domingo, 2 de fevereiro de 2014

O que a mãe do Haddad tem a ver com isso?

Proximo aqui de casa existe um posto de serviço da Prefeitura, o CREAS - Centro De Referencia Especializada De Assistência Social - cuja missão é dar assistencia e acolhimento aos individuos em situação de rua.

As equipes de funcionários deste lugar saem pelas ruas abordando seu publico alvo a fim de, não só, tabular números para estatísticas ( parece que o mundo de hoje não funciona sem gráficos ) mas também encaminhar aquelas pessoas aos albergues e outros serviços públicos.

Este posto também atende aos que o procuram pessoalmente e que geralmente são familiares de dependentes químicos em crise.

É de se supor então que os funcionários deste serviço sejam pessoas minimamente informadas a respeito dos graves problemas sociais que atingem as pessoas em situação de rua e suas quase sempre inevitáveis consequências que são o alcoolismo e o uso de drogas.

De vez em quando eu tenho oportunidade de bater um papo com os colaboradores deste lugar e ontem foi uma dessas vezes. E apenas para provocar uma conversa, perguntei a ele se internamente eles discutiam ou tinham conhecimento da Operação Braços Abertos executada lá na cracolandia.

Para minha surpresa o sujeito disse que não, que não tem conhecimento e que não existem informações internas sobre isso e o que ela sabia era que : " dia destes a Policia Civil foi prender uns traficantes na cracolândia e o fedapê ( ele disse o palavrão completo ) do Haddad achou ruim"

Diante da explicita e gratuita ofensa a Haddad e da subentendida desqualificação da Operação Braços Abertos respondi de bate pronto  dizendo que foi o DENARC e não a "Policia Civil" que havia executado as tais prisões e aproveitei para citar o que disse o traficante Juan Carlos Abadia que "para acabar com o trafico em São Paulo, bastava acabar com o DENARC.", e que, como se sabe, não são poucos os policiais daquele departamento de policia envolvidos com corrupção e subornos de toda natureza junto com traficantes, o que pelo menos em principio desqualifica a ação do DENARC como inquestionável.

Mas isso seria apenas o inicio de nossa conversa que infelizmente foi interrompida neste ponto e o que restou para mim foi a admiração de ver um funcionário da Prefeitura de São Paulo que atua justo em uma área supostamente com fins sociais, e que leva "Assistência Social"  no nome, ter uma visão - talvez se possa dizer que não tem visão nenhuma - tão estreita sobre o grave problema que atinge praticamente todos os indivíduos moradores de rua, e pelo que eu entendi o mesmo não recebeu de seus superiores nenhuma informação/atualização sobre ações da Prefeitura nas outras áreas da cidade.

Fiquei pensando, não sem um certo desapontamento, sobre o tipo de dedicação que esse rapaz aplica ao executar suas tarefas.

Talvez isso seja resultado da terceirização excessiva de serviços da Prefeitura ( ao menos em São Paulo é assim ) em que creches, postos de saúde, serviços sociais, hospitais e muitos outros são entregues a iniciativa privada cujos prestadores do serviço não estão, ou não tem obrigação de estar, comprometidos com o resultado social das ações levadas a cabo mas apenas com números a cumprir devido cláusulas contratuais. 

Não há, parece óbvio, interesse dos administradores contratados em fazerem funcionar as políticas do Prefeito de plantão talvez para não mostrar comprometimento com sua linha ideológica e não sofrer prejuízos financeiros no futuro, quando o o ocupante da Prefeitura mudar e cancelar seus contratos.

Temos assim mais um desastre da política neo liberal do estado mínimo onde, repito, há mais interesse em resultados numéricos - numero de atendidos, numero de matriculados em creches, essas coisas - do que em melhoria da qualidade de vida da população. 

O que resulta em que as atividades sexuais da mãe do prefeito entra na discussão sem o que nem para que.