domingo, 31 de janeiro de 2010

Beatles - parte II

E começaram a surgir na minha vida os bailinhos de garagem ou as reuniões nas tardes de domingo nas casas dos amigos.

Eram assim: a gente ia se reunindo na casa de alguém, sem nenhuma programação. E alguem acabava por ligar o som, que chamava-se vitrola na época. Surgia uma pilha de LP´s que eram os albuns de músicas.

Não sei de onde aparecia um refrigerante ou uma outra bebida qualquer. E dentro de pouco tempo estavamos dançando. Quantos namoros começavam e terminavam assim.

E existiam também aquelas paqueras que não se tranformavam em namoro e ficavam docemente suspensas apenas em troca de olhares, algumas musicas dançadas mais agarradinhos e é claro as músicas-tema. E esse músicas tema eram de quem? Ouvi alguém dizer Beatles? Acertou.

( Pausa: exatemente nesse momento a Globo News exibe uma entrevista com Pete Best o baterista inicial dos Beatles e que foi substiuido por Ringo. É isso . Para a alegria de milhões de fãs e apreciadores da boa música o mundo permanecerá  ouvindo os Beatles ainda por muitos e muitos anos.)

Por esse tempo os Beatles estavam deixando a fase de letras de musicas do tipo garoto-encontra-garota e garota-deixa-garoto. E em albuns como Revolver e Rubber Soul os Beatles passavam a mostrar ao que vieram. Entraram em uma fase de experimentações e ineditismos que iriam culminar em Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band um album que ainda hoje detem o titulo de mais importante album de rock da história da musica, ou ainda um album que leva o titulo de conceito.

Voltando às reuniões na tardes de domingo, dois locais ficaram para sempre guardados na minha lembrança: a Rua Pretoria no bairro da Vila Formosa onde eu morava em Sampa e era a rua em que morava a maioria dos meus amigos ( saudades do Luiz e do Hélvio) e a casa da minha tia Geralda na Móoca sendo que nesta última nossas reuniões eram embaladas por um compacto duplo dos Beatles onde se podia ouvir: Anna, Misery, Chains e I Saw Her Standing There.  A primeira - Anna - é uma balada, e a última um rock no bom e velho estilo dos rocks.


Agora chegou a hora de escolher músicas que representem a passagem dos Beatles por essa fase que é a fase em que eles sairam da adolescencia musical e caminharam em direção da fase adulta. É dificil viu minha gente.No meio de tanta música tem algumas que são puro experimento e não são digamos assim suas musicas mais tocadas, seus sucessos mais retumbantes, talvez nem sejam as preferidas dos fãs, mas estão recheadas da qualidade que só a ousadia de quem a fez proporciona.


E foram duas dessas musicas que eu escolhi para dividir com voces. Uma chama-se The Inner Light a outra I´m The Walrus.


- The Inner Light é de George Harrison. Para mim uma música que se aproxima muito do nosso querido xaxado. Foi gravada em 1968 e está no album Beatles Rarities. John faz o vocal de fundo bem como Paul. O solo vocal é de George. E Ringo não participa. Musicos de estudio: todos os intrumentos. Reparem: todos os instrumentos. Trechos de um poema japonês de Roshi, traduzidos para o ingles por R.H. Bluth, serviram de base para a composição da letra absolutamente intrigante e introspectiva.

- I am The Walrus faz parte do album Magical Mystery Tour gravado em 1967. Lennon toca melotron e faz o vocal de fundo. Paul fica com o baixo e vocal de fundo também. George toca pandeiro e vocal de fundo e Ringo fica na bateria. Tem um coral com seis rapazes e seis moças. E os musicos de estudio tocam oito violinos, quatro violoncelos e tres trompas. Segundo criticos é a musica mais intrigante dos Beatles. Vou repetir: a musica mais intrigante. Tem uma letra non sense  escrita por John e que tem frases estranhas como: sentado em sucrilho, pudim de matéria amarela, desbocada caranguejosa, sardinha de semolina entre outras.E tem mais detalhes a respeito que posso enviar para quem estiver interessado. É só pedir.

Amanhã tem mais.

Fiquem em paz.

Jonas

 Aqui The Inner Light.



E aqui I Am The Walrus