APARECIDA - Após dar três pulinhos para São Longuinho em agradecimento
por ter vencido, enfim, uma eleição, José Serra prometeu fazer o trajeto
até sua casa de joelhos. Percorreu dois metros e, esbaforido, pegou um
taxi. "Era só uma promessazinha. Não registrei em nenhum cartório",
disse, fazendo o sinal da cruz.
Empolgado por ter conseguido 52% dos votos nas prévias do PSDB, Serra
argumentou que o resultado deve ser encarado como uma resposta
contundente e definitiva aos que o acusam de tergiversar em seu
compromisso frente ao Palácio do Anhangabaú. “Se ninguém contesta quando
venço com metade dos votos, por que reclamariam se dou meu trabalho por
encerrado a meio caminho de cumprir o mandato integral?”, argumentou.Serra prometeu assinar um documento no qual se comprometerá a não deixar a Prefeitura até pelo menos abril de 2014, “excluindo-se a Semana Santa e o Carnaval”. Caso permaneça na capital durante tais feriados, será permitido que desconte os dias, adiantando assim a renúncia para meados de abril, “ou finzinho de março, na eventualidade de abrir uma vaga no Banco Mundial, OEA, OTAN, UNESCO, FMI, Mercosur, CBF, diretoria do Palmeiras, FIESP ou Big Brother Brasil”.
Um apêndice do documento atestará que, se porventura a presidenta Dilma renunciar, o vice-presidente Temer decidir mudar-se para Miami ou Piracicaba e o ex-presidente Lula ainda não estiver com a saúde inteiramente restabelecida para poder apoiar a candidatura de Edison Lobão à Presidência da República, Serra também se permitirá deixar a Prefeitura, “mas não antes de pelo menos 72 horas de dedicação integral às questões que afligem o cidadão paulistano”, assegurou.
Com um gesto solene, tomou um lápis e assinou o documento, não sem antes testar a eficácia da borrachinha na extremidade oposta do grafite.
Com um hóstia na boca, o tucano explicou que decidirá, em breve, o nome de seu vice. "Gosto daquele rapaz do Vaticano, o João Paulo II. Ele é quase tão coroinha quanto eu". Ao ser informado que João Paulo não era mais o Papa, demonstrou surpresa: "Mudou?", perguntou a assessores.
Após o vazamento da informação de que pretendia incorporar um Papa à sua chapa, Serra apressou-se em negar que tenha convidado Bento XVI: "Esse novo Papa tem cara de petista", despistou, enquanto prometia despoluir o Tietê com água benta.
Assustados com a quantidade de derrapadas nos discursos de José Serra, membros do PSDB tentam fechar alianças para diminuir o tempo de TV do candidato. "Estamos analisando a ideia de colocar o Silas Malafaia para dublá-lo", explicou FHC.
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