domingo, 12 de setembro de 2010

Nenhum a Menos


Nenhum a Menos é o nome de um filme chines de 1999, premiado em Veneza. Sinopse aqui. 

Tudo começa quando o professor de uma escola no interior da China tira uma licença para cuidar de sua mãe. Em seu lugar, a prefeitura coloca uma garota de apenas 13 anos, Wei (Wei Minzhi). Ela terá que morar na própria escola durante um mês, junto com alguns dos 28 alunos, até que o mestre retorne. Sua missão é garantir que nenhum deles abandone a escola. 

Mas há um aluno que abandona a escola e foge para a cidade grande. E a professora sai em busca dele. Passa fome, frio, privação de todo tipo mas ao fim consegue resgatar o fujão e traze-lo de volta para a escola.

Fiquei sabendo que esse filme foi muito debatido entre profissionais de ensino pois tem uma forte orientação pedagógica para professores e outros que lidam na área.

E para mim, um simples espectador, o grande lance do filme que ficou foi a firmeza da jovem professora em cumprir ao pé da letra a ordem de que não deve permitir que nenhum aluno abandone a escola. Não deve faltar nenhum.

Para mim essa é uma lição que costumo levar como lição de vida. Fico imaginando que na vida da gente as coisas também tem que ser assim. Exceto pela morte a gente não deve mesmo perder ninguém.

Sempre imaginei - e quase sempre foi assim - que amores e afetos não são para serem substituidos mas sempre para aumentarem isso sim. Tornarem-se numerosos. Jamais deixarei de amar e de bem querer alguém. Não quero nunca mudar da alma de niguém e não quero que ninguém mude-se da minha alma.

Eu nunca perdi ninguém. Não por rompimentos. Das pessoas que passaram por minha  vida e eu pela delas nunca houve uma separação premeditada, proposital. Nunca houve brigas do tipo vou ficar de mal de você. Se nos separamos foi pelas realidades da vida de cada um, foi tudo por conta do acaso. E tenho certeza que se reencontrar uma dessas pessoas haverá celebração, nunca constrangimentos ou receios por histórias passadas e que ficaram mal resolvidas.

E assim foi no domingo passado quando estivemos em Sampa. Havia uma celebração a fazer. Era o aniversário de minha mãe e o meu mesmo daqui uns dias. A reunião foi na casa da minha irmã e não foram todas as pessoas que eu desejei que estivessem lá. Mas foram muitas delas.

E eu pude confirmar essa verdade que há muito carrego comigo: não nos percamos daqueles a quem amamos, não nos esqueçamos de quem queremos bem, pois é deles todo o sentido de nossas vidas. Pertence a eles de verdade tudo aquilo que somos.

Deixemos todos guardados no espaço mais aquecido de nossos corações, pois é disso que trata a vida.

Não há outra razão para nossas alegrias senão a singela constatação da interpendencia que o amor nos provoca.

Fiqem em paz, e que não haja nenhum de nós a menos.

Jonas