segunda-feira, 21 de setembro de 2015

.... e hoje plantei azaleia

Meu aniversario hoje está sendo comemorado com o recato e a simplicidade que estes tempos bicudos recomendam.

Nem sempre foi assim e não será sempre assim. 

E por conta das circunstancias - hoje é dia de folga, uma velha vontade meio adormecida de cuidar de um jardim e reanimada nos ultimos tempos  - plantei hoje em nosso jardim uma azaleia que recém compramos 
.

A compra do pequeno vaso foi motivada pelo fato de termos uma azaleia plantada em um vaso já há muitos anos, e foram tantos anos que o pequeno arbusto por falta de espaço acabou por morrer, ou esta semi-vivo não sei bem mas o fato é que não deu flores este ano.

Então o projeto era plantar uma azaleia no chão do jardim que é onde as azaleias gostam de estar, para ficarem grandes e florirem como as azaleias costumam ser grandes e floridas.

E enquanto plantava a dita azaleia meus pensamentos voavam, trazendo e levando imagens de bonança e de fartura e ao mesmo tempo de adversidades e escassez, de fim de inverno e de começo de primavera, de quantos fins e recomeços eu já vivi na minha vida. De tantos momentos em que as coisas pareciam estar por um fio e de repente surgiam horizontes largos e ensolarados.

Minhas mãos em concha acomodaram o pequeno pé azaleia no buraco que fiz no chão. 

Fiz isso com a absoluta certeza de que daqui um ano o pequeno pé não caberá, assim inteiro, em minhas mãos, já será quase um arbusto e, tomara, cheio de flores.

E naqueles dias, e um deles será o mesmo de hoje, eu me sentarei em torno da mesa com meus filhos, minha esposa, meus amores todos e brindaremos a vida que nos chega sempre de todos os lados, não embalada em papeis coloridos mas pulsante de amor e carinho, cheia de alegria por nos sabermos amados.

Fiquemos em paz.




quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Quem quer matar a Conceição Oliveira?.

Acabo de ler no Viomundo postagem de Conceição Oliveira, ou Maria Frô, blogueira e ativista incansável na qual ela mostra comentários de um internauta virulentos e ameaçadores postado em seu
- dela - perfil no Facebook.

Com justa razão Conceição Oliveira, enraivecida encaminhou reclamações à administração do Facebook e desta recebeu a resposta padrão de que os tais comentários ameaçadores não violam seus padrões de comunidade.

O sr Facebook, também conhecido como Mark Zuckerberg, trata a todos nós, usuários da rede social, como iguais, não por princípios sociais ou antropologicos mas puramente mercadológicos.

O Facebook como se sabe é uma enorme vitrine em que nós somos os produtos. Ofensores e ofendidos tem o mesmo valor no mercado de venda de informações, ou perfis, local da principal atividade e fonte da montanha de bilhões de dólares arrecadados pelo sr Facebook.

Não há que se esperar, como não se espera de comerciante algum, que o sr Facebook vá retirar de sua vitrine um só produto baseado em códigos subalternos ao capitalismo mais selvagem como a ética, a civilidade, a educação e outros.

O único raso e estranho código moral que o sr Facebook aplica em sua rede social diz respeito à nudez. E digo estranho porque não é fácil imaginar que alguém possa ver na nudez virtual  um risco para seja o que for.

A respeito disto a única coisa que me ocorre é o temor de que o Facebook possa se tornar um território dominado por masturbadores e vá se saber se esse  tipo de individuo tem baixa cotação no mercado de venda de perfis. Não é?

Percebe-se então que quem quer matar Conceição Oliveira e tantos de nos é o capitalismo: pela destruição em massa de códigos de boa conduta, respeito mutuo e civilidade, ausentes  cada vez mais nas redes sociais.

Quem quer matar a Conceição Oliveira e todos nós é o mesmo capitalismo que nos obriga agora a assistir esta insana fuga para a morte dos habitantes dos países do Norte da África.

O sr Facebook parece ter descoberto uma maneira de juntar riquezas promovendo ódios e guerras bem mais eficaz que as guerras fabricadas pela CIA, pois tem a vantagem adicional que suas vitimas nos intervalos de suas dores podem assistir vídeos de gatinhos dançantes, ursinhos carinhosos e débeis mentais em busca de seus minutos de fama.