domingo, 23 de maio de 2010

Gestos e palavras

Jesus Cristo em uma de suas belas parábolas nos conta que um dia um pai pediu ao seu filho que fosse ajudar na lavoura e este respondeu que ia mas não foi. O pai fez o mesmo pedido ao segundo filho que respondeu que não ia mais acabou indo.

Qual dos filhos agiu bem? Qual agiu mal? Quem foi mais sincero? Quem quis apenas agradar?

Em nossa vida vemos isso todo dia começando por muitos discursos politicos recheados de promessas fáceis, muitas delas impossiveis de serem cumpridas, discursos esses que ao final percebe-se tratarem-se apenas de ferramentas para a conquista do poder ou de beneficios para pequenos grupos.



Vemos também propagandas e vendedores de muita coisa louvando seus produtos de maneira enganosa - a ultima publicação que fiz aqui sobre Lennon e o Itaú é  demonstrativa disso. São bem comuns as armadilhas contidas nos comerciais que unem produtos com  sonhos com o unico propósito de vender mais e os produtos, é claro, não cumprem o que prometem.

E nas relações pessoais isso é especialmente ruim. Cada vez mais a propaganda de modelos sociais cria em nós a necessidade da fraternidade através do pensamento comum, universal. Cada vez mais nos parece que é bom acatar essa chuvarada de normas sobre comportamentos que nos são ditadas todos os dias. Para sermos simpáticos e aceitos por todos temos que ser passivos em tudo e o pior, temos que nos omitir a respeito de nossas opiniões, nossas crenças e abafarmos nossos ideais. Calarmos nossa voz a respeito do que pensamos sinceramente. Fugirmos do contraditório, do debate, de dizer um simples não apenas para nos darmos bem.

Mal fez o primeiro filho citado por Jesus, que para não se indispor com o pai calou-se diante de uma ordem que não pretendia cumprir.

Bem fez o segundo filho que manifestou sua contrariedade, foi sincero, mas depois refletiu e mudou de opinião e atendeu o pedido do pai.

Não há nada de errado em mudar de opinião. Grave é não te-la ou ter medo de dize-la.

Fiquem em paz

Jonas