terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O importante é que emoções eu vivi.



Publicado lá no blog do Azenha, o Viomundo, tem um artigo de um cidadão chamado Alberto Carlos Almeida, sociologo por profissão e PIGófilo por opção, no qual pode-se ler uma tese extraordinária a respeito da relação entre escolaridade e emotividade.

Ao fazer simplórias e equivocadas comparações entre atitudes de Lula e Dilma o estudioso quer demonstrar para todos os simples mortais que o lêem que Lula teve atitudes emotivas, humanas, em razão da ausencia de um diploma universitário em seu curriculo e Dilma justamente pela razão oposta, ou seja ela tem um diploma universitário, haverá de ter um comportamento mais técnico e racional.

E o sábio vai mais longe e faz uma relação direta entre baixa escolaridade que é igual  a mais emoção que é igual a mais erros no exercicio da governança. Já com Dilma a relação é identica porém com resultados opostos: alta escolaridade é igual mais racionalidade que é igual a menos erros na governança.
Não percamos nosso tempo discutindo essa preciosidade cheia de ranços preconceituosos e tipica de quem gosta de massa cheirosa.

E observemos uma coincidencia interessante entre essa publicação no Viomundo e uma outra lá no blog do LáDoDeLá de propriedade do Marco Aurélio Mello cujo histórico de publicações no sitio leva-nos a identifica-lo como pessoa progressita e afeita às liberdades humanas e aos direitos cidadãos.

Pois no dito blog está publicado hoje um texto cujo tema pode ser resumido como sendo uma reflexão em cima do voyeurismo e do exibicionismo na web. Após detalhar o que é a ancora do seu raciocinio, colocando-nos  par do que está acontecendo com a exibição do corpo humano na rede,  o Marco Aurélio encerra seu artigo informando-nos  sobre o frisson que ele já sentiu na adolescencia e que segundo seu entendimento, o prazer está se tornando mais acessivel e menos reprimido.

Não quero que vocês que me lêem imaginem que estou igualando as visões sobre emoções do Alberto Carlos com o Marco Aurelio, mas o diacho é que os dois autores tocam numa questão fundamental que é a banalização das emoções. 

Enquanto um distorce a natureza das emoções humanas citando-a como coisa vulgar existente apenas na periferia da sociedade o outro coloca como natural o sumiço de algumas emoções na mesma medida em  que há avanço tecnólogico.

Não sei não. Não quero entrar na área do saudosimo e dizer que bom era o tempo em que eu tomava banhos um pouco mais demorados só por que tinha vislumbrado metade da coxa da vizinha. Ou dos calafrios e a moleza natural nas pernas após dançar coladinho com a garota mais desejada pela turma do bairro.

Também não quero parecer piegas ao dizer que quando um ser humano se dedica com amor ao seu projeto de vida - seja ele profissional, academico ou familiar - ele tem mais chance de ter sucesso. 

Mas quero dizer que quando se colocam as emoções e a sensibilidade em uma atividade qualquer o resultado é muito mais prazeiroso do que quando tudo acontece numa sucessão de apertar botões, ajustar lentes ou decorar ponto a ponto um tratado comercial com o pais vizinho.

Eu não tenho muita certeza mas  eu acho que  tudo o que que nos provoca, liberta nossos melhores sonhos e nos faz viajar nas nossas mais descabidas fantasias e na maioria das vezes nos inspira para enfrentar todas as dificuldades do dia-a-dia está justamente no mundo da literatura, do cinema, da musica, das artes todas.

E não me consta que os autores de tudo que nos emociona e nos faz sentir vivos  inspirem-se antes em bisbilhotagens em webcams ou preocupem-se com diplomas e MBAs.

O importante é entendermos que a sabedoria e o prazer vêm na verdade de dentro para fora e não no sentido inverso. 



Fiquem em paz,

Jonas

Leia aqui o artigo de Alberto Carlos Almeida
Leia aqui o artigo de Marco Aurelio Mello