segunda-feira, 7 de março de 2011

Inacreditáveis teorias

Existem por ai muitas teorias de conspiração. Vejam por exemplo essa lista que encontrei hoje que, por ser recheada de devaneios tão descabidos, não pode ser levada a sério.

Mas existem outras teorias que vão sendo montadas ao longo do tempo, recebendo a cada dia mais um detalhe que aos poucos vão dando ares de verdade e, a respeito delas, as discussões parecem não ter fim.

Encontrei hoje uma que eu não conhecia. Se você ler aqui poderá ficar sabendo que Lennon fez um pacto com aquele-que-não-se-diz-o-nome a fim de que sua banda, The Beatles fosse a mais extraordinária história de sucesso jamais conhecida. E para sustentar essa tese o autor do texto cita em especial a tão polemica teoria de que Paul McCartney teria sido morto em um acidente de moto e a partir de então um sósia teria sido colocado em seu lugar.

Reconheço que o texto está bem escrito e que pode ser tomado como uma boa peça a respeito da história da banda. Mas já que tanto se teoriza e se fala sobre o sucesso dos quatro cabeludos de Liverpool  eu também me julgo no direito de explicar o êxito planetário e já cinqüentenário desses gênios musicais.

Antes quero dizer que julgo a idéia da venda da alma para aquele-que-não-se-diz-o-nome insustentável como explicação do sucesso de quem quer que seja pois, segundo o próprio autor do texto, os Beatles seriam apenas uma banda mediana e igual a tantas outras que existiam naquela época e então eu pergunto: qual a mecânica desse tal contrato que faria com que todos os ouvintes da banda ao redor do mundo gostassem de suas músicas e não as das outras bandas? A cada audição dos moços de Liverpool viria um anjo daquele-que-não-se-diz-o-nome a cochichar no ouvido do vivente, dizendo: esses são bons, esses são bons... e tanto repetiriam até convencer o dono do ouvido a transformar-se em um beatlemaniaco? Não creio...

E mais que isso há que se lembrar que as obras musicais dos Beatles equiparam-se a tantas outras obras produzidas pela genialidade humana não só na área da música e nas artes em geral mas em outras áreas do conhecimento humano. Beethoven e Sabin. Mozart e Bill Gates. Chico Buarque, Michelangelo e Santos Dumont. Todas essas pessoas serão lembradas para sempre por suas contribuições geniais para a humanidade. E não é crível pensar que todos eles e os outros milhares de criadores de obras-primas tenham feito algum tipo de acordo com aquele-que-não-se-diz-o-nome.

Não sou do tipo de beatlemaniaco que vive escarafunchando detalhes técnicos das musicas, ou detalhes da biografia dos Fab4. Já tive a coleção completa dos vinis desses moços, mas que aos poucos se desfez por circunstancias diversas. Depois quando surgiram os CDs tentei refazer a coleção mas também sem sucesso. Hoje tenho toda essa coleção em MP3 mesmo, a remasterizada. Fora isso tenho dois livros: o Anthology que foi livro antes de virar um box de seis dvds, e um livro com a ficha técnica de todos os álbuns beatle lançados no Brasil e no mundo. Esse livro eu consulto vez ou outra para me ajudar a publicar musicas aqui no Saúva. E tenho três camisetas devidamente ornadas com as capas de: O Reis do Iê-Iê-Iê, Rubber Soul e Sargeant Peppers. Aviso importante: não os divinizo. E dessa mesma forma também não poderia demonizá-los.

Essa é toda a minha identificação externa de beatlameniaco. O resto eu tenho no meu coração. Toda a minha identidade com essa - para mim - incrível banda, está em meu coração.

Pois a minha teoria para explicar tudo isso é o amor, muito longe, portanto, daquele-que-não-se-diz-o-nome. Vejo-os, todos os quatro, como grandes amigos, amigos verdadeiros que se amaram muito e que, durante um tempo em suas vidas, conseguiram expressar essa amizade através da música. Pois para fazer música do jeito que eles fizeram precisa ter muito amor. Divergências, ciumeiras, egos, mercantilismo e grana, tudo isso faz parte da convivência e não servem para mim, de modo algum, como elementos para explicar o fim da banda. Acabou por que acabou. E para mim acabou apenas a pessoa jurídica chamada The Beatles. Dentro de mim continua existindo a pessoa amorosa, poética, inspiradora de tantos sonhos e que de uma porção de jeitos serve para me fazer levar a vida. Digo que até agora atravessei algo em torno de 80% de minha vida embalado pela musica desses moços que, digam o que quiserem dizer, despertam em mim todas as vezes que eu as ouço emoções idênticas as que sinto quando algo toca minha alma. É isso: quando ouço suas músicas não “perco meu tempo” a pensar em quem toca a base, ou a guitarra, ou o piano, ou de quem é o vocal. Eu as ouço apenas. E deixo-as penetrarem em minha alma.

Fiquem em paz,

Jonas

" Jude, pegue uma canção ruim e faça-a melhor" 



Diário do carnaval

Dizem por ai que para um homem realizar-se plenamente na vida precisa plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho.

Árvore eu já plantei. Filho também já tive, aliás, tive dois: um e uma. E livro, bem um livro assim como a gente chama de livro nunca escrevi não. Mas tem esse modesto Saúva atualmente com suas 289 páginas e com meus fiéis e pacientes leitores e que pode ser quem sabe, chamado de livro virtual.

Esse ditado sobre a plenitude da vida talvez tenha a ver com as experiências que esses momentos trazem à vida de um homem. E das três situações eu diria que a mais marcante é ter um filho. Tenho até hoje em minhas retinas as horas em que meus filhos nasceram. Talvez com um tantinho de esforço eu possa me lembrar até das palavras ditas naqueles momentos.

Mas apesar de tudo acho essa lista muito curta. Acrescento nela que é necessário conhecer e participar do Carnaval de Pernambuco.

Nunca fui carnavalesco ou folião ou que nome tenham aqueles que curtem a folia - e ainda não sou - portanto não tenho referencias muito concretas para diferenciar o carnaval pernambucano de outros. Mas mesmo não tendo mergulhado por inteiro nas avenidas por aí, meus ouvidos sempre as rodearam. E eu afirmo com certeza: o que meus ouvidos ouviram neste carnaval me faz dizer que a riqueza das letras das musicas daqui, a leveza das marchas, ou mesmo a contundente marcação dos tambores, e o coro alegre de milhares de vozes cantando músicas centenárias, são fácil, fácil daquelas experiências equivalentes aos melhores momentos da vida de um homem.

Estivemos, eu e a Rita, atrás de um bloco organizado pelo SESC na sexta feira a tarde e foi digamos assim um aperitivo do que iríamos ver no sábado de manhã em Olinda.

E de se ver a força que podem ter uma dúzia de pessoas tocando seus instrumentos: conseguem literalmente arrastar milhares de pessoas. Ai embaixo tem os vídeos com as fotos dos dois momentos.

Fiquem em paz,

Jonas