quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Páscoa de cada um

Assisti ao filme Invicto ,direção Clint Eastwood, estrelado por Morgan Freeman. É a narrativa dos primeiros meses de Nelson Mandela na presidencia da Africa do Sul.

 O país vinha do fim do apartheid o que em portugues dá quase um trocadilho com parto. Pois é o que foi o fim do regime segregacionista naquela terra. Um parto com forceps. Beirou uma guerra civil. E guerras, civis ou não, deixam marcas profundas na auto-estima da população. Mandela encontrou um povo dividido e resistente aos novos tempos. 

E para piorar a coisa toda, nesse mesmo tempo a seleção de rugby do país também está em declinio. Às vésperas da Copa do Mundo é uma seleção com craques - maioria de brancos - desacreditados e que passam a enfrentar uma dura oposição de organizações de maioria negra, agora com voz e vez no país, e que passam a exigir a sua extinção.

Mandela vê nisso a oportunidade de reatar aqueles laços fraternos e naturais entre os seus patricios e que haviam sido desfeitos. E empenha todo seu prestigio e experiencia de vida na motivação dos atletas do rugby para que vençam a Copa da qual, ainda por cima, a Africa do Sul é anfitriã.
 
 Apelando para metodos nada ortodoxos ele usa poemas, musicas, livros, histórias, viagens, tudo para despertar nos jogadores, e em especial no capitão da equipe, a vontade que todos carregam dentro de sí para superar as dificuldades. E consegue. Não só os jogadores da seleção, mas os 42 milhões de cidadãos africanos revêm suas posições e é como se o país renascesse. Com iniciativas simples, originais e com seu empenho pessoal Mandela faz uma profunda mudança nas relações entre negros e brancos de seu país.


 Acho que isso é Páscoa.

Olhemos para os Mandelas que temos dentro de cada um de nós. E não importam as circunstancias, as realidades, as forças ou as condições de cada um. Olhemos nosso dons e descubramos em nós mesmos o caminho para realizarmos a Páscoa. Acreditemos na força do Amor, plantado em nós desde sempre e que é capaz de resgatar o que se perdeu, unir o que se separou e apaziguar o que se rebelou.

Façamos cada um a Páscoa do outro, não importa muito de que jeito, o importante é fazer.

Fiquem em Paz. E façam todos uma Santa Páscoa.

Jonas e familia.