segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Do maior para o menor.

De tuas horas que eu seja apenas um segundo.
Do teu tempo quero ser o fim.
Quero ser o fundo da garrafa vazia,
a tua dormencia.
Quero ser teu sono sem sonhos,
a tua ausencia.
Não quero ser teu vestido de festa,
quero ser o mais surrado.
A tua indolencia.
Das luas me basta ser a minguante.
Quero ser a noite, (pode ser escura),
que intercala teus dias.
Das tuas estações posso ser o inverno.
Quero ser a saudade do teu porto.
O horizonte do teu olhar.
As lágrimas antes do sorriso.
Quero ser teus medos.
Tuas angustias.
A tempestade que te assusta.
Quero ser tudo que passa.
O teu esquecimento.
Não quero ser a semente,
quero ser o sulco na terra.
Quero ser a sobra, o demais, a apara.
E descer do maior para o menor.

E assim pequeno, mesmo assim sem valor aparente,
continuar sendo portador de tanto amor...

Fiquem em paz,

Jonas