Via Conversa Afiada
Como se sabe, o colonista (*) dos múltiplos chapéus,
aquele que tem uma seção de “Livros” na Folha (**) e no Globo (dose
dupla de PiG (***) !!!) aos domingos, pensa que é o único brasileiro que
compra na Amazon.
(Neste domingo, o de múltiplos chapéus
defendeu a tese de que a Comissão da Verdade não levará à revisão da lei
da Anistia. É o que em Harvar (é assim mesmo, revisor. Obrigado. PHA)
se chama de wishful thinking.)
O ansioso blogueiro teve a
petulância de comprar também na Amazon o livro “The Growth Map –
Economic Opportunity (não se trata de um banqueiro condenado a dez anos
de cadeia) in the BRICs and Beyond”, de Jim O’Neill, chairman do
Goldman Sachs Asset Management e criador do acrônimo BRIC.
O PiG (**) e suas penas amestradas, como diz o Ciro, odeiam os BRICs.
Como a Presidenta foi à Índia numa reunião dos BRICs, o ódio se manifestou de várias formas.
Um editorial do Estadão chamou os BRICs de “comédia”.
A
Folha (**) neste domingo disse que os BRICs estão na infância, não
servem para muita coisa e, se tudo der certo, chegarão à maturidade
quando o Otavinho já tiver vendido a Folha ao Tanure.
Qual é o problema dos BRICs para a Urubóloga, por exemplo ?
É
que “BRIC” foi a solução engenhosa que o Jim O’Neill encontrou para
sintetizar o que está NA cara de qualquer um: que o Brasil, Rússia,
Índia e China (a África do Sul não faz parte do time do O’Neill) serão,
juntos, breve, maiores que as economias do G7.
E que eles são a
expressão de uma nova ordem econômica mundial, com o relativo
enfraquecimento, primeiro, da União Soviética e, depois, da União
Européia e dos Estados Unidos.
É o óbvio dilacerante !
Mas,
para os Urubólogos e a elite (a pior de todas é a de São Paulo, porque,
ainda por cima, é separatista) isso seria o desmentido de suas teses
fracassomaníacas.
Os colonizados continuariam colonizados – com
ou sem a Amazon – e o Brasil lá em cima, com o Nunca Dantes e a JK de
Saias a dar bye-bye a Demóstenes, Cerra, Agripino e Civita – e suas
penas amestradas.
Mas, é o próprio O’Neill quem conta isso, de forma mais elegante, claro.
Na
pág. 49, ele conta que, em 2003 (logo, Governo Lula; atenção, amigo
navegante !) , quando veio ao Brasil falar sobre o futuro papel dos
BRICs, ALGUNS BRSILEIROS IMPLORARAM PARA QUE ELE NÃO FIZESSE ISSO !
(ênfase minha – PHA).
Os brasileiros “begged”.
Pelo amor de Deus, não ponha o Brasil nesse time !
Please !
Please !
I beg you, Jim !
Alguns “brasileiros” diziam que ele só incluiu o Brasil porque tornaria o acrônimo mais sonoro.
Ou porque faria um trocadilho com “brick” – tijolo, em inglês.
Mas, ele insistiu.
Um
dos mais céticos foi um diretor brasileiro (?) do Goldman, Paulo Leme,
que hoje é o rei da cocada preta do Goldman aqui no Brasil.
Paulo Leme era um dos “céticos “, diz O’Neill !
Na
verdade, logo antes da eleição do Lula em 2002, o Goldman, em Wall
Street, montou um “Trem Fantasma” com gritos lancinantes e figuras
amedrontadoras, para anunciar o fim do mundo, caso Lula fosse eleito.
Dali do Goldman saíram as especulações mais sinistras contra o Lula !
Havia projeções alucinadas da cotação Real com Lula.
O’Neill conta que não deu a menor bola para as cassandras tupiniquins.
Quando voltou para casa, comprou alguns Reais.
Vendeu depois de três meses.
E foi um grave erro, ele diz.
“Porque nos últimos seis anos, o Real se tornou um moeda espetacularmente (literal, “spetacularly”) forte”, diz ele.
Na página 52, diz O’Neill:
“… in retrospecto, Lula se tornou o maior (“greatest”) formulador de políticas do G20 da primeira década do Seculo XXI.”
É por isso que a elite e os urubólogos da vida não queriam que o Brasil entrasse nos BRICs.
Para não ter que cortar os pulsos.
Paulo Henrique Amorim
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