quinta-feira, 29 de março de 2012

Alunos repudiam manual de calouros que dita 'obrigações sexuais'

Via Portal Terra

Um "manual de sobrevivência" que afirma que garotas têm a obrigação de "manter uma relação sexual" com os homens causou indignação e polêmica ao ser distribuído por um grupo de alunos de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O material de oito páginas, além de oferecer dicas dos melhores lugares para beber na região, mostra um tópico que ensina ao calouro "como se dar bem na vida amorosa utilizando a legislação brasileira".



O livreto foi produzido pelo Partido Democrático Universitário (PDU), grupo que comandava o centro acadêmico da instituição até 2011, e foi distribuído neste mês aos estudantes. Os responsáveis estão sendo acusados por grupos feministas e de esquerda da universidade de machismo e de incitar a prática ao estupro 

Os alunos que se sentiram ofendidos iriam se reunir nesta quarta-feira para decidir se fariam ou não uma reclamação à direção da faculdade.

A Assembleia Nacional de Estudantes - Livre (Anel) publicou em seu blog uma nota escrita pelo Grupo de Gênero, também do curso de Direito da universidade, repudiando o ato. No documento de nome "Como cagar em cima dos humanos em 12 lições", os veteranos procuraram abordar de forma bem humorada o cotidiano dos alunos da faculdade, citando códigos penais para cada situação que possa vir a acontecer, como conhecer uma garota, por exemplo. 

Segundo o manual, a mulher tem o papel de cumprir as obrigações impostas pelo homem. "Ela prometeu e não cumpriu. Disse 'vamos com calma': art. 252,§ 1º Código Civil: 'Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra'. Ela vai ter que dar tudo de uma vez!", cita um dos parágrafos do livreto. 

Ainda na nota publicada, estudantes afirmam que "o manual em questão, que reitera a perspectiva de domínio masculino sobre a mulher, é claramente uma prática agressiva e atentatória à dignidade feminina", dizendo ainda que as pessoas não devem, então, levar a sério casos de estupro, visto que a mulher teria colaborado com o ato por estar usando uma roupa mais provocante ou dar atenção a um homem em uma festa. 

As mulheres que assinam o repúdio ao manual dizem em resposta: "temos autonomia sobre nossos corpos para dispor de nossa sexualidade como quisermos, e devemos ser respeitadas. Não somos os objetos de satisfação de prazer egoísta que a mídia impõe. Não viemos para servir a homens, veteranos, pdu's ou não".

3 comentários:

  1. Sinceramente? Onde isso vai parar? Será que eles acham isso engraçado? É tudo isso o senso de humor dessas pessoas?
    Vazio existencial.
    Táo jovens...

    "[...] Mal começaste a conhecer a vida. Já anuncias a hora da partida. Sem saber mesmo o rumo que irás tomar.[...] "

    Cazuza estava certo. Na mosca!

    Quem sabe durante os anos acadêmicos estudando as matérias do Direito, esse pessoal possa perceber a extensáo do significado de ser humano, respeito, responsabilidade e comprometimento.
    É para eles mesmos as leis que iráo aprender a conhecer na Universidade.
    Pena que náo passaram pelo Beabá da dignidade.

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    1. REgina,

      Este é o resultado de um modelo de sociedade que rende homenagens à boçalidade, ao ócio perncicioso, ao sexismo e ao sucesso pessoal não importano por que meios.

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