não tenhamos medo de ir fundo, bem no fundo, de cada uma delas e que na volta, felizes, possamos erguer um brinde por tudo que fizemos, tudo que vivemos e por todos aqueles que amamos.

Fiquem em paz.

Jonas

terça-feira, 15 de março de 2011

Destino: sim ou não?



Deu no Portal R7: "Cidade no Japão 'parece set de filme catástrofe', conta repórter brasileiro"  Me desculpe senhor repórter brasileiro mas aquilo não parece, aquilo É uma catástrofe.
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Estive lendo lá no Balaio do Kotscho     um artigo a respeito do salvamento de um senhor de 60 anos de idade e que foi encontrado, vivo evidentemente, boiando em alto mar, agarrado aos destroços de sua cidade arrastada pelo tsunami que varreu uma parte do litoral japonês.

E por conta disso, e diante das manifestações de fé religiosa ou de ateísmo e as atribuições ao divino ou ao destino por tudo que está ocorrendo, nosso caro Kotscho propõe que seus leitores comentem e exponham suas conclusões sobre as razões de uns terem sido salvos e outros não daquela tragédia que vem acontecendo no Japão desde sexta feira passada.

Acredito que nada nessa vida possa ser destacado pontualmente de dentro da Historia. Quero dizer que vivemos um emaranhado de ações e reações, estamos enredados em uma complexa teia que mistura atitudes nossas e a harmonia da criação. Vejamos, por exemplo, os próprios casos do terremoto e maremoto havido lá no Japão e, embora possam ser ditos com exatidão o dia e a hora em que aconteceram, devemos lembrar que esses eventos não "nasceram" naquele dia e naquela hora. Devido a formação geológica de nosso planeta esses eventos começaram a "nascer", quem sabe, há bilhões de anos atrás.

E assim é com tudo que existe no reino animal, vegetal e mineral. Eu acho que nada está sendo feito agora. Tudo vem sendo construído e modificado ao longo de um tempo impossível de ser estabelecido. Embora na minha certidão de nascimento conste dia e hora em que eu nasci, na verdade foi por causa da existência do meus pais que eu nasci. E estes nasceram por causa dos pais deles, e antes destes houve a existência dos pais dos pais dos pais... e isso não tem fim. Ou melhor, talvez haja sim um fim e que será no dia em que descobrirem o primeiro homem e a primeira mulher, se é que existiram, e nesse dia vamos saber o real significado de dizer “somos todos irmãos". E, se for assim mesmo, o que vai acontecer comigo daqui um pouco já está determinado, embora não se possa precisar.

Ao dizer essas coisas assim eu posso passar a impressão de que não tenho fé no divino, no místico. Não é bem assim. Uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa. Haverá sempre um momento em nossas vidas que, mesmo que se possa racionalizar quase tudo, estaremos diante do que nos impressiona justamente pela impossibilidade de ser explicado. Sempre chegará o dia da famosa pergunta que-é-que-eu-estou-fazendo-aqui? ou então será-que-eu-mereço-isso-que-está-acontecendo?

Creio de verdade em alguma inteligência divina que, a depender da denominação religiosa, tem vários nomes. Sempre dou graças pela vida, embora tenha momentos em que a vida nos pareça inimiga. E sendo assim pode ser que exista mesmo um Grande Plano para todos nós mas que é supervisionado e alterado todos os dias a depender do humor e da boa vontade do divino.

Essa espécie de roleta da vida que é jogada nas tragédias como essa do Japão nos chama sempre atenção pela quantidade enorme de vidas interrompidas de uma vez só e pelas outras poucas que são salvas aparentemente pelo acaso. Mas a verdade é que todo os dias muitas vidas se acabam por ai de uma porção de jeitos e tantas outras permanecem intactas nessa aventura que é viver. E nós nem percebemos.

Por mim sempre reservo um espaço para o místico e para a religiosidade que é inerente a todos nós, creio eu. 

Gosto de rezar o Santo Anjo todas as vezes que saímos de casa. Gosto ainda mais quanto nós o rezamos junto com a Gigi. 

Gosto de pensar que tenho uma alma e que ela se desprende de meu corpo toda vez que durmo e sai por ai se divertindo conhecendo lugares e outras almas, e já estou ficando quase certo que é essa minha alma viajante que dá mais sabor a minha vida. Eu já falei sobre isso aqui.

Gosto de ouvir alguém me dizer: vai com Deus! E, claro, sempre respondo: fique com Deus!

E às vezes quero mesmo acreditar que quando eu morrer vou encontrar em algum canto com todos aqueles que amei e que já se foram, e então ficaremos juntos esperando aqueles que estarão ainda por chegar. Vai ser uma festa.

Fiquem em paz

Jonas
.

domingo, 13 de março de 2011

Musicas para o domingo 130311





















E na seção O Sonho Não Acabou, dois videos:

O primeiro é Strawberry Fields Forever do album Magical Mistery Tour de 1967. Com essa música Lennon imortalizou um orfanato de nome Strawberry Field em Liverpoool proximo a Penny Lane.  Me lembrei muito dessa música no dia da morte de John. Para mim naqueles dias essa música soava como um convite do próprio John para que o seguissemos numa viagem psicodelica e sem nenhum sentido. Como sem sentido foi o assassinato dele.

O segundo é Tomorrow Never Knows, e que faz parte do Revolver. Representa um avanço muito rápido da linha musical que os genios pretendiam seguir e que foi iniciada em Rubber Soul apenas oito meses antes. Alguns trechos dessa música foram tirados do Livro tibetano dos mortos e foi um dos experimentos de mais sucesso naquela época. Tanto a música como a letra - um trecho da música diz: "listen the colours of your dreams - ouça as cores de seus sonhos " antecipam o surgimento do psicodelismo. O titulo da música é de Ringo mas não aparece na letra e o solo de guitarra foi gravado de trás pra frente.


 

sábado, 12 de março de 2011

De tsunamis e flores



 Há pouco mais de um mês eu fiz uma proposta a Rita, mas que vínhamos adiando por mera displicência.

A proposta consistia em comprar  flores para duas senhoras, nossas vizinhas, em retribuição ao gesto que elas tiveram às vésperas da Gigi viajar para São Paulo: elas preparam uma pequena festinha com bolo, brigadeiros e tudo o mais, convidaram as outras crianças do prédio e a que mora bem em frente a nós cedeu sua casa para a reunião. Para mim foi um gesto muito carinhoso e que precisava de algum jeito ser retribuído e de preferência de um jeito que não fosse só em palavras.

Hoje pela manhã finalmente compramos as flores. Foram dois maços de flores do campo lilases e brancas, que dividimos em três partes, uma delas para nós mesmos.

Preparamos então dois buques e fomos entregar as nossas vizinhas. Pessoal, era de se ver o sorriso delas.  Valeu  a pena não somente pela imagem daqueles sorrisos sinceros, por que de surpresa. Mas dentro de nós ficou declarado de forma definitiva o reconhecimento daquele bonito gesto que fizeram anteriormente por nós.

E conto tudo isso por que nestes dias temos visto essa tristeza toda que acontece no Japão. E fico pensando nas vidas interrompidas, nos projetos adiados. E nas palavras que não foram ditas e nos gestos que não foram agradecidos. 

Bom mesmo é não adiar de jeito nenhum os gestos de carinho, a visão prazerosa de um sorriso . Por que  amanhã ou depois pode vir  um tsunami e revirar nossas vidas. E a ultima coisa que eu quero fazer é ir embora dessa vida sem dizer obrigado a quem me fez algum bem.

Fiquem em paz,

Jonas

quarta-feira, 9 de março de 2011

Vozes no deserto: André Lux e Sonia Amorim

Melhor falar de tudo um pouco, Todos nós desafinamos , Mocinhos e bandidos, A banda do sargento Jotagebece e o clube dos tuiteros solitários, Das relevancias, Vivamos e deixemos viver   

Todos esse links ai em cima levam às publicações que fiz nos últimos dias e todas batem praticamente na mesma tecla: apesar dos novos modelos e conceitos de convivência política, apesar dos discursos igualitários, há uma nítida tendência de repetir-se entre os blogueiros a mesma coisa que aconteceu nas outras mídias tradicionais, que é o nascimento de blocos homogêneos quanto às preferências ideológicas e culturais e que acabarão isolando os que deles divergem, formando uma ditadura internética que pretende criar um segundo pensamento único.

Nessas publicações que cito ai em cima cometi o pecado da excessiva sutileza contando com o já conhecido ditado que diz que para bom entendedor meia palavra basta. Ou pode ser que eu não tenha sido competente em dizer de modo claro essa minha impressão. Ou por fim quem sabe se por receio de ferir suscetibilidades acabei deixando por menos essa coisa que me atazana que é a sensação de que sou uma voz no deserto.

Assim como dizemos a respeito dos jornalões, revistonas e tevezonas que parecem seguir uma pauta ditada pela imprensa do Grande Irmão do Norte, a mim me parece que na parte da blogosfera habitada pelos ditos blogueiros progressistas e que chamaram-se de sujos a época das últimas eleições também existe o seguimento se não a uma determinada pauta mas ao menos a cópia de um único estilo de manifestação especialmente sobre a política nacional que consiste em replicar as publicações de meia dúzia de sítios que dizem todos exatamente a mesma coisa. Fica parecendo algo como assistir aos telejornais televisivos: todos transmitem as mesmas noticias e dão as mesmas informações.

Essa meia dúzia que é replicada foi incensada por seus seguidores talvez em razão de sua contundente militância em favor do projeto de Lula e Dilma. Essa meia dúzia teve altares erigidos cujos alicerces são compostos pela entrevista com Lula, pelas fotos ao lado de Dilma, por conhecimentos anteriores aos fatos do segundo semestre do ano passado, pelas profissões que exercem que lhes permite exercer full time a pratica de escrever em seus sítios e tudo isso recoberto pelas centenas de seguidores conseguidos justamente as custas da excessiva exposição promovida entre essa meia dúzia mesmo.

Sustentada por esse altar a meia dúzia trata com ironia excessiva, com exagero verbal, com palavrões, e muitas vezes de maneira infundada todos os assuntos da política - e vejam bem: somente da política - brasileira. Política tornou-se uma espécie de oxigênio para a blogosfera. Parece que o país não precisa de mais nada que não seja o que pensam e fazem os envolvidos em política.

Isso chama-se desinformar, fomentar pensamentos belicosos e acirrar a animosidade contra tudo aquilo que a meia dúzia não gosta.

Eu também fui contundente na defesa do projeto de Lula e Dilma. Aliás defendo o projeto petista desde sua nascente em S Bernardo. Eu também soube discernir em muitos momentos o que foi pura politicagem e o que foi discurso e esforço honesto. Eu também repliquei noticias e informações de vários cantos - tenho toda a lista dos "sujos" em meus favoritos -  e que eu julguei, naquela hora, algo importante de mais gente conhecer. Mas nesse momento sou um desprivilegiado geográfico e não posso sentar-se a mesa de botecos paulistanos para erguer brindes à vitória da militância dessa meia dúzia.

Sendo assim estou bem longe de conseguir minha primeira centena de seguidores, talvez eu nem consiga, mas gosto de olhar para meus generosos e pacientes leitores como seres humanos e confesso que hesito muitas em abrir em profundidade o que penso para não passar a impressão que de mim deve emanar luz sobre toda a escuridão da ignorância humana. Prefiro ao contrário colocar um pouco de poesia e romantismo nessa conversa toda, pois acho que esse pode ser um bom caminho para o definitivo entendimento entre as pessoas e não dos modelos que elas gerenciam.

Prefiro convidar meus generosos e pacientes leitores a refletirem com um tantinho mais de humanidade e sem nada de raiva e ironia a respeito dos contratempos, circunstancias crenças e comportamentos das pessoas.

E estou escrevendo tudo isso por que ouvi ecos de minha voz no deserto vindo lá dos lados de dois blogs: um é o Tudo Em Cima do André Lux e o outro é o Abra a Boca, Cidadão! da Sonia Amorim e que souberam com muito mais competência que eu escrever sobre essa triste realidade que parece desenhar-se no horizonte, mas que ainda dá tempo de transformá-la.

E como já é praxe aqui no Saúva faço conexão com quase tudo que escrevo com alguma música que quase invariavelmente é do repertório daqueles moços lá de Liverpool.

Fiquem em paz,
Jonas


segunda-feira, 7 de março de 2011

Inacreditáveis teorias

Existem por ai muitas teorias de conspiração. Vejam por exemplo essa lista que encontrei hoje que, por ser recheada de devaneios tão descabidos, não pode ser levada a sério.

Mas existem outras teorias que vão sendo montadas ao longo do tempo, recebendo a cada dia mais um detalhe que aos poucos vão dando ares de verdade e, a respeito delas, as discussões parecem não ter fim.

Encontrei hoje uma que eu não conhecia. Se você ler aqui poderá ficar sabendo que Lennon fez um pacto com aquele-que-não-se-diz-o-nome a fim de que sua banda, The Beatles fosse a mais extraordinária história de sucesso jamais conhecida. E para sustentar essa tese o autor do texto cita em especial a tão polemica teoria de que Paul McCartney teria sido morto em um acidente de moto e a partir de então um sósia teria sido colocado em seu lugar.

Reconheço que o texto está bem escrito e que pode ser tomado como uma boa peça a respeito da história da banda. Mas já que tanto se teoriza e se fala sobre o sucesso dos quatro cabeludos de Liverpool  eu também me julgo no direito de explicar o êxito planetário e já cinqüentenário desses gênios musicais.

Antes quero dizer que julgo a idéia da venda da alma para aquele-que-não-se-diz-o-nome insustentável como explicação do sucesso de quem quer que seja pois, segundo o próprio autor do texto, os Beatles seriam apenas uma banda mediana e igual a tantas outras que existiam naquela época e então eu pergunto: qual a mecânica desse tal contrato que faria com que todos os ouvintes da banda ao redor do mundo gostassem de suas músicas e não as das outras bandas? A cada audição dos moços de Liverpool viria um anjo daquele-que-não-se-diz-o-nome a cochichar no ouvido do vivente, dizendo: esses são bons, esses são bons... e tanto repetiriam até convencer o dono do ouvido a transformar-se em um beatlemaniaco? Não creio...

E mais que isso há que se lembrar que as obras musicais dos Beatles equiparam-se a tantas outras obras produzidas pela genialidade humana não só na área da música e nas artes em geral mas em outras áreas do conhecimento humano. Beethoven e Sabin. Mozart e Bill Gates. Chico Buarque, Michelangelo e Santos Dumont. Todas essas pessoas serão lembradas para sempre por suas contribuições geniais para a humanidade. E não é crível pensar que todos eles e os outros milhares de criadores de obras-primas tenham feito algum tipo de acordo com aquele-que-não-se-diz-o-nome.

Não sou do tipo de beatlemaniaco que vive escarafunchando detalhes técnicos das musicas, ou detalhes da biografia dos Fab4. Já tive a coleção completa dos vinis desses moços, mas que aos poucos se desfez por circunstancias diversas. Depois quando surgiram os CDs tentei refazer a coleção mas também sem sucesso. Hoje tenho toda essa coleção em MP3 mesmo, a remasterizada. Fora isso tenho dois livros: o Anthology que foi livro antes de virar um box de seis dvds, e um livro com a ficha técnica de todos os álbuns beatle lançados no Brasil e no mundo. Esse livro eu consulto vez ou outra para me ajudar a publicar musicas aqui no Saúva. E tenho três camisetas devidamente ornadas com as capas de: O Reis do Iê-Iê-Iê, Rubber Soul e Sargeant Peppers. Aviso importante: não os divinizo. E dessa mesma forma também não poderia demonizá-los.

Essa é toda a minha identificação externa de beatlameniaco. O resto eu tenho no meu coração. Toda a minha identidade com essa - para mim - incrível banda, está em meu coração.

Pois a minha teoria para explicar tudo isso é o amor, muito longe, portanto, daquele-que-não-se-diz-o-nome. Vejo-os, todos os quatro, como grandes amigos, amigos verdadeiros que se amaram muito e que, durante um tempo em suas vidas, conseguiram expressar essa amizade através da música. Pois para fazer música do jeito que eles fizeram precisa ter muito amor. Divergências, ciumeiras, egos, mercantilismo e grana, tudo isso faz parte da convivência e não servem para mim, de modo algum, como elementos para explicar o fim da banda. Acabou por que acabou. E para mim acabou apenas a pessoa jurídica chamada The Beatles. Dentro de mim continua existindo a pessoa amorosa, poética, inspiradora de tantos sonhos e que de uma porção de jeitos serve para me fazer levar a vida. Digo que até agora atravessei algo em torno de 80% de minha vida embalado pela musica desses moços que, digam o que quiserem dizer, despertam em mim todas as vezes que eu as ouço emoções idênticas as que sinto quando algo toca minha alma. É isso: quando ouço suas músicas não “perco meu tempo” a pensar em quem toca a base, ou a guitarra, ou o piano, ou de quem é o vocal. Eu as ouço apenas. E deixo-as penetrarem em minha alma.

Fiquem em paz,

Jonas

" Jude, pegue uma canção ruim e faça-a melhor" 



Diário do carnaval

Dizem por ai que para um homem realizar-se plenamente na vida precisa plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho.

Árvore eu já plantei. Filho também já tive, aliás, tive dois: um e uma. E livro, bem um livro assim como a gente chama de livro nunca escrevi não. Mas tem esse modesto Saúva atualmente com suas 289 páginas e com meus fiéis e pacientes leitores e que pode ser quem sabe, chamado de livro virtual.

Esse ditado sobre a plenitude da vida talvez tenha a ver com as experiências que esses momentos trazem à vida de um homem. E das três situações eu diria que a mais marcante é ter um filho. Tenho até hoje em minhas retinas as horas em que meus filhos nasceram. Talvez com um tantinho de esforço eu possa me lembrar até das palavras ditas naqueles momentos.

Mas apesar de tudo acho essa lista muito curta. Acrescento nela que é necessário conhecer e participar do Carnaval de Pernambuco.

Nunca fui carnavalesco ou folião ou que nome tenham aqueles que curtem a folia - e ainda não sou - portanto não tenho referencias muito concretas para diferenciar o carnaval pernambucano de outros. Mas mesmo não tendo mergulhado por inteiro nas avenidas por aí, meus ouvidos sempre as rodearam. E eu afirmo com certeza: o que meus ouvidos ouviram neste carnaval me faz dizer que a riqueza das letras das musicas daqui, a leveza das marchas, ou mesmo a contundente marcação dos tambores, e o coro alegre de milhares de vozes cantando músicas centenárias, são fácil, fácil daquelas experiências equivalentes aos melhores momentos da vida de um homem.

Estivemos, eu e a Rita, atrás de um bloco organizado pelo SESC na sexta feira a tarde e foi digamos assim um aperitivo do que iríamos ver no sábado de manhã em Olinda.

E de se ver a força que podem ter uma dúzia de pessoas tocando seus instrumentos: conseguem literalmente arrastar milhares de pessoas. Ai embaixo tem os vídeos com as fotos dos dois momentos.

Fiquem em paz,

Jonas



domingo, 6 de março de 2011

Musicas para o domingo 060311













E sendo carnaval,  e ainda sendo o estado de Pernambuco um dos que mais contirbui com essa festa, não se pode deixar de ouvir alguns dos mestres da musica pernambucana.







E completando a seção pernambucana tem o Cordel do Fogo Encantado que eu chamaria de banda musical teatral dada sua caracteristica de não só tocar musicas mas divulgar a literatura de cordel e poetas.



Na seção Beatles Forever tem dois videos. O primeiro é mais um da série "fui eu que fiz" e as fotos são dos amanheceres ( será esse o plural de amanhecer ? ) na praia de Candeias em Jaboatão dos Guararapes. E a música é Yellow Submarine in Pepperland, de Lennon&McCartney, arranjo e execução da orquestra de George Martin, e que faz parte do album Yellow Submarine que é a trilha sonora do desenho de mesmo nome.

O segundo video contém In My Life, do album Rubber Soul , que é o sexto album do Beatles. Foi depois do lançamento desse album que veio a constatação de que suas músicas não poderiam ser reproduzidas em publico, o que fez com que os quatro cabeludos de Liverpool, passassem a se concentrar na produção de discos em estúdio.





Fiquem em paz,

Jonas

sexta-feira, 4 de março de 2011

Melhor falar de tudo um pouco II


Longe de mim querer que todos adotem a atitude de Poliana que com tudo se contentava, tudo era lindo e tudo estava bem. Mas insisto que o contrário disso é tão perturbador quanto. Não é possivel que passemos ao largo do equilibrio das coisas que nos movem através da vida.

Diz-se que a imprensa ( quero lembrar que estou chamando genericamente de imprensa todos aqueles que informam, divulgam coisas, replicam noticias, etc.. seja por que meio for, inclusive emails) pauta-se em apenas informar o que acontece por aí. Certo, isso é uma verdade. Mas não é a verdade inteira haja vista a preferencia em noticiar em primeiro lugar, e parece que unicamente, as coisas negativas de nosso cotidiano. Tudo bem. É compreensivel uma vez que os responsáveis pela divulgação das noticias tanbém são seres humanos e sendo assim agem do mesmo jeito que seus consumidores manifestando uma certa preferencia pelo errado, pelo macabro, pelo negativo, sanguinolento.

Mas de uma vez por todas precisamos lembrar que as noticias são protagonizadas por nós mesmos. Noticias nada mais são que as ocorrencias havidas conosco. Portanto a pauta, mesmo que involutariamente, somos nós que fornecemos. Que tal aproveitar esse fato e começar a provocar pautas mais variadas?

E que tal começar a provocar que se discuta coisas um tanto mais úteis para as nossas vidas, para o mais comezinho do nosso cotidiano?  Exemplos não faltam:

1) Quem ainda não perdeu a paciencia com esses ditos Serviços de Atendimento ao Cliente via telefone que nada mais são que um labirinto de links numéricos embalados por péssimas versões de Pour Elise? Quem ainda não desistiu na metade do caminho e ficou com seu problema sem solução? Não é hora de partirmos pra acabar de vez com esse abuso imposto de cima pra baixo e que na maioria das vezes engolimos mansos como carneirinhos?

2) E quem não se sentiu lesado no balcão da farmacia tendo em mãos uma receita médica indicando tratamento com quantidade de remédio muitissimo menor que as embalagens à venda? E acaba-se pagando por trinta comprimidos quando bastam dez para curar o mal? Por que não começarmos a exigir medicamentos em embalagens menores?

3) No supermercado acontece a mesma coisa. Desde a abolição da venda dos produtos a granel do Armazem do seu Manoel, quantos de nós não vê produtos se deteriorarem na dispensa de casa ou perderem a validade por que somos obrigados a comprar mais do que consumimos? Ou desiste de comprar o que está com vontade por que só existe em embalagens familiares?

4) E como anda o noticiario cultural e de lazer? Tirando o famoso "o que abre e o que fecha nos feriados" divulgado largamente de um monte de jeitos, o que mais nós ficamos sabendo sobre cultura e lazer? Aposto que todo dia tem um livro novo, um cd novo, um filme novo, um show novo, uma exposição cultural nova, um evento de qualquer coisa novo, mas quem informa isso? Somente os sitios e areas especializadas. Mas que tal os telejornais dedicarem uns minutinhos diarios pra divulgar essas coisas? Assim mesmo, de maneira sistematica, fazendo com que desde o vovô até a netinha todos saibam o que está acontecendo na cidade, no estado, no pais e no mundo em termos de cultura.

Naquele espaço habitualmente reservado nos telejornais pra informar sobre o clima em todo canto do país, em que um sujeito fica um tempão e de maneira enfadonha explicando por que vai fazer frio ou por que vai chover, não dava pra divulgar cultura? Lazer?

Acrescentem vocês o item que quiserem nessa lista garanto que são muitos.  

E a pergunta é: como forçar a que diversifiquem a pauta? Quem sabe aqui mesmo nesse universo virtual possamos montar uma especie de " Praça Tahir".  Estou sonhando? Não, não estou. Basta que tenhamos vontade e comecemos por nós mesmos. E um bom começo pode ser melhorar o vocabulário. Há uma tendencia de referir-se aos outro sempre com adjetivos agressivos ( imbecil, idiota, lambão, ou palavrões simplesmente ) precisamos fazer um esforço para manter o debate sem precisar tirar as crianças da sala. Imagino que se cada um de nós passar a preocupar-se com o micro de cada um e não mais  com o macro, talvez acabemos por perceber que as soluções estão mesmo em nosso gestos e não nos dos outros.

O Jornal da Band está exibindo essa semana, e se não me engano a semana toda, um especial sobre avanços tecnologicos na area da saúde. E eu não vi em canto nenhum serem replicadas essas tão gratas noticias. Faço-o eu aqui agora, informando o link da matéria exibida na seghunda feira passada. Está aqui. 

E fiquei especialmente emocionado não apenas com o conteúdo da informação, mas gostei também de ver ao fim da matéria surgir no canto da minha tela uma senhora, esposa de um certo seu Sebastião o qual acabava de passar pelo procedimento e já apresentava muitas melhoras no seu jeito de andar. 

E a esposa do seu Sebastião ao ser perguntada pela reporter sobre como se sentia naquele momento respondeu com um sorriso largo: radiante!

Não troco o rosto radiante dessa senhora por outros dez rostos sisudos fazendo discursos raivosos, porém inconsequentes na medida em que banalizam as alegrias e as dores humanas tornando-as ferramentas de profissionais e profetas do caos.

Fiquem em paz

Jonas

quarta-feira, 2 de março de 2011

Melhor falar de tudo um pouco - I


O hit jornalístico dos últimos dias aqui no nosso Brasil trata de um motorista que atropelou dezenas de ciclistas numa rua central de Porto Alegre. E tome mostrar o vídeo em todo o canto: blogs, sites, TVs, lá estão as imagens: de frente pra trás, de trás pra frente, por cima, por baixo, de lado. Enfim uma overdose inútil de brutalidade mais inútil ainda. E não há dia em que não vejamos babás batendo em bebês, enfermeiras judiando de idosos, motoristas na contra mão em estradas, pessoas sendo espancadas de toda a forma. 

Depois tem as celebridades: funkeiras, goleiros, atores, cantores, modelos-de-não-sei-o-que.. todos eles exibindo seu lados violentos e intolerantes e suas ações fora da lei.

A impressão que tenho é que estou fazendo, através da TV, jornais e web, cursos práticos de pedofilia, violência doméstica, crimes passionais, de surras em geral, e abuso de poder. Já, já saberei tudo sobre essas ações.

Em seguida apresentam-se os políticos, funcionários públicos e empresários corruptos de todos os níveis, naipes e valores. E de quase todos eles ficamos sabendo de sua tendência gananciosa, individualista e classista e que mata ou fere tanto quanto os demais crimes.

Enfim somos pessoas muitíssimo bem informadas sobre todas as misérias humanas graças à todas as mídias que genericamente chamamos de imprensa composta de amadores, semi-profissionais e profissionais da noticia e do pitaco, em tudo que é assunto.

E fica em todos nós a impressão de que a humanidade está a beira de um ataque de nervos, e que o fim do mundo está chegando.

Não quero fazer apologia da felicidade através da ignorância. Tomar conhecimento das coisas é necessário e indispensável. Mas estou me convencendo de que está havendo exagero na dose.

Dia desses assisti em um dos telejornais da noite um vídeo que mostrava dois caminhões chocando-se na entrada de uma fábrica. Nenhum ferido. Nada além de danos materiais. Sem nenhuma conseqüência para quem quer que seja exceto para o cotidiano daquela fabrica. Qual a utilidade dessa noticia?

Essa obsessão pela noticia ruim, pela critica acida, esse desejo enrustido de que tudo dê errado, essa vontade mal disfarçada de rir da desgraça alheia, desejar o pior e a catástrofe, essa vigilância rigorosa que leva a muitos fungarem na nuca de todo mundo como que dizendo: "se cuida que eu to de olho em você", isso tudo já  passou da conta.

Penso que todos aqueles que fazem uso de qualquer instrumento de comunicação pequeno ou grande deveriam optar por reservar um espaço no meio dos seus veículos para divulgar fatos que cubram outros interesses que não sejam apenas os da delegacia. 

Esse texto está ficando muito grande, paro por aqui, e no próximo quero mostrar que é possível falar sobre um monte de coisas úteis e enriquecedoras sem, evidentemente, banalizar a dura realidade da vida.

Fiquem em paz

Jonas








         

terça-feira, 1 de março de 2011

EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A preparam ataque a Libia

Reproduzo texto de Laerte Braga publicado no redecastorphoto por tratar-se de um primoroso ataque ao cinismo e a hipocrisia que regem a politica internacional, sempre baseada no capital.

O principal executivo do grupo EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A na Europa, David Cameron, responsável pelo extinto Reino Unido a mais importante filial do conglomerado naquele continente declarou que tropas das bases da OTAN ali localizadas podem atacar a Líbia para garantir a “democracia”.

Petróleo mudou de nome.

A secretária Hillary Clinton, integrante do conselho diretor executivo do conglomerado repetiu as declarações de Cameron. É o mesmo jogo jogado por George Bush para anunciar o ataque ao Iraque a partir da mentira das armas químicas e biológicas. Mandou o comunicado ser lido por Tony Blair (Bush’s Poodle), então gerente geral do antigo Reino Unido.

Tropas do conglomerado já se reposicionam na região próxima à Líbia para invadir e ocupar o país. O temor é que a revolução popular naquele país ponha fim ao acordo entre o ditador Muammar Gaddafi e os norte-americanos sobre petróleo, políticas do Banco Mundial e do FMI.

Aliado desde 2003, Gaddafi vai ser jogado no lixo como foi Mubarak, mas nada vai mudar é o que decidiu o conglomerado.

Como no Egito, onde os generais já reprimem a população para manter intocados os privilégios das elites políticas e econômicas construídos em 30 anos de ditadura.

Em meio a toda essa movimentação e enquanto aguardam a ordem de ataque, bandeiras com a suástica já começam a ser distribuídas ás hordas de mercenários que formam as forças de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Sobre se o povo líbio deseja esse tipo de intervenção, nenhuma pergunta foi feita. As perguntas são dirigidas aos que comandam os interesses políticos e econômicos da empresa (extinto EUA) sediada em Washington.

Vale dizer que uma intervenção desse porte para garantir o petróleo, agora chamado de democracia vai custar, no mínimo, um milhão de líbios mortos, mas Wall Street sobrevive intacta.

As manifestações populares no Iêmen, na Jordânia, no Barein, na Argélia e em Madison, capital do estado de Wisconsin, essas, por enquanto, não interessam. O petróleo está garantido na repressão de generais/cãezinhos subordinados ao conglomerado. MILICANALHAS iguaizinhos os do Brasil. (Castor)

Uma invasão à Líbia será um ato de terrorismo sem tamanho e confirma os reais “propósitos” democráticos, cristãos e ocidentais de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

A decisão não é repentina vem sendo estudada desde o início das manifestações de protesto do povo líbio e só está sendo anunciada diante da perspectiva de perda do controle dos negócios do petróleo.

A democracia para o conglomerado significa tanques abarrotados de petróleo e cofres estourando de dinheiro. É para isso que dispõe de um arsenal capaz de destruir o mundo cem vezes.

Obama é um criminoso, deveria ser levado ao Tribunal Criminal Internacional, fora o fato de ser um mero funcionário de EUA/TERRORISMO S/A, já que, além dos negócios, quer manter o emprego nas eleições do ano que vem.

Quer ganhar mais quatro anos para tentar emplacar uma cantada em Angelina Jolie. Só levou não até agora. 

David Cameron é o executivo de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A que decretou o fim do multiculturalismo num discurso feito em Berlim no início desse mês de fevereiro, retirando do baú a bíblia do conglomerado. MEIN KAMPF.

Segundo seu pronunciamento diante de executivos do conglomerado na antiga Comunidade Européia a convivência entre diferentes é impossível e por isso deveriam ser tomadas providências para eliminar os diferentes. Não difere nada do que fizeram à América inteira desde Colombo. Os massacres de Maias, Astecas e Incas.

Ou a destruição que em nome de Cristo impuseram aos povos árabes.  

Sílvio Berlusconi, amigo de Gaddafi, com quem firmou vários acordos petrolíferos, já anunciou que vai à guerra num cavalo alazão cercado de amazonas e pronto a intervir no Marrocos para assegurar o direito a marroquinas menores de dezoito anos. Garantiu que leva a bênção do enclave que chamam Vaticano. Herr Bento XVI vai ungir os “libertadores”.

Todo o noticiário da mídia privada e subsidiária do conglomerado (no caso do Brasil as redes nacionais de tevê, os grandes jornais e revistas) já está disseminando o maior número possível de notícias falsas e alarmantes, preparando a população para que dê apoio à ação terrorista de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Somos a Líbia de amanhã. O Brasil e toda a América Latina.

Na bagagem do “libertador” Barack Obama e seus generais cerveja em forma de veneno a ser servida aos líbios.

Tudo isso é pura barbárie. Violência e genocídio contra um povo que deseja apenas escolher o seu caminho sem que patas e garras nazi/sionistas interfiram e roubem suas riquezas. Aquelas que vão garantir – deveriam – a construção de um país livre e justo com os seus, segundo a vontade dos seus.

O fato de Gaddafi ser um tirano não justifica as ações terroristas de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A sob o pretexto de garantir democracia e direitos humanos. Pelo contrário, é o pretexto esfarrapado para repetir todas as cenas de boçalidade acontecidas no Iraque. Milhares de iraquianos, aliás, estão nas ruas protestando contra o governo títere do país e exigindo a saída dos mercenários do conglomerado terrorista.

Ao Brasil, frente a esse tipo de terror, cabe condenar de forma incisiva a possível invasão – como o fez Lula em relação ao Iraque. Não há colaboração possível com os Estados Unidos.

Os objetivos do complexo terrorista estão claros e em momentos como esses somem as Nações Unidas.  

Pouco importa o que pensam.

Importa o petróleo. Importam os negócios.

Não há diferença alguma entre as antigas batalhas que são mostradas em filmes sobre supostos bárbaros e as de hoje. Mudaram apenas as armas e o centro do terrorismo mundial está em Washington.