segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Memória emotiva

Existe a memoria olfativa, todos sabem. E tem também a memória degustativa. Devem existir vários tipos de memórias e quem sabe até uma memoria, digamos assim, emotiva. E é dessa que quero falar.

Vivi minha infancia e parte da adolescencia  na Vila Formosa, bairro periférico de São Paulo. Morávamos em uma casa que ficava de frente para um campo de futebol, desses de varzea. Ao lado da casa tinha uma vendinha, tipo secos e molhados, tinha de tudo inclusive balas e doces cujas cores e sabores não esqueço. Faz algum tempo e numa de nossas idas a São Paulo eu quis mostrar para a Rita esses lugares. Com minha memoria emotiva a cem por hora eu esperava reviver um uns dos melhores tempos de minha vida. Mas que nada! O campo de futebol virou uma praça e a as contruções tanto da casa como da vendinha deram espaço para outras construções completamente diferentes do que eu guardo em minha retina.

Uma outra vez eu pude experimentar outro baque em minhas lembranças que me trazem emoções. É que lá em Porto Alegre o hotel em que trabalhei durante 08 anos, o Center Park, foi fechado. Minha experiencia profissional em Porto Alegre não valeu apenas como exercicio da profissão ou meio de vida. Minha experiencia no Center Park foi a porta que a vida abriu para mim, e para todos nós aqui de casa, para fazer grandes amizades. São tempos de ótimas lembranças. E aquele hotel é um dos motores dessas lembranças.



E agora por esses dias estou lendo noticias de que a EMI está vendendo seu estudio na Abbey Road por que está tendo prejuizos com ele. Eu já disse aqui no Sauva, texto aqui, que Abbey Road é aquela rua que me traz saudade do que não conheço, pois é no estudio dessa rua que os Beatles gravaram a maioria de seus albuns, entre eles um de mesmo nome da rua e cuja capa transformou em uma especie de Meca para milhares de fãs no mundo inteiro a faixa onde os 4 moços atravessam.

E assim vão ficando pelo caminho as cascas da minha memoria emotiva. O calendário dourado que marca meu tempo parece se perder na neblina. Pois percam-se então meus icones. O que conta mesmo é que as minhas brincadeiras no campinho, os sabores e as cores dos doces da vendinha vizinha de casa, os amigos de Porto Alegre, os acordes das canções dos Beatles estão guardados no canto mais aquecido da minha memoria emotiva e lá eles vivem intactos e na sua forma original.

Fiquem em paz

Jonas