quarta-feira, 29 de junho de 2011

Homofobia não pode? Desrespeito também não

Paira no ar uma certa disposição para uma luta semelhante a uma guerra civil.

De um lado estão aqueles que entendem a sexualidade como passivel de ser vivida de tal jeito que o que importa são os prazeres que ela proporciona e não primordialmente o genero de cada ser humano. Neste grupo estão os adeptos da diversidade sexual bem como aqueles grupos chamados de progressitas e que pregam a liberdade de escolha não importa bem de que, desde que a escolha seja fruto de resultado da vontade individual.

Já do outro lado tem um pessoal que diz que não é nada disso e que há uma limitação imposta pela natureza - natureza que muitas vezes é chamada  de Deus - e que o mundo tem funcionado muito bem desde sempre, devendo haver apenas a pratica sexual mais conhecida que é aquela exercitada somente entre dois seres: um do genero feminino e outro do genero masculino.

Dias atrás assistimos uma manifestação chamada Marcha Para Jesus formada por adeptos das religiões chamadas evangélicas e que aproveitaram para descer a lenha nos que apoiam a criminalização de atos homofobicos - a saber agressões fisicas ou verbais contra homossexuais - no meio de alegações nada civilizadas ou misericordiosas como ensinam os preceitos basicos de qualquer religião. A intolerancia  e a pouca disposição para a conversa desmonstrada por grande parte dos presentes na tal Marcha dava a impressão de que falta pouco pro pessoal trocar socos e pontapés com quem lhes é contrário. Dentre as muitas declarações que ouvi condenando os homossexuais a mais descabida é aquela que sugere serem os gays propensos a pedofilia, despautério tão grande que não dá nem pra argumentar contra.



No domingo passado foi a vez dos gays também mostrarem suas garras na sua Parada. Ao contrario do que essa parcela da população procura passar em termos de apego as liberdades e da convivencia pacifica com os desiguais resolveram agredir a fé daqueles que em incontáveis casos não estão nem aí para as posições sexuais preferidas de uns e outros. Resolveram os organizadores da Parada exibir fotos de modelos nus de forma a que lembrassem alguns santos católicos com dizeres que recomendam o uso de preservativos e coisa e tal.

Cometeram um erro grave ao exibirem de maneira agressiva aqueles que são parte da fé de muitas pessoas, e  fé é algo que precisa ser tão respeitado quanto as demais liberdades de expressão e opinião. Erraram também ao não manter o debate com a hierarquia da igreja mas sim apelando para a ironia e desprezo com  o que pode fazer parte da intimidade de milhões de pessoas.

Há insensatez demais nessas demonstrações dos dois lados. Os papéis parecem inverter-se. A Marcha para Jesus deixou de ser um evento religioso para ser um evento politico. E a Parada Gay que no principio era um evento com natureza politica agora tornou-se palco de exibicinismo barato e agressão gratuita.

De semelhante tanto em um evento quanto em outro está uma forte exibição de força , ódio e desprezo. Isso não vai terminar em coisa boa.

Fiquem em paz.
Jonas