sábado, 26 de junho de 2010

A importancia de uma caneta na mão

A Bic está lançando comerciais que reforçam um conceito simples mas bacana: não ter uma caneta na mão pode significar perder grandes oportunidades.

Basta ver esse videos para entender. E notem que todos eles avisam que serão mostrados um vez só!

No primeiro são dados todos os contatos de uma modelo até mesmo seu endereço residencial. No segundo ensinam a sempre cobiçada formula de um famoso refrigerante de cola. E no terceiro é mostrado nada mais nada menos que o endereço exato da localização do Cálice Sagrado.

Então moçada peguem suas Bics e anotem.

Fiquem em paz.

Jonas





terça-feira, 22 de junho de 2010

"A Pilar, como se dissesse água"

Enquanto eu pensava muito sobre o que escrever a respeito da partida de José Saramago o tempo passou veloz e eu me senti cada vez menos competente para falar desse homem. No entanto, e tendo sentido o mesmo que alguns milhares de pessoas sentiram, eu não posso deixar de me manifestar.

Vaí daí que resolvi dividir com você duas coisas.

A primeira é  um blog que Saramago escrevia vez ou outra, chamado O Caderno de Saramago . Bom é ler tudo que está lá, mas eu recomendo fortemente dois textos: 

O primeiro é Os meninos vestidos de preto e o segundo é Penas chinesas  mas insisto: é bom beber da fonte toda.

O segundo que quero dividir com vocês - e estou copiando literalmente - o que lí no blog chamado Arte do Tempo que a mim me pareceu perfeito. E gostei em especial da inveja, digamos assim, que a autora do texto tem de Pilar. Não entendo nada - e nem quero! - saber das invejas femininas mas de verdade mesmo, esse é o texto mais empolgante que lí sobre a morte de Saramago.


Fiquem em paz,


Jonas

Helena Ortiz

A amiga me liga pela manhã para me contar. Foi assim que eu soube, por telefone, como se recebe a notícia da morte de um parente. Estamos viúvas, ela disse, e chorava. Mas eu sou forte, ainda consegui dizer à doutora que não tomo remédios, não tenho deficiência física e a pressão é boa. E daí, o que importava isso? José Saramago estava morto, e eu pensava primeiro no mundo, depois em Pilar del Rio, porque a ela sim foi dada a sorte de ter se tornado a amada do escritor. Foi para ela que ele escreveu a mais linda dedicatória que já vi: "A Pilar, como se dissesse água". E será ela, certamente, quem mais sentirá a falta dele.

Temos os livros, e a eles voltaremos quantas vezes quisermos. Ela não. Não mais a convivência em Lanzarote, não lerá os originais em primeira mão, não trocará com ele as carícias possíveis, não recolherá os silêncios em que trabalhava.

Para nós foi-se o grande escritor, um humanista que se teimava comunista, o anti-clerical por natureza (e acho que se divertia com isso). Um homem de talento, mas de igual coragem, que se aprendeu e se fez homem em condições difíceis, sem nunca esquecer. Mas para ela foi-se não só o grande escritor, o homo politicus que apontava os vícios neoliberais, o desvario belicista, a intolerância, foi-se o homem que amava, deixando mudos os espaços do entendimento, a casa, a sala, a cama, a intimidade. Escrevo isso porque uma das coisas que mais me chamava atenção na obra de Saramago era sua consideração pelas mulheres, pelo sentimento feminino que tão bem apreendeu, pela importância que reconhecia e conferia à mulher. Daí porque imagino com que delicadeza devia tratar sua Pilar.

Depois pensei em mim, na minha própria tristeza, na certeza de saber que perdi aquele que era meu deleite, fonte de compreensão, orgulho da espécie, que eu sempre achei que o artista deve ter um papel político, deve dizer o que pensa, deve assumir o que sente. Ele era assim. E quem mais? Me diga por favor que eu quero saber.

Em casa, não pude fazer mais nada que pensar, pensar em que talvez o poema de Idea Vilariño postado há dois dias, Pobre Mundo, tenha vindo ao encontro desse acontecimento tão temido, tão indesejado e tão previsível. Que ao morrer o escritor, o poeta, o incansável lutador, nossa voz ficou ainda mais fraca porque era ele, com sua coragem e lucidez, que nos abria os olhos para os equívocos dos caminhos obscuros que aceitamos percorrer.

E então fui à cozinha, e chorando sobre pimentões vermelhos e berinjelas pensei no luto vermelho daqueles que não podiam nem chorar, que precisavam se esconder para prosseguir, calar a respiração a bem de se manterem vivos, retrair-se para avançar, e sempre engolir o choro. Agora podemos chorar alto, falar palavrão, reacender as dúvidas. Mas porque aprendemos (ou ainda não?) a lição de Saramago: "Já estamos a viver neste planeta como sobreviventes. A cada dia que amanhece temos que fazer o possível para sobreviver. E devemos fazê-lo como insurgentes sistemáticos".

Talvez assim descubramos, cada um de nós, o segredo da ilha desconhecida.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os gols que queremos fazer

A Vivo, uma das patrocinadoras oficiais da seleção brasileira, lança hoje em seu site um vídeo fantástico e que pode ser resumido por essa frase de Pelé: "Se desse para fazer um replay na minha vida, talvez se eu fizesse o meu último gol com a Seleção Brasileira, eu gostaria."

Então a Vivo e as agencias Y&R e a O2 tomaram o estádio do Morumbi para realizar, através de uma filmagem, o sonho do maior jogador de todos os tempos. Todos sabemos que o craque encerrou sua carreira em 1977 jogando pelo New York Cosmos onde marcou seu ultimo gol, justamente contra seu time do coração o Santos.
E, neste vídeo, adivinhem quem são os adversários? Sim ! Los hermanos. Oba!

Meus caros, para todos nós seria muito natural se ouvíssemos de Pelé que ele se sente realizado e que fez tudo que queria. Mas vemos que não é bem assim. Todos nós carregamos um sonho ainda por realizar. Aquele sonho mágico, quase impossível, o maior de todos. Não sei nada da natureza humana, mas desconfio que é assim que todos nós atravessamos a vida, esperando pelo próximo jogo, aquele jogo onde faremos o NOSSO GOL, entendendo que só então deixaremos nossa marca, só então teremos dado razão à razão da nossa própria existência.



E a Anistia Internacional está engajada numa campanha mundial contra a pena de morte. Pessoalmente eu concordo. Aqui nesse vídeo ela nos alerta para a realidade Russa onde o governo comete crimes e atrocidades matando, censurando e escondendo seus atos. A Anistia Internacional usa aquelas bonecas típicas da cultura russa e que guardam-se umas dentro das outras, fazendo assim uma triste analogia a respeito do ocultamento de crimes gravíssimos que o governo daquele país faz. A frase final é: " nós não podemos deixar o charme russo esconder atrocidades".

Um gol de craque marcado por pessoas que sonham um mundo melhor para todos.


AMNESTY INTERNATIONAL - RUSSIAN DOLLS from rods films on Vimeo.

Fiquem em paz

Jonas

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Não chore, Madiba!

Na ultima Páscoa eu escrevi aqui um texto  sobre a transformação de um país causada pelo sonho e pelo desejo de um homem de ver renascer a vida. Eu falava de Mandela e da Africa do Sul.

Não sei muito sobre Mandela.Sei um pouco de sua trajetória e aquele filme, Invictus, que, ao assisti-lo, não pude de deixar de fazer o pararelo que fiz e comentei na publicação sobre a Páscoa.

Por esses dias estamos com os olhos voltados para Africa do Sul por causa da Copa e no vai e vem das centenas de informações podemos confirmar ao vivo e a cores que um pais inteiro reverencia quem sabe talvez o seu mais admirável condutor. Ontem na televisão eu vi um comentarista dizer que os sul-africanos tratam Mandela quase como uma divindade.

E hoje seria o grande dia. Hoje Mandela entraria no estádio para junto com seu povo celebrar essa monumental festa que queiramos ou não une bilhões de pessoas de todo o planeta.

Hoje Mandela mostraria ao mundo todo o que a habilidade, os dons, a generosidade de um homem podem fazer por um país. Hoje seria a coroação de uma vida impar dedicada a um trabalho impar de valorização e resgate da vida humana.

Mas hoje, justo hoje, quis o destino, ou algum deus, ou a fatalidade que a bisneta de Mandela morresse em um acidente de automóvel. E Mandela não estará no estádio. Mandela não celebrará com seu povo.

Hoje, tornado um simples homem pelas circunstancias da vida, esse bravo guerreiro curva-se diante da dor, chora e se retira. Assim é a vida. Impossivel entendermos essa trama que nos envolve e que muitas vezes nos arranca dela mesma.

Mas não chore não Madiba. Todos aqueles sorrisos de seus conterraneos, brancos e negros, suas bandeiras, sua vuvuzelas, suas  caras-pintadas, seus gingados, seus gritos, essa alegria, de tudo isso um pedaço é seu, é  quase toda sua essa possibilidade, é quase toda sua essa oportunidade.

E a pergunta é: essa festa existiria caso voce não tivesse interferido na história de seu povo? Acho que não.

E em cada um dos corações daqueles homens e mulheres certamente tem  um pedaço da pequenina porém vigorosa semente de paz e amor que voce plantou.

Fiquem em paz,

Jonas

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A embriaguez e a biodiversidade



Essa é a manchete da Folha de São Paulo desta terça feira 08/06. Quando a lí fiquei pensando em falar algo a respeito. Mas achei que eu ficaria repetindo o óbvio. Dado que meus conhecimentos sobre o comportamento humano são apenas os que tratam de mim mesmo e olhe lá, pensei que eu não conseguiria dizer algo retumbante a respeito dessa manchete , algo assim que pudesse quem sabe transforma-la naquilo que ela significa como uma pequena tragédia humana. E fiquei também pensando nos muitos profissionais de um monte de áreas humanas e que tem muitas repostas para todas as coisas, mas a mim me parece que, diante dessa manchete, eles também estão engatinhando em termos de comportamento humano.

Vai daí que pensando em uma coisa eu achei outra. Achei uma noticia que falava a respeito do Dia da Biodiversidade comemorado em 22 de maio. E a noticia dava conta de que apesar de todos os esforços ao redor do planeta a biodversidade está diminuindo. Então uma certa Comissão Europeia resolveu fazer uma campanha que sensibilize as populações sobre esse problema.

O video da campanha - que está ai abaixo - é fantástico e pretende focar na forma como a perda de qualquer elo da cadeia da vida, por mais insignificante que pareça, pode alterar todo o equilíbrio da Natureza.

Bem, deixo para voces meus caros e raros leitores, fazerem a conexão do video com a manchete da Folha. Fiquei com a impressão que uma coisa tem tudo a ver com a outra.

Fiquem em paz.

Jonas

domingo, 6 de junho de 2010

BMW , Mercedes e ESPN

Coloque uma pitada de arte, outra de tecnologia e mais uma de publicidade e voce fará um espetáculo para dar aos espectadores uma nova percepção daquilo que é apresentado.
Em Cingapura, a Publicis Asia parece ter a resposta de como emocionar e surpreender o público ao promover o conceito de uma multinacional da indústria de automóveis.

No centro de uma importante cidade do país, uma projeção da BMW, realizada com a utilização de técnicas 3D, chamou a atenção todo mundo que estava por perto. Não foi à toa. O resultado é mesmo muito bacana.

 

É inegável que um comercial que usa o humor chama mais atenção. E quando os criativos brincam com a morte para comunicar as excepcionais vantagens de um certo tipo de freio de um carro Mercedes fica muito melhor.



A ESPN pediu emprestada a vox de Bono que, com seu conhecido ativismo, combinou perfeitamente com o convite que nos faz a emissora de que pelo menos por alguns dias podemos esquecer os velhos e para sempre inssoluveis problemas do mundo e mergulharmos na festa planetária que é a Copa do Mundo.

sábado, 5 de junho de 2010

Futebol com música


Certas coisas se misturam na vida com tanta naturalidade que nos lembram o café com leite ou o arroz com feijão. É o caso da música com futebol ou vice versa. Dizem por ai que aqui no Brasil já passam da casa das mil, as músicas cujo tema seja futebol ou que ao menos sugiram as emoções do esporte.

Fiz aqui um compilado nada pretensioso de algumas músicas que fizeram muito sucesso ou em épocas de Copas - como a Taça do Mundo é Nossa - ou louvações à craques como é o caso de Fio Maravilha de Jorge Ben Jor cantada por ele mesmo e Gilberto Gil.

Quanto as duas últimas músicas uma é de Miriam Makeba - quem lembra? - e está aí por causa do pais em que se realiza a Copa desse ano e a outra é Waka Waka hino oficial dessa copa e é cantada por Shakira.

Divirtam-se, matem a saudade, torçam e fiquem a vontade para sugerir ou lembrar das tantas outras músicas que fazem a gente vibrar.

Fiquem em paz. É hexa Brasil!

Jonas



















quarta-feira, 2 de junho de 2010

O desifentante da solidariedade



Em uma reunião do Conselho de Segurança Comunitária no bairro de Santa Cecilia - São Paulo - na qual estiveram presentes representantes de moradores do bairro,comerciantes, policia, Subprefeitura da Sé, Guarda Civil e hospital Santa Casa traçou-se uma estratégia simplória e deplorável para expulsar os moradores de rua do bairro: vão pressionar restaurantes e ONGs locais para que parem de doar comida a essas pessoas. Não consta que algum dos participantes da reunião tenha sido contra a proposta, pelo contrário, um dos moradores chegou a dizer que joga desinfetante nessas pessoas sugerindo que todos façam o mesmo.

O último censo divulgado na semana passada revela um numero de 1.334 moradores de rua na região o que não é pouca coisa, é um numero que toca o alarme exigindo urgente intervenção de cabeças um tantinho mais iluminadas dos que as desses senhores, reunidos muito mais em nome de uma limpeza étcnica e estética do que na solução de um problema humano causado por um modelo de sociedade perto da falencia.

Para mim tão desnortedos na solução dos problemas de suas vidas como estão os moradores de rua, estão também essas pessoas que buscam soluções imediatistas para erros que tem a mesma idade das nossas politicas economicas, sociais e educativas completamente erradas.

Ao fechar os olhos e o coração para soluções que passem pela solidariedade, o resgate da dignidade e o acolhimento de todos os seres humanos, os representantes da sociedade que tomam essas medidas só estão ligando a bomba relógio que um dos moradores de rua de 19 anos - vitima dessa medida - anunciou que já está armada: " se não nos derem comida, vamos começar a roubar" disse ele.

Lamentávelmente o grau de dificuldade de equações como essa aumenta com muito mais facilidade do que se encontra a solução. 

Há que se jogar desifetante, isso sim, nas muitas camadas de preconceitos e discriminação que repousam nas consciencias de muita gente e deixar vir à luz do sol o entendimento de que desde que o ser humano se propôs viver em grupo sujeitou-se também a partilhar sua vida e seus espaços. E manter sua vida e seus espaços de maneira digna exige solidariedade, tolerancia e disposição para conviver com seus semelhantes.

Fiquem em paz,

Jonas