terça-feira, 19 de outubro de 2010

A receita

Chico Buarque, em sua música Paratodos, nos dá uma receita para curar uma porção de males, quase todos os males.

E eu fiquei com vontade de acrescentar um mal que ele não citou. Me dá licença mestre Chico, me perdoe a ousadia por favor, mas nos dias de hoje era bom que divulgassemos esse seu remédio como cura também do racismo, do ódio religioso, da raiva segregacionista. É bom também algumas doses desse seu remédio para curar a mentira demagógica, a intromissão violenta nas questões de foro intimo.

Contra tudo isso tomemos doses exageradas de nossa brasilidade. E em breve estaremos na rua fazendo um carnaval bem ao nosso modo para festejar a nossa cura.

Fiquem em paz.

Jonas

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ave Maria de Gounod

Reflitamos um pouco sobre o que temos em nossas mãos por esses dias. Pensemos a respeito do mundo estamos que construindo para os que virão depois de nós. Rezemos e fiquemos em paz.

Jonas

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Quinto Beatle

É bem comum ouvir por ai essa expressão “ quinto Beatle”  e que refere-se  às pessoas que estiveram em torno do quarteto ajudando-os no desenvolvimento e execução do seu trabalho.

Muita gente fala no tecladista Billy Preston ou no o assessor de imprensa Derek Taylor ou ainda num dos principais executivos da gravadora Apple, Neil Aspinall. A lista é grande.

E tem George Martin. Produtor e arranjador, do inicio ao fim da banda, de todas as músicas compostas pelos quatro cabeludos de Liverpool.

George Martin foi o principal incentivador da banda. Olhem só o que ele disse ao reporter Geneton Moraes sobre seu trabalho no começo do quarteto: 

"Quando comecei a trabalhar com os Beatles, logo no primeiro ano,depois que eles gravaram "Please, Please Me", eu disse: "Senhores, este é o primeiro sucesso..". Propus um desafio: "Agora, tragam-me algo melhor!". Os dois voltaram com "From Me To You" - que era boa. Depois, me trouxeram "She Loves You", melhor ainda. Em seguida, "I Wanna Hold Your Hand",fantástica! A cada vez, compunham algo diferente da anterior. Não era como "Guerra nas Estrelas I", "Guerra nas Estrelas II", "Guerra nas Estrelas III". Davam um tratamento original".

"Digo que esta curiosidade e este esforço para transpor o horizonte é que caracterizaram o pensamento de John e Paul. Isso é que os fez tão bons! Sempre tentavam melhorar, sempre tentavam ser mais originais. Perguntavam-me: "Que som podemos ter? O que é que você pode nos dar? O que é que não sabemos ainda? Ensine!".

Ou seja George Martin dedicou-se a desafiar John e Paul contibuindo assim para que viessem tocar em nossos ouvidos algumas das melhores músicas compostas nesse planeta.

E Martin tinha também sua veia criativa. São dele algumas das musicas da trilha sonora do filme Yellow Submarine, um desenho animado estrelado pelos Beatles. 

Como se sabe o filme é a história de um terra onde seus habitantes eram ameaçados pelos Azuis que não gostavam e nem permitiam que se tocassse música. 
 
Então o sargento Peppers, de Pepperland, chama os Beatles para ajudar a combater os tais Azuis.

Durante a viagem os Beatles atravessam várias terras ou paises que vão dando significado às musicas da trilha sonora ou vice-versa.

Destaco para voces a música Pepperland, composta por George Martin e executada pela orquestra dele mesmo.

Seat back and let the evening go!

Fiquem em paz

Jonas
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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Maquiagens e Barbies

Neste Dia das Crianças eu me ví diante da mistura das aguas do rio da vida da Gigi. Essa mistura está materializada nos presentes que involutariamente, é bom que se diga, compramos para ela: um pequeno estojo de maquiagem e uma boneca Barbie.

Na hora eu comentei com a Rita: estamos presenteando uma moça ou uma menina? E percebemos que estamos assistindo isso sim uma mudança de fase na vida de um ser humano.

E me lembrei que ultimamente tenho estado atento a essas coisas, mas eu não fui sempre assim. Com as devidas desculpas aos meus filhos eu sou obrigado a confessar que com eles raramente eu me dava conta dessas coisas.

E eu desconfio que sei por que. A mim me parece que minha vida tinha outras prioridades que não passavam nem perto da contemplação, da valorização da vida e da percepção das emoções.

A embriaguez causada por outras prioridades e outros valores me afastavam do real significado de nossa existencia que é perceber a presença do outro e tentar entender o que se passa com o outro.

A embriaguez motivada por outros atrativos não deixava cravar em meu coração as incontaveis nuances da beleza da vida.

A embriaguez do riso fácil não me solidarizava com as dores que os que me são caros sentiam.

A embriaguez em poças rasas me impedia de mergulhar fundo e descobrir a diversidade da vida.

A embriaguez da superficialidade não me deixava confessar meu compromisso com a vida dos que me amam. E que me amam apenas por que eu sou o que sou e não pelo que eu acho que eu deveria ser.

Então o que eu quero agora é a sobriedade que me faz abrir os olhos para um horizonte largo, plano e promissor.

Preciso me manter sóbrio para entender as fases da minha propria vida, recheda de sucessos e fracassos. As minha próprias lições.

Só a sobriedade pode me fazer rir ou chorar com sinceridade diante das surpresas da vida. E a vida não pode ser perdida tão a toa. 

E como eu digo sempre uma infinidade de situações concorreram para que eu chegasse até aqui e que tudo acontecesse comigo do jeito que está acontecendo. Eu preciso entender isso e cuidar de tudo com ponderação, parcimonia e sobriedade.

É preciso lembrar sempre da simultaneidade da vida e que não somos apenas cativos de algumas pessoas ou de algumas coisas e muito menos somos apenas cativeiros. Nós somos as duas coisas ao mesmo tempo. 

Fiquem em paz

Jonas
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domingo, 10 de outubro de 2010

Cenas épicas

O lançamento de um celular, o Smartphone Epic da Samsung, gerou uma idéia bacana. São vários pequenos curtas sobre cenas épicas de beijos, lutas, romances e que tais.

E junto com essa idéia bolaram um concurso de curtas que devem ser feitos com o tal celular Epic. O vencedor ganha 25.000 dolares.

Curtam os curtas.

Fiquem em paz.

Jonas


















sábado, 9 de outubro de 2010

Sir John Winston Lennon

Hoje, 09 de outubro, é o aniversário de duas pessoas importantissimas: uma delas é meu sobrinho Eduardo
(Edu para mim) Salve Edu! Continue sendo o ser humano especial que você é. Que o bom Deus o abençoe sempre.

A outra pessoa é John Lennon. Se estivesse vivo estaria completando 70 anos hoje.  Se é que tem alguém que não sabe, ele juntamente com Paul McCartney formou uma das duplas de compositores músicais mais geniais da história da música e esbanjaram competencia e criatividade como Beatles e depois em suas carreiras solos.

Quando se fala em Beatles é comum os fãs dizerem que gostavam mais desse ou daquele integrante da banda. A Rita, por exemplo, gosta mais do George, já minha cunhada Conceição e a Margie Simpson gostam mais do Ringo.

Para mim não há um beatle preferido, entendo que eles formavam uma unidade e não consigo destaca-los, pois penso que se o fizer quebrarei um dos lados desse quadrilatero absolutamente perfeito chamado The Beatles.

Mas certamente ele tinha sua personalidade bem diferente dos demais. Era bem ironico, um poeta engajado, sonhador. Teve também seu lado roqueiro simplesmente. Quando ainda como beatle envolveu-se com tudo que os roqueiros se envolvem. Mais tarde acabou tornando-se um militante pacifista e teve problemas com o FBI  para conseguir residencia nos Estados Unidos, mas conseguiu. E, ironicamente, justamente no país onde ele brigou tanto para morar foi onde acabou assassinado por um desequilibrado que o matou em Nova York na noite de 08 de dezembro de 1980.

John também teve seu lado de pai amoroso quando em 1975 nasceu seu filho Sean, e então passou a dedicar-se exclusivamente a ele durante cinco anos que ficou sem fazer outra coisa qualquer inclusive sem compor e nem gravar. Cinco anos depois gravou juntamente com Yoko Ono um belissimo album recheado de poesias chamado Double Fantasy que acabou sendo seu ultimo trabalho. 

Quanto às suas músicas sou suspeito em falar delas e confesso uma dificuldade muito grande em escolher a melhor mas ouso  fazer uma escolha de tres composições que traduzem fases bem distintas de sua vida mas que revelam sua personalidade sonhadora e ativista ao mesmo tempo.

A primeira ainda como Beatle chama-se Strawberry Fields Forever e faz um chamamento para uma viagem interior. Me parece inspirada na fase psicodélica e lisérgica que os quatro andaram experimentando.

A segunda já como solo chama-se Mind Games e a chamada é na direção de que todos devemos jogar jogos mentais. Pensar na paz e no amor. Pode ser que a corrente do pensamento faça florescer o amor sobre a terra.

A terceira  é do album Double Fantasy e é uma lindissima declaração de amor chamada Woman em que Lennon confessa-se totalmente entregue ao amor de sua mulher ( Yoko) e é dela dependente.

Logo depois das fotos estão os videos, espero que voces gostem. Espero que o Edu goste.

Fiquem em paz,

Jonas

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Minha silenciosa vingança


Do outro lado da rua do nosso prédio, bem em frente, tem uma dessas casas que são alugadas para eventos e festas. Festas que geralmente acontecem no fim de semana e vão até lá pelas 2:00 da madrugada. E festa que se preza tem musica alta e de preferencia ao vivo. E como não poderia deixar de ser, meu quarto fica de frente para a tal casa. Já podem imaginar que nos dias de festa eu não durmo muito bem não.

E na ultima festa o pessoal mandou as favas e de vez a tal da Lei do Silencio e a festa seguiu animadissima até as 03:30 hs.

Eu acordei lá pelas 00:30 e de inicio tolerei e até gostei do repertório da banda que estava tocando. Esperançoso de que logo fosse acabar eu até pensei comigo mesmo que no dia seguinte iria procurar o sindico para saber se alguém um dia tinha tentado tomar alguma providencia a respeito disso.

Em seguida, e já completamente desperto, comecei a pensar que eu mesmo – no dia seguinte- iria procurar os orgãos responsáveis por fazer respeitar a lei. 

O tempo foi passando e a banda começou a tocar roques dos anos 60 e nesse momento eu comecei a me imaginar usando blusão de couro,  calça jeans e, junto com minha gangue de motoqueiros, eu parava na frente da tal casa, chamava todo mundo pra briga. E depois do quebra-quebra eu saia satisfeito com a paz retornando ao lugar.

Foi quando a banda passou para uma ou duas musicas italianas tipo tarantela e então na minha cabeça eu estava desembarcando de um baita sedã preto bem na porta da casa, junto comigo, vindos em mais tres sedãs pretos, dez sujeitos invocados protegiam minhas costas enquanto eu – em um encontro reservado com o dono da festa – exibia para ele uma foto da propria mãe, dizendo que estava preocupado com a saude daquela boa senhora pois eu acabara de ve-la amarrada e sendo embarcada em um barco de pesca lá no cais. O dono da festa saiu correndo e o silencio reinou.

A banda tascou essas musicas “pulantes” e o cantor gritou: tira o pé do chãããooo! E eu me vi com meu pelotão de ninjas descendo de escadas de corda pendentes de helicópteros que sobrevoavam a tal casa. Todos armados de metralhadoras e lança-chamas. Ouvi pratos, copos, sopeiras e saladeiras sendo estilhaçados pelas rajadas e, ao mesmo tempo, os lança-chamas assavam as carnes dos presentes. Os musicos fugiam gritando e tudo ficou quieto.

Mas eu continuava a ouvir muito barulho e que não identificava mais como música mas sim como de parabrisas dos automoveis estacionados em frente a festa e que eu quebrava com meu bastão de beisebol e em seguida ouvi explosões de dinamites que eu coloquei no alicerce dos muros que  faziam tudo ruir e por ali passavam as pessoas fugindo apavoradas e finalmente a paz podia ser ouvida.

A banda passou a tocar um frevo e nesse exato momento eu entrei na festa. Estava fardado e com muitas estrelas brilhando em meus ombros e dezenas de insignias enfeitando meu peito, e eu gritava para meus 30 comandados: prende todo mundo ! Vai todo mundo passar a noite em cana. Foi quando o cantor gritou: valeeeeeu pessoal! Boa noiteeeee!. 

Tudo ficou verdadeiramente quieto, já eram quase  03:30, e então eu dormi. Dormi  o sono daqueles que tem consciencia do dever cumprido.

Fiquem em paz,

Jonas
fogo

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Trocar palavras

É comum algumas palavras serem substituidas por outras a fim de que a mesma coisa passe a ser interpretada de maneira diferente ou menos preconceituosa, mais aceitável.

Dois exemplos: antes referiamo-nos aos com mais idade como velhos, sendo que com o passar do tempo velho passou a ser sinonimo de coisa ultrapassada, então agora as pessoas de mais idade são idosas. Os veados – essa palavra não era dita em casa de familia – agora se chamam gays cuja expressão foi integrada ao vocabulário de todos nós sem conotações pejorativas.

Estou achando que é hora de pensarmos na palavra amor. 

Dizer amor nos remete à renuncia, zelo, atenção, fidelidade o que, na maioria das vezes, exige presença. O amor que conhecemos e entendemos quase sempre só pode ser praticado através da convivencia mutua e do conhecimento reciproco. 

Pode ser muito dificil entender que amor pode ser praticado entre estranhos proximos ou distantes.

Além disso tudo, a palavra amor traz – a depender do caso – proposta de compromissos que podem não corresponder ao que verdaderiamente estamos a fim. E acima de tudo é muito confuso declarar amor por pessoas que nunca vi, não conheço e jamais conhecerei.

Estou falando tudo isso por que toda a humanidade anseia por amor e passamos nossa vida toda querendo amar e ser amados. Mas tem um conflito aí que surge justamente dos significados mais comuns da palavra amor. É complicado eu dizer que amo minha vizinha. Um pai pode ter um ataque cardiaco se o filho dizer que ama o amiguinho da escola. O chefe pode ser processado por assédio sexual se disser à sua secretaria que a ama. E alguém me chamará de exagerado se eu disser que amo os esquimós.

Que tal trocar por respeito? Está aí uma palavra pouco usada e quem tem quase todos os significados da palavra amor mas não carrega os mesmo compromissos. Respeitar é não burlar, não ferir, não lesar, não magoar, etc... E pode-se muito bem respeitar sem conhecer, sem conviver.

A Rita não ficará com ciume se eu disser que respeito a vizinha e o chefe não levará um tapa e um processo se disser que respeita a sua secretária. Eu serei visto com um bom cidadão se disser que respeito os esquimós.

Vivemos uma crise muito séria de humanidade. Não alcançamos ainda a plenitude de seres humanos. Talvez seja a hora de repensarmos o que realmente sentimos e dar o nome certo para isso. Talvez tudo se torne mais assimilável, mais palatável. 

Quem sabe as igrejas cristãs modifiquem o enunciado do decimo primeiro mandamento ensinado por Jesus Cristo trocando o “ amai-vos uns aos outros” por “ respeitai-vos uns aos outros”?

Talvez uma mexidinha no vocabulário acabe por causar a revolução ética que tanto queremos.
Quem sabe?

Fiquem em paz

Jonas
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sábado, 2 de outubro de 2010

03-10-10

Me basta o dia 03-10-10   !



Fiquem em paz

Jonas

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tem coisas que não se compram por propaganda


Tem um restaurante na praia de Calhetas que fica aqui perto do Recife  e que tem em suas paredes, como muitos restaurantes costumam ter, fotos do dono do lugar junto com gente famosa  que aparece por lá.

O objetivo é óbvio: é divulgar o restaurante como um local frequentado por gente famosa de várias áreas parecendo assim uma espécie de aval de que o lugar é bom.

Essa é uma prática bem antiga usada na propaganda, não é de hoje que se vê gente famosa emprestando seus rostos e suas vozes para vender produtos.

Isso existe unicamente por causa de nosso culto à personalidade, uma regra não escrita, mas que consiste em valorizar aquilo que as personalidades famosas fazem ou dizem que fazem, que torna muitas coisas certas e boas. Toma-se como o melhor tudo que os famosos dizem que é.

Para mim isso pode funcionar muito bem para bancos ou marcas de sabão em pó.

Uma praia como Calhetas não precisa disso. Não há rosto de conhecido que seja mais bonito do que o próprio lugar. Acho um equivoco do dono do restaurante não valorizar o que é realmente bonito por ali. O que vale mesmo é olhar aquela paisagem e deixar que tudo venha a flor da pele.

E ultimamente eu tenho tido a sensação de que os consumidores de tudo em geral estão ficando mais atentos. Aos poucos eu observo que as referencias de terceiros interferem cada vez menos nas decisões de comprar e consumir algo. Existem coisas que não se compram assistindo TV e lendo jornais, ou indo às lojas.

Tem muita coisa sendo comprada com as emoções de cada um, com o proprio bem estar, com as experiencias pessoais de cada individuo. Parece que existem coisas que são compradas com a alma e essas compras certamente são muito mais acertadas.

Quem quiser entender que entenda.
 E tem uma musica - adivinhem de quem- bastante apropriada para traduzir isso que quero dizer. A composição é de George Harrison e é uma gravação dos Beatles da época em que experimentavam a musica indiana. Para nossos ouvidos de brasileiros lembra muito um xaxado. Chama-se The Inner Light ou A Luz Interior.
 

Publico apenas a letra em portugues.

Fiquem em paz,

Jonas

The Inner Light - A Luz Interior

Sem sair da minha porta
Eu posso conhecer todas as coisas do mundo
Sem olhar pela janela
Eu posso saber todos os caminhos do paraíso

O grande apenas viaja...
O pequeno apenas sabe...
O pequeno realmente sabe...

Sem sair da tua porta
Tu podes conhecer todos as coisas do mundo
Sem olhar pela tua janela
Tu podes conhecer todos os caminhos do paraíso

O grande apenas viaja...
O pequeno apenas sabe...
O pequeno realmente sabe...

Volte sem sair...
Veja tudo sem olhar...
Faça tudo sem fazer...