sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Felizmente Joaquim Barbosa não quer ser presidente.

Em entrevista dada a Bloomberg o ministro do STF Joaquim Barbosa diz que não pensa na possiblidade de candidatar-se a presidencia da República e eu digo ainda bem.

Uma das razões da satisfação que isso me causa esta na própria entrevista quando ele diz que não daria certo por causa de sua franqueza.

Curioso isso. Para mim o contrário de franco é mentiroso e se o ministro entende que um dos requisitos para o exercicio da presidencia da republica é ser mentiroso, estamos mal. Parece que o dito ministro entende que o ingresso no mundo politico exige despir-se de valores éticos tais como a sinceridade e que alguém que se dê a ser franco está proibido de praticar a politica que é, como se sabe, a mola mestra da democracia. 

E a outra razão da minha satisfação é que desde setembro esse senhor me deixou um tanto preocupado quando, em meio aos debates da famigerada AP 470, interrompeu a fala do presidente Ayres Brito ( aliás em interromper a fala dos outros ele é mestre) e declarou em alto e bom som: ""Presidente, o Supremo Tribunal Federal não tem que dar satisfação a ninguém!"

Naquele momento e me parece que em todos os demais no exercicio de suas tarefas ele parece esquecer que seja qual for o titulo ou grau de sua função ele é um servidor publico. E servidor publico traduzido ao pé da letra significa aquele que é pago para servir ao publico.

E vale dizer que o que é público aqui não é a defesa da Constituição ou das Leis que muitas vezes são interpretadas ao gosto e ao modo de quem tem interesse nela. Público aqui e de maneira literal são todos os cidadãos desta nação e é  a estes que o servidor publico seja ele qual for deve defender e dar satisfações sempre que necessário.

Portanto é bom que se diga ao sr Joaquim Barbosa que fazer politica não é mentir mas antes é ceder, debater, concordar e/ou abrir mão de suas idéias em favor do outro. Fazer politica é tomar uma boa dose de humildade e dar satisfação para aqueles que eventualmente discordem de suas posições.

E deve entender acima de tudo que o polpudo salario que recebe e que lhe possibilita tratar dos males de sua coluna na Alemanha sai do bolso dos cidadãos através de impostos, impostos estes muitas vezes criados em cima de debates politicos, debates e politica que tantas e reiteradas vezes ele parece desprezar.