terça-feira, 27 de abril de 2010

O rabino e o reggae

Estava eu navegando pelos mares sem fim dessa internet em busca de músicas africanas que ultimamente tem me chamado a atenção nos anuncios da Copa do Mundo na Africa. Aliás aproveito e peço a voces meus persistentes leitores que se um de voces souber de onde vejo aqueles videos fico grato.

Mas estava por ai em busca do que eu já disse e foi quando encontrei um certo cidadão chamado Matisyahu. Ouvi uma de suas músicas chamada One Day e gostei. É um reggae com uma letra que julguei bem bonita.

Mas o que me chamou a atenção é que trata-se de um rabino. Fiquei curioso e fui ver sua biografia no Wikipédia, que vá lá que seja, não é de muita credibilidade - ou como diz o próprio site: não dá pra confirmar a verificabilidade mamma mia - mas o dito cidadão tem uma biografia no minimo curiosa. Podem ler aqui .

E aqui estão dois videos do rabino reggaense. Ou será do reggae rabinense? Curtam.

Fiquem em paz

Jonas


Este é One Day:


Este é Youth:

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Por que o sapo não lava o pé?

Os filósofos respondem…

Olavo de Carvalho: O sapo não lava o pé. Não lava porque não quer. Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer e ainda culpa o sistema, quando a culpa é da PREGUIÇA. Este tipo de atitude é que infesta o Brasil e o Mundo, um tipo de atitude oriundo de uma complexa conspiração moscovita contra a livre-iniciativa e os valores humanos da educação e da higiene!

Karl Marx: A lavagem do pé, enquanto atividade vital do anfíbio, encontra-se profundamente alterada no panorama capitalista. O sapo, obviamente um proletário, tendo que vender sua força de trabalho para um sistema de produção baseado na detenção da propriedade privada pelas classes dominantes, gasta em atividade produtiva alienada o tempo que deveria ter para si próprio. Em conseqüência, a miséria domina os campos, e o sapo não tem acesso à própria lagoa, que em tempos imemoriais fazia parte do sistema comum de produção.

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Michael Foucault: Em primeiro lugar, creio que deveríamos começar a análise do poder a partir de suas extremidades menos visíveis, a partir dos discursos médicos de saúde, por exemplo. Por que deveria o sapo lavar o pé? Se analisarmos os hábitos higiênicos e sanitários da Europa no século XII, veremos que os sapos possuíam uma menor preocupação em relação à higiene do pé – bem como de outras áreas do corpo. Somente com a preocupação burguesa em relação às disciplinas – domesticação do corpo do indivíduo, sem a qual o sistema capitalista jamais seria possível – é que surge a preocupação com a lavagem do pé. Portanto, temos o discurso da lavagem do pé como sinal sintomático da sociedade disciplinar.

Max Weber: A conduta do sapo só poderá ser compreendida em termos de ação social racional orientada por valores. A crescente racionalização e o desencantamento do mundo provocaram, no pensamento ocidental, uma preocupação excessiva na orientação racional com relação a fins. Eis que, portanto, parece absurdo à maior parte das pessoas o sapo não lavar o pé. Entretanto, é fundamental que seja compreendido que, se o sapo não lava o pé, é porque tal atitude encontra-se perfeitamente coerente com seu sistema valorativo – a vida na lagoa.

Friedrich Nietzsche: Um espírito astucioso e camuflado, um gosto anfíbio pela dissimulação – herança de povos mediterrâneos, certamente – uma incisividade de espírito ainda não encontrada nas mais ermas redondezas de quaisquer lagoas do mundo dito civilizado. Um animal que, livrando-se de qualquer metafísica, e que, aprimorando seu instinto de realidade, com a dolcezza audaciosa já perdida pelo europeu moderno, nega o ato supremo, o ato cuja negação configura a mais nítida – e difícil – fronteira entre o Sapo e aquele que está por vir, o Além- do-Sapo: a lavagem do pé.

John Locke: Em primeiro lugar, faz-se mister refutar a tese de Filmer sobre a lavagem bíblica dos pés. Se fosse assim, eu próprio seria obrigado a lavar meus pés na lagoa, o que, sustento, não é o caso. Cada súdito contrata com o Soberano para proteger sua propriedade, e entendo contido nesse ideal o conceito de liberdade. Se o sapo não quer lavar o pé, o Soberano não pode obrigá-lo, tampouco recriminá-lo pelo chulé. E ainda afirmo: caso o Soberano queira, incorrendo em erro, obrigá-lo, o sapo possuirá legítimo direito de resistência contra esta reconhecida injustiça e opressão.

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Immanuel Kant: O sapo age moralmente, pois, ao deixar de lavar seu pé, nada faz além de agir segundo sua lei moral universal apriorística, que prescreve atitudes consoantes com o que o sujeito cognoscente possa querer que se torne uma ação universal.
Nota de Freud: Kant jamais lavou seus pés.

Sigmund Freud: Um superego exacerbado pode ser a causa da falta de higiene do sapo. Quando analisava o caso de Dora, há vinte anos, pude perceber alguns dos traços deste problema. De fato, em meus numerosos estudos posteriores, pude constatar que a aversão pela limpeza, do mesmo modo que a obsessão por ela, podem constituir-se num desejo de autopunição. A causa disso encontra-se, sem dúvida, na construção do superego a partir das figuras perdidas dos pais, que antes representavam a fonte de todo conteúdo moral do girino.

Carl Jung: O mito do sapo do deserto, presente no imaginário semita, vem a calhar para a compreensão do fenômeno. O inconsciente coletivo do sapo, em outras épocas desenvolvido, guardou em sua composição mais íntima a idéia da seca, da privação, da necessidade. Por isso, mesmo quando colocado frente a uma lagoa, em época de abundância, o sapo não lava o pé.

Soren Kierkegaard: O sapo lavando o pé ou não, o que importa é a existência.

George Hegel: podemos observar na lavagem do pé a manifestação da Dialética. Observando a História, constatamos uma evolução gradativa da ignorância absoluta do sapo – em relação à higiene – para uma preocupação maior em relação a esta. Ao longo da evolução do Espírito da História, vemos os sapos se aproximando cada vez mais das lagoas, cada vez mais comprando esponjas e sabões. O que falta agora é, tão somente, lavar o pé, coisa que, quando concluída, representará o fim da História e o ápice do progresso.

Auguste Comte: O sapo deve lavar o pé, posto que a higiene é imprescindível. A lavagem do pé deve ser submetida a procedimentos científicos universal e atemporalmente válidos. Só assim poder-se-á obter um conhecimento verdadeiro a respeito.

Arthur Schopenhauer: O sapo cujo pé vejo lavar é nada mais que uma representação, um fenômeno, oriundo da ilusão fundamental que é o meu princípio de razão, parte componente do principio individuationis, a que a sabedoria vedanta chamou “véu de Maya”. A Vontade, que o velho e grande filósofo de Königsberg chamou de Coisa-em si, e que Platão localizava no mundo das idéias, essa força cega que está por trás de qualquer fenômeno, jamais poderá ser capturada por nós, seres individuados, através do princípio da razão, conforme já demonstrado por mim em uma série de trabalhos, entre os quais o que considero o maior livro de filosofia já escrito no passado, no presente e no futuro: “O mundo como vontade e representação”.

Aristóteles: O [sapo] lava de acordo com sua natureza! Se imitasse, estaria fazendo arte . Como [a arte] é digna somente do homem, é forçoso reconhecer que o sapo lava segundo sua natureza de sapo, passando da potência ao ato. O sapo que não lava o pé é o ser que não consegue realizar [essa] transição da potência ao ato.

Platão:
Górgias: Por Zeus, Sócrates, os sapos não lavam os seus pés porque não gostam da água!
Sócrates: Pensemos um pouco, ó Górgias. Tu assumiste, quando há pouco dialogava com Filebo, que o sapo é um ser vivo, correto?
Górgias: Sou forçado a admitir que sim.
Sócrates: Pois bem, e se o sapo é um ser vivo, deve forçosamente fazer parte de uma categoria determinada de seres vivos, posto que estes dividem-se em categorias segundo seu modo de vida e sua forma corporal; os cavalos são diferentes das hidras e estas dos falcões, e assim por diante, correto?
Górgias: Sim, tu estás novamente correto.
Sócrates: A característica dos sapos é a de ser habitante da água e da terra, pois é isso que os antigos queriam dizer quando afirmaram que este animal era anfíbio, como, aliás, Homero e Hesíodo já nos atestam. Tu pensas que seria possível um sapo viver somente no deserto, tendo ele necessidade de duas vidas por natureza,ó Górgias?
Górgias: Jamais ouvi qualquer notícia a respeito.
Sócrates: Pois isto se dá porque os sapos vivem nas lagoas, nos lagos e nas poças, vistos que são animais, pertencem e uma categoria, e esta categoria é dada segundo a característica dos sapos serem anfíbios.
Górgias: É verdade.
Sócrates: precisando da lagoa, ó Górgias meu caro, tu achas que seria o sapo insano o suficiente para não gostar de água?
Górgias: não, não, não, mil vezes não, Ó Sócrates!
Sócrates: Então somos forçados a concluir que o sapo não lava o pé por outro motivo, que não a repulsa à água
Górgias: de acordo

Diógenes, o Cínico: Dane-se o sapo, eu só quero tomar meu sol.

Parmênides de Eléia: Como poderia o sapo lavar os pés, ó deuses, se o movimento não existe?

Heráclito de Éfeso: Quando o sapo lava o pé, nem ele nem o pé são mais os mesmos, pois ambos se modificam na lavagem, devido à impermanência das coisas.

Epicuro: O sapo deve alcançar o prazer, que é o Bem supremo, mas sem excessos. Que lave ou não o pé, decida-se de acordo com a circunstância. O vital é que mantenha a serenidade de espírito e fuja da dor.

Estóicos: O sapo deve lavar seu pé de acordo com as estações do ano. No inverno, mantenha-o sujo, que é de acordo com a natureza. No verão, lave-o delicadamente à beira das fontes, mas sem exageros. E que pare de comer tantas moscas, a comida só serve para o sustento do corpo.

Descartes: nada distingo na lavagem do pé senão figura, movimento e extensão. O sapo é nada mais que um autômato, um mecanismo. Deve lavar seus pés para promover a autoconservação, como um relógio precisa de corda.

Nicolau Maquiavel: A lavagem do pé deve ser exigida sem rigor excessivo, o que poderia causar ódio ao Príncipe, mas com força tal que traga a este o respeito e o temor dos súditos. Luís da França, ao imperar na Itália, atraído pela ambição dos venezianos, mal agiu ao exigir que os sapos da Lombardia tivessem os pés cortados e os lagos tomados caso não aquiescessem à sua vontade. Como se vê, pagou integralmente o preço de tal crueldade, pois os sapos esquecem mais facilmente um pai assassinado que um pé cortado e uma lagoa confiscada.

Jacques Rousseau: Os sapos nascem livres, mas em toda parte coaxam agrilhoados; são presos, é certo, pela própria ganância dos seus semelhantes, que impedem uns aos outros de lavarem os pés à beira da lagoa. Somente com a alienação de cada qual de seu ramo ou touceira de capim, e mesmo de sua própria pessoa, poder-se-á firmar um contrato justo, no qual a liberdade do estado de natureza é substituída pela liberdade civil.

Max Horkheimer e Theoror Adorno: A cultura popular diferencia-se da cultura de massas, filha bastarda da indústria cultural. Para a primeira, a lavagem do pé é algo ritual e sazonal, inerente ao grupamento societário; para a segunda, a ação impetuosa da razão instrumental, em sua irracionalidade galopante, transforma em mercadoria e modismo a lavagem do pé, exterminando antigas tradições e obrigando os sapos a um procedimento diário de higienização.

Antonio Gramsci: O sapo, e além dele, todos os sapos, só poderão lavar seus pés a partir do momento em que, devido à ação dos intelectuais orgânicos, uma consciência coletiva principiar a se desenvolver gradativamente na classe batráquia. Consciência de sua importância e função social no modo de produção da vida. Com a guerra de posições – representada pela progressiva formação, através do aparato ideológico da sociedade civil, de consensos favoráveis – serão criadas possibilidades para uma nova hegemonia, dessa vez sob a direção das classes anteriormente subordinadas.

Norberto Bobbio: existem três tipos de teoria sobre o sapo não lavar o pé. O primeiro tipo aceita a não-lavagem do pé como natural, nada existindo a reprovar nesse ato. O segundo tipo acredita que ela seja moral ou axiologicamente errada. A terceira espécie limita-se a descrever o fenômeno, procurando uma certa neutralidade.

Liberal de Orkut (esse indivíduo cada vez mais anônimo): o sapo não lava o pé por ser um indivíduo liberto da opressão estatal. Mas qualquer coisa é só arrumar um emprego público e utilizar o lavado do Leviatã!

Fonte: Carlos Frederico Pereira da Silva Gama ( Usina das Letras)

Fiquem em paz.

Jonas

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cães e gatos



O calçadão onde caminho aqui na Piedade, fica a beira uma praia de pescadores e, como não poderia deixar de ser, tem uma peixaria. Ao lado da peixaria ficam, é claro, uns gatos sendo que um deles sempre me chama a atenção. Não só por sua presença constante - não há dia que eu não o veja esparramado ao sol com  a cara da maior felicidade, mas está sempre com mais dois ou tres junto dele. Julgo que pela razão óbvia de que alimento por alí abunda.

Caminhando pelo calçadão estão muitos cachorros a levarem seus donos logo atrás de sí. Cachorros de todo tipo. Desde aqueles cuti-cuti - poodles e seus congeneres - até os outros com aparencia de cachorros propriamente dito. Me distraio ouvindo as "conversas" entre donos e animais com diálogos mui ternos do tipo "tá cansadinho tá?", "anda, vem, deixa isso" cercados de carinhos e que tais. Tem até uma dupla daqueles cães bigodudos  - não sei a raça não - cuja matraqueante dona tem uma especie de bebedouro encaixado em uma garrafa plástica com água e que oferece aos seus bichinhos a cada cem metros de caminhada.

E assim estão os cães e os gatos por ali. Todos cuidados e afagados, e penso que muito bem alimentados.

E hoje, pela primeira vez, uma coisa me chamou a atenção: nas proximidades da peixaria cães e gatos se cruzam e nem tchuns uns pros outros. Nada de rosnados, de miados, nada de corridas, nada de gatos expondo as garras e nem de cães exibindo os dentes. Estranhei pra caramba.

Não sei bem o que pensei. Mas lembrei de um mundo de coisas que o homem, por sua interferencia, modifica, altera, transforma.

Não que eu ache que haja algum mal muito grande em cães não quererem perseguir gatos. Mas que não é normal, lá isso não é. 

Agora você escolhe o final:

Final 01 - O homem é capaz de promover uma paz aparentemente impossivel entre irracionais. E justamente entre os homens, os ditos racionais, a paz está bem longe de ser possivel. Estranho.

Final 02 - E pode ser que outras mudanças o homem esteja provocando na área dos caninos e felinos. Pode ser que qualquer dia os caninos rosnem e botem seus donos pra correr e passem a dividir sardinhas com os gatos da peixaria. Vai ser bacana. Eu acho.

Fiquem em paz.

Jonas

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Libertar as diabruras

Não tenho autoridade téologica nem academica para dissertar sobre os erros da Igreja e nem preciso disso dado a obviedade dos mesmos.

Mas é com a autoridade de um seguidor da doutrina pregada pela Igreja Católica que digo que é dificil traduzir o que tenho sentido por esses dias. Não, não. Nunca fui ingenuo ao ponto de imaginar que toda a hierarquia da Igreja fosse composta por homens santos, certamente não é assim, mas nunca pude imaginar que essa hierarquia estivesse tão contaminada por tantos desvios de conduta cujo exemplo mais repulsivo é o da pedofilia.

Nunca me assombrou o celibato ou o voto de castidade que os padres devem fazer ao abraçar o seu oficio. Sempre consegui entender com alguma clareza os dizimos, a indissolubilidade do matrimonio, segredos de confessionário, a posição da Igreja contrária ao aborto e outros temas polemicos.

Pude privar de alguma proximidade com padres e, é claro, não pude deixar de perceber algumas vezes comportamentos incoerentes com seus sermões dominicais mas nada que fosse tão repulsivo quanto a pratica covarde de aliciamento de crianças.

É inadmissivel que homens que resolveram dedicar suas vidas à propagar o Amor maior pregado por Cristo sejam os que passaram a cometer tamanha afronta à vida humana e justo naquilo que ela tem de mais delicado e caro que é a estabilidade emocional e espiritual.

É um erro gravissimo da Igreja nesse momento em que ela deveria exorcizar a sí mesma, fazer exatamente contrário e apelar para firulas teólogicas chamando a todos para penitenciararem-se em prol dos que erraram. Jesus Cristo nos ensinou o perdão é verdade, mas também nos ensinou a nos afastarmos de tudo que for contrário à vida plena. Jesus Cristo nos ensinou a tolerancia, sim senhor, mas também nos ensinou que a insistencia no erro precisa ser denunciada e condenada.

Esses senhores, padres e bispos, cometeram erros que exigem a punição mais severa de todas. Esses senhores em muitos casos foram ardilosos, usaram da boa fé de inocentes, foram dissimulados e de maneira infame manusearam e profanaram a semente da vida contida nesses pequenos seres. Foram ao canto mais recôndito da alma dos pequeninos e de lá de maneira torpe arrancaram a pureza, macularam a inocencia. Dificil, senão impossivel, perdoar isso.

Para Bento XVI não resta outra coisa senão parar de tentar explicar o inexplicavel, deve  agora mesmo declarar esses religiosos excomungados e buscar eliminar os mecanismos de acobertamento de coisas dessa natureza.  A Igreja precisa deixar de arrogar-se de "fiel depositária" dos ensinamentos de Cristo, e como qualquer organização terrena, abrir as comportas de suas diabruras.

E nós fieis, talvez mais confiantes naqueles que querem nos doutrinar, voltaremos a nos ajoelhar diante dos altares erguidos por essa Igreja, pedindo um mundo melhor e de mais temperança.

Fiquem em paz.
Jonas

sábado, 17 de abril de 2010

The Guritles ???

Não sei se fico bravo ou se morro de rir. Uma idéia estapafurdia como essa, mas ao mesmo tempo hilária, só podia ser coisa de gaucho.

Estou dividindo com voces esse video que ví no UOL, foi tamanha minha surpresa que não pensei em outra coisa senão publicar no Saúva.

Não deixa de ser uma simpática homenagem aos meus eternos idolos, especialmente a última cena em que eles imitam a famosa travessia pela faixa de pedestres da Abbey Road.

E para quem não sabe, a paródia de Help ( Lennon e McCartney) montada no video, é em cima de uma música gauchesca chamada Canto Alegretense (Neto Fagundes), tida como mais que um hino por todos os gauchos. E tomado de saudade, lembro com muito carinho de meus "sobrinhos, tios, irmãos" - pra que as aspas? - deixa eu repetir: meus sobrinhos, tios, irmãos dessa terra maravilhosa que é o Rio Grande do Sul.

Divirtam-se e fiquem em paz.

Jonas


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Epitáfio

Sempre que morre alguém famoso e dependendo do tamanho da fama, lemos e ouvimos a noticia em todos os meios de comunicação e, cronistas, radialistas, ancoras de tv, jornalistas, correm a escrever, cada um mais compungente que o outro, epitáfios emocionantes quando não pequenas biografias que, obviamente, louvam a vida e as obras do falecido. Isso é bom e desejável. Muita coisa boa sobre muita gente, só ficamos sabendo depois que morrem, o que é uma pena é claro, mas não dá pra saber tudo de todas as pessoas todo o tempo.

Correm em paralelo às noticias de mortes individuais as mortes coletivas, e que temos visto acontecer em tragédias uma atrás da outra - essa semana tem uma na China -tragédias que se sucedem em terremotos e enchentes cada uma levando centenas de vidas precocemente. Se bem que esse termo precoce é um conceito nosso e bem humano, dado que independente da fé de cada um e se olharmos com um pouco de frieza, o que ocorre de verdade é que se morre na hora certa.

E no turbilhão de imagens instantaneas, redes de TV, rádios, jornais, e o que mais houver vemos jornalistas e reporteres narrando e nos atualizando a respeito dos resultados das catástrofes. 

E tome ancora fazendo olhar triste e voz embargada, e tome técnicos e especialistas de todas as coisas, fazendo análises que demonstram que a tragédia podia ser menor se certas medidas tivessem sido tomadas antes, e tome reporteres de microfone em punho entrevistando sobreviventes para os quais faz as perguntas mais óbvias sobre dor e sofrimento, como se ele esperasse encontrar alguém que estivesse festejando a perda de parentes e amigos.



Não sei se sou só eu mas eu chego a perceber  em todos que noticiam uma certa ansiedade para que as mortes sejam em numero maior do que o até então anunciado, que a catástrofe seja a mais amarga de todos os tempos.

E ficamos nós olhando tudo isso, tomamos uma enxurrada de informações sobre 50, 100, 200, 500 ou mais mortos, geralmente muito pobres, e tudo vai parar por ai mesmo. Depois não saberemos mais nada. Não ficaremos sabendo de alguma providencia para que tais coisas tenham consequencias menores no futuro, não ficamos sabendo sobre valores arrecadados e distribuidos, não ficamos sabendo se os sobreviventes recuperam-se bem ou razoavelmente bem, não sabemos se foram reconstruidas casas suficientes para todos mundo,  enfim o assunto cai no esquecimento.

Assim como caem no esquecimento aquelas vidas todas que acabaram sob lajes e enxurradas. Todos tristes anonimos que não sabemos quem foram e nem o que fizeram.

Pergunto: no meio de tantas vidas encerradas não havia ao menos uma, uminha só, a respeito da qual valesse a pena escrever um epitáfio? Não poderia um só desses repórteres e jornalistas contar a nós outros um tantinho de alguma vida, com certeza valiosa, e que se foi tão tristemente.

Estranhos valores os nossos, choramos e lamentamos barrancos que deslizam e lages que desabam, mas nos esquecemos da essencia de tudo isso, que são vidas preciosas perdidas para sempre, das quais não faremos memória jamais.

Fiquem em paz.

Jonas

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Doe Palavras

Olha só que coisa bacana. O Hospital Mario Penna de BH de tratamento de Cancer bolou a Campanha Doe Palavras. Funciona assim: voce vai nesse endereço: http://www.doepalavras.com.br/ e escreve uma mensagem, é o twiteer mas voce não precisa estar inscrito. Sua mensagem é enviada para o hospital e é transmitida via TVs intaladas em todos os quartos dos pacientes.

E veja abaixo um video lançado pelo mesmo hospital.

Agora escolha umas palavras bem bonitas e doe-as. Não custa nada e voce vai fazer um bocado de gente se sentir bem.

Fique em paz.

Jonas

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pixels e Tok Stok

Tenho certeza que voces já jogaram Space Invaders. E o come-come? Quem não jogou? Tetrix? Bacana né? Pois um sujeito chamado Patrick Jean - certamente alguém pra lá de saudosista - fez esse video.  Ele imaginou que a cidade de Nova York é invadida pelos nossos personagens de 8 bits. Não faltou nem o King Kong. E ficou muito bom. Vejam.




E alguém já viu uma cadeira ser montada mais rápido que essa da Tok Stok? Bem esse é o forte dessa cadeia de lojas móveis, tudo muito fácil e rápido de montar. Esse video ganhou o Leão de Bronze em Cannes no ano passado. Curtam.



E estão faltando comentários por aqui! Um blog alimenta-se de comentários.


Fiquem em paz.

Jonas

domingo, 11 de abril de 2010

Expandir é preciso

Um de meus passatempos prediletos é descobrir novas coisas para o computador principalmente como baixar e armazenar arquivos.

A preocupação é sempre em cima de espaço no HD e óbviamente o medo de perder minha preciosa coleção de musicas e fotos, sendo que as duas já somam perto de 4.000 unidades cada uma, o que sempre me leva a pensar em alternativas de fazer cópias seguras disso tudo.

E um dia desses fuçando por ai encontrei um compactador de musicas e fotos bem bacana e facilimo de usar, especialmente para músicas pois ele as reduz de 180 ou 200 bits para 64 ou menos sem perder a qualidade. Isso multiplica em duas ou tres vezes a capacidade armazenamento de pendrives e cartões de memória.

Logo pensei no cartão do meu tocador do carro que é um cartão de 2 GB e nele cabem perto de umas 150 ou 180 músicas. Nunca o usei na sua capacidade total. Mas quando eu encontrei esse compactador eu pensei: oba! vou poder gravar mais de 400 musicas para ouvir no carro.

E parti para a ação. Primeiro passo: escolher 400 musicas do meu acervo. 

Foi aí que dei de cara com uma espantosa descoberta: não tenho 400 musicas ( excetuando-se as 230 dos Beatles) com as quais eu me identifique ou queira de ouvir mais de uma vez em curto espaço de tempo. Travei. Me frustrei e larguei meu projeto pra lá.

Gravei isso sim, pouco mais de 20 músicas no meu cartão para ouvir no carro dizendo a mim mesmo: quando eu enjoar dessas eu gravo outras 20. Reparem só: de 400 para 20! Comprovei para mim  mesmo que as musicas que me agradam de verdade não passam de 20. Ou que sejam 50 vá lá. É qualquer número bem longe de 400.

E foi quando eu pensei nessa sempre crescente e obsessiva mania que muitos de nós temos em juntar coisas: sapatos, musicas, livros, dinheiros, etc.. Besteira. Basta que de tudo isso tenhamos apenas o necessário para a satisfação de nosso prazer ou de nossas necessidades. O suficiente de qualquer coisa é bem menos do que pensamos.

Não dá pra deixar de falar no costume dos dias de hoje que o sites de relacionamento disseminaram e que se chama "comunicar-se com amigos." Nesses lugares a gente percebe uma verdadeira compactação de amigos. Quem precisa comunicar-se com tantas pessoas? Quem pode ter afinidade com tantas pessoas? Como se pode usufruir da companhia de tantas pessoas? Quem pode ter prazer em amizade com tantas pessoas?

Façamos pois o inverso. Ao invés de compactarmos com vistas à caber mais, seja lá o que for, o que temos que cuidar é de expandir . Em especial as amizades que já temos. Aqueles poucos amigos que temos e que valem ouro. Com os quais a gente se comunica, se afina e pode usufruir da companhia. Aqueles que a gente quer encontar e ouvir toda hora.

Não sei quantos GB eu tenho no coração mas asseguro a voces que sinto-o pleno, cheio, transbordante de tudo que tenho.



Fique em paz,

Jonas

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Páscoa de cada um

Assisti ao filme Invicto ,direção Clint Eastwood, estrelado por Morgan Freeman. É a narrativa dos primeiros meses de Nelson Mandela na presidencia da Africa do Sul.

 O país vinha do fim do apartheid o que em portugues dá quase um trocadilho com parto. Pois é o que foi o fim do regime segregacionista naquela terra. Um parto com forceps. Beirou uma guerra civil. E guerras, civis ou não, deixam marcas profundas na auto-estima da população. Mandela encontrou um povo dividido e resistente aos novos tempos. 

E para piorar a coisa toda, nesse mesmo tempo a seleção de rugby do país também está em declinio. Às vésperas da Copa do Mundo é uma seleção com craques - maioria de brancos - desacreditados e que passam a enfrentar uma dura oposição de organizações de maioria negra, agora com voz e vez no país, e que passam a exigir a sua extinção.

Mandela vê nisso a oportunidade de reatar aqueles laços fraternos e naturais entre os seus patricios e que haviam sido desfeitos. E empenha todo seu prestigio e experiencia de vida na motivação dos atletas do rugby para que vençam a Copa da qual, ainda por cima, a Africa do Sul é anfitriã.
 
 Apelando para metodos nada ortodoxos ele usa poemas, musicas, livros, histórias, viagens, tudo para despertar nos jogadores, e em especial no capitão da equipe, a vontade que todos carregam dentro de sí para superar as dificuldades. E consegue. Não só os jogadores da seleção, mas os 42 milhões de cidadãos africanos revêm suas posições e é como se o país renascesse. Com iniciativas simples, originais e com seu empenho pessoal Mandela faz uma profunda mudança nas relações entre negros e brancos de seu país.


 Acho que isso é Páscoa.

Olhemos para os Mandelas que temos dentro de cada um de nós. E não importam as circunstancias, as realidades, as forças ou as condições de cada um. Olhemos nosso dons e descubramos em nós mesmos o caminho para realizarmos a Páscoa. Acreditemos na força do Amor, plantado em nós desde sempre e que é capaz de resgatar o que se perdeu, unir o que se separou e apaziguar o que se rebelou.

Façamos cada um a Páscoa do outro, não importa muito de que jeito, o importante é fazer.

Fiquem em Paz. E façam todos uma Santa Páscoa.

Jonas e familia.