domingo, 16 de fevereiro de 2014

Quando a esculhambação começou? Você sabe?

Não acredito que a vida humana e seus comportamentos possam ser pontuados, datados e terem seus começos marcados em um tempo exato.

Acredito mais naquela frase de Newton que diz que pra cada ação uma reação e, sendo assim, vejo tudo como um processo seja evolutivo ou não, seja apenas de mudanças para o lado ou para trás, mas acho mesmo que um tudo é consequência de outro tudo e que a vida é uma grande rede tecida simultaneamente em todos os cantos do universo.

As vezes forçamos a barra para uma determinada coisa acontecer hoje e nos frustramos se não acontece, ao mesmo tempo nos perguntamos por que acontecem coisas não previstas. E no dia seguinte vemos que o que queríamos nem era assim tão importante e o imprevisível é que se tornou o desejável.

Mas estou divagando.

O que quero falar é sobre nosso momento político ( político é modo de dizer pois se parece muito mais com exercício de ódios e escárnios, calunias e hipocrisias ) e não me parece possível, como eu já disse no inicio, precisar o momento em que esta beligerância, este sentimento do "nós contra eles", este Fla x Flu de quem rouba mais, começou. Isto vem evidentemente de um processo ao longo do tempo em que muitos agentes da Republica, da Sociedade Civil, das Igrejas, da grande Imprensa foram tornando cada vez mais raso o debate sobre os destinos da Nação, cada um autoproclamando-se o dono da moral e dos bons costumes, sendo que esta moral e estes bons costumes é sempre o "outro" que despreza.

Eis que no entanto a revista Época da semana passada resolve pontuar sobre a razão de toda esta animosidade, em lugar de debate, atribuindo à ala progressista da política nacional as agressões verbais e até físicas que estamos assistindo. A revista acusa os ditos blogs sujos de receberem verbas oficiais para incendiar o debate, e esculhambar a tudo e a todos.

O argumento das verbas é idiota. Verba por verba ( se é que os blogs sujos a recebem ) a mídia corporativa recebe bilhões por ano. Sem anuncio oficiais a mídia oposicionista não existiria tal e qual ela existe. Além disso os blogs sujos não devem ter nem 10% de audiência da mídia corporativa o que torna sua capacidade de influencia nos debates praticamente nula.Mas deixemos isso pra lá.

E como era de se esperar essa tese começa a ganhar força entre os não-pensantes da manada chamada articulistas da grande imprensa e começam a pipocar argumentos semelhantes, ou seja de que a culpa de tudo é da situação e seus simpatizantes. Dora Kramer em O Globo de hoje também quer pontuar o inicio do escracho nacional no momento em que Lula recém-empossado presidente posou para fotos usando um boné do MST o que segundo ela é ( estou resumindo ) um movimento violento. Dora Kramer não sabe ou finge não saber nada sobre o MST.

Então já que é assim esse impertinente e  modesto blogueiro ( gratuito ) também pode tentar pontuar o inicio da esculhambação política brasileira no exato momento do golpe de 1964.

Duas ações da ditadura militar poderiam ser fatores determinantes para chegarmos ao ponto em que chegamos em nosso pobre debate político:

- O fechamento do Congresso Nacional e a cassação de praticamente todos os integrantes  daquela Casa passando a mensagem subliminar que uma Nação não precisa de parlamento e parlamentares e que as ideologias políticas são desnecessárias para um povo. Vide nos dias de hoje a repulsa aos partidos políticos.

- A censura radical exercida nas redações de jornais e tevês impondo o pensamento único para  todo o país e criando gerações de analfabetos políticos e ignorantes a respeito de como funciona uma democracia. Vide, mais uma vez, a pouca disposição para mudar tudo-isso-que-esta-ai via debate democrático.

A "saudade" que mesmo os muito jovens nos dias  sentem da ditadura pode explicar essa preguiça de pensar a política e dela  tomar parte. Fica bem mais resolver na base do você-é-fedapê-e-tem-mais-é-que-levar-porrada. Não era assim na ditadura?

É sempre bom lembrar que a censura ditatorial  incorporou-se ao DNA da grande mídia corporativa o que faz com que nos dias de hoje existam tantas distorções nas informações transmitidas pelos chamados órgãos de imprensa. Não é a toa que, de acordo com que todos ficamos sabendo, o sr Ali Kamel - o todo-poderoso do jornalismo Global-  distribuiu memorando para suas filiais e associadas recomendando que evitem pautas positivas a respeito da Copa do Mundo, com o claro objetivo de ajudar a esculhambar um governo democraticamente eleito.

Então é isso. Joga-se mais uma partida desse interminável jogo do você-fez-eu-não-fiz em lugar de deitar uma olhar menos raivoso e rancoroso na busca de melhorar a cultura política do Brasil e, por tabela, construir uma Nação digna deste nome.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Escolhendo o candidato através de seu eleitor

A foto mais comentada da semana foi de um certo Antonio Mahfuz que aparece ao lado de Joaquim Barbosa em Miami e sob cuja foto o tal Antonio acrescentou uma estranhíssima legenda: “Sob a mesma luz que guiava os peregrinos no deserto! Renasce a esperança com o Justiceiro. Thanks God!”

Serviu pra sabermos ao menos de duas coisas:  que o sr Mahfuz é um mega condenado por calotes diversos e que Joaquim Barbosa deveria recolher-se à discrição que sua função exige em lugar de portar-se como um pop star e acabar pagando micos como aparecer sorrindo ao lado de um condenado, categoria de pessoas a quem ele se referiu como "não quer conversinha" e que merecem o ostracismo.

Chama a atenção também a tal legenda que é para mim uma mistura de fé religiosa ( "peregrinos no deserto" e "Thanks God" ) com justiçamento ( "Justiceiro" ) coisas que em principio não deveriam andar juntas.

E junto com tudo isso pude observar que tanto Antonio Mahfuz quanto seus contatos no Facebook chamam JB de Presidente da Republica e como não podia deixar de ser, esculhambam a pessoa do Lula e fazem um leitura totalmente irreal do Programa Mais Médicos. Não fui mais fundo em suas publicações por que não tenho muita paciência com miopia politica.

Não pude deixar de fazer uma conexão entre sr Mahfuz e a legião de Branca Leones que povoa não só o Facebook mas também os espaços para comentários nos portais de noticias e blogs web afora, desferindo todo tipo de baixaria e ofensas contra o atual governo federal, caluniando, difamando ofendendo moralmente a Dilma, o Lula e  todos aqueles que assumam posições em favor de um governo progressista.

Não cabe a mim julgar a personalidade e nem o carater de ninguém por conta de comportamentos isolados, por conta de manifestações pontuais sobre suas preferências políticas. Não é disso que quero falar.

Mas é preciso perguntar: por que pessoas que se parecem muito mais com guerrilheiros do que militantes políticos se descobrem simpáticos ao candidato A ou B?  De onde será que surge a empatia entre esse analfabetos políticos e os candidatos que defendem? Por que muitas dessas pessoas assumem a defesa destes candidatos xingando e agredindo de qualquer jeito os que deles divergem?

Eu se fosse candidato a qualquer coisa e tivesse simpatizantes homofóbicos, racistas, preconceituosos de todo jeito, eu me sentiria constrangido.

Vai daí que mesmo sabendo que esse meu Saúva não é nem um pouco influente e ainda mais que meus leitores e leitoras são raros e poucos, mesmo assim sinto-me a vontade para dizer uma coisa: se você é eleitor ou eleitora, de algum jeito você é um representante de seu candidato mesmo que não de maneira formal. Então nada melhor que cuidar da linguagem, dos argumentos, das reações, e enfim dos comentários, na defesa de suas ideias e daquele que você escolheu para ajudar a eleger.

Um candidato bacana só pode ter um eleitor bacana não é?


domingo, 2 de fevereiro de 2014

O que a mãe do Haddad tem a ver com isso?

Proximo aqui de casa existe um posto de serviço da Prefeitura, o CREAS - Centro De Referencia Especializada De Assistência Social - cuja missão é dar assistencia e acolhimento aos individuos em situação de rua.

As equipes de funcionários deste lugar saem pelas ruas abordando seu publico alvo a fim de, não só, tabular números para estatísticas ( parece que o mundo de hoje não funciona sem gráficos ) mas também encaminhar aquelas pessoas aos albergues e outros serviços públicos.

Este posto também atende aos que o procuram pessoalmente e que geralmente são familiares de dependentes químicos em crise.

É de se supor então que os funcionários deste serviço sejam pessoas minimamente informadas a respeito dos graves problemas sociais que atingem as pessoas em situação de rua e suas quase sempre inevitáveis consequências que são o alcoolismo e o uso de drogas.

De vez em quando eu tenho oportunidade de bater um papo com os colaboradores deste lugar e ontem foi uma dessas vezes. E apenas para provocar uma conversa, perguntei a ele se internamente eles discutiam ou tinham conhecimento da Operação Braços Abertos executada lá na cracolandia.

Para minha surpresa o sujeito disse que não, que não tem conhecimento e que não existem informações internas sobre isso e o que ela sabia era que : " dia destes a Policia Civil foi prender uns traficantes na cracolândia e o fedapê ( ele disse o palavrão completo ) do Haddad achou ruim"

Diante da explicita e gratuita ofensa a Haddad e da subentendida desqualificação da Operação Braços Abertos respondi de bate pronto  dizendo que foi o DENARC e não a "Policia Civil" que havia executado as tais prisões e aproveitei para citar o que disse o traficante Juan Carlos Abadia que "para acabar com o trafico em São Paulo, bastava acabar com o DENARC.", e que, como se sabe, não são poucos os policiais daquele departamento de policia envolvidos com corrupção e subornos de toda natureza junto com traficantes, o que pelo menos em principio desqualifica a ação do DENARC como inquestionável.

Mas isso seria apenas o inicio de nossa conversa que infelizmente foi interrompida neste ponto e o que restou para mim foi a admiração de ver um funcionário da Prefeitura de São Paulo que atua justo em uma área supostamente com fins sociais, e que leva "Assistência Social"  no nome, ter uma visão - talvez se possa dizer que não tem visão nenhuma - tão estreita sobre o grave problema que atinge praticamente todos os indivíduos moradores de rua, e pelo que eu entendi o mesmo não recebeu de seus superiores nenhuma informação/atualização sobre ações da Prefeitura nas outras áreas da cidade.

Fiquei pensando, não sem um certo desapontamento, sobre o tipo de dedicação que esse rapaz aplica ao executar suas tarefas.

Talvez isso seja resultado da terceirização excessiva de serviços da Prefeitura ( ao menos em São Paulo é assim ) em que creches, postos de saúde, serviços sociais, hospitais e muitos outros são entregues a iniciativa privada cujos prestadores do serviço não estão, ou não tem obrigação de estar, comprometidos com o resultado social das ações levadas a cabo mas apenas com números a cumprir devido cláusulas contratuais. 

Não há, parece óbvio, interesse dos administradores contratados em fazerem funcionar as políticas do Prefeito de plantão talvez para não mostrar comprometimento com sua linha ideológica e não sofrer prejuízos financeiros no futuro, quando o o ocupante da Prefeitura mudar e cancelar seus contratos.

Temos assim mais um desastre da política neo liberal do estado mínimo onde, repito, há mais interesse em resultados numéricos - numero de atendidos, numero de matriculados em creches, essas coisas - do que em melhoria da qualidade de vida da população. 

O que resulta em que as atividades sexuais da mãe do prefeito entra na discussão sem o que nem para que.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O moço do shortinho branco e os onibus lotados.


Aqui em casa temos o hábito de ouvir rádio. Muito mais por conta da Rita do que por minha conta. E pela manhã, durante a café da manhã, o rádio quase sempre fica sintonizado na Bandeirantes, no jornal Primeira Hora.

Programa antiquíssimo, pra lá de 50 anos no ar, cujos nomes dos comentaristas atuais nem cito pois não vale a pena.

Sei que historicamente esse jornal faz dobradinha com outros grandes veículos de São Paulo em especial a Folha e o Estado  compondo o braço midiático do PSDB paulista e sendo certo também que em décadas passadas foi malufista até a medula. 

Pode ser que o meu raro e caro leitor ou minha rara e cara leitora me pergunte por que ouço essa tal rádio em momento tão importante do dia como o café da manha e eu respondo que além de, como eu já disse, ser um hábito da Rita e sobre o qual não faço objeções, aproveito para ao menos ouvir noticias. 

Mas de vez em quando ouço uns comentários difíceis de deixar alguém calado.

Atualmente os integrantes do programa estão empenhados em criticar as providencias de Haddad – o prefeito de São Paulo – no sentido de melhorar as condições do transporte coletivo na cidade, providencias estas centradas em especial na criação de corredores exclusivos para ônibus por praticamente toda a cidade.

A ideia das faixas exclusivas é uma resposta à necessidade de aumentar a velocidade dos ônibus diminuindo o tempo das viagens dos passageiros paulistanos. Coisa óbvia e que não precisa nem de boa vontade para entender. 

Diminuição de tempo de viagens significam menos desconforto, mais tempo disponível para qualquer outra coisa e é possível até a diminuição do numero de ônibus circulando pela cidade. Mais que isso tudo torna a cidade menos desumana.

Óbvio também é que tal providencia, a da faixas exclusivas, reduz o espaço dos automóveis particulares nas ruas, vai dai que os citados comentaristas, certamente usuários contumazes de seus veículos até mesmo para ir até a padaria, passaram a defender os motoristas e seus carros particulares repetindo todos os dias baboseiras como

ah! Será que o prefeito imagina que os motoristas que circulam pela cidade são indivíduos que acordam dez da manhã e colocam seus shortinhos brancos para irem jogar tênis?   

Olha o nível da critica!

Não seu bobão. Acontece que muita gente prefere usar seu carro particular por que o transporte coletivo tem sido tratado por sucessivas administrações que você apoia, como coisa secundária, dai que ficou uma porcaria.

O moço do shortinho obviamente não é filho daquela mãe que precisa levar o filho ao medico logo cedo e que sofre os sufocos de um ônibus apertado levando uma criança pela mão. Certamente não é neto daquele idoso que, não importa aonde ele vá, é amassado, empurrado e desrespeitado em sua fragilidade em um ônibus superlotado em que a cortesia é a ultima coisa praticada no meio do salve-se quem puder para chegar ao destino. E muito menos esse moço deve ter próximo de si pessoas que usam transporte coletivo diariamente e que sabem contar péssimas historias de desrespeito ao usuário.

Sem perceber, quando o moço do shortinho atribui ao prefeito um desconhecimento tão grande sobre os motoristas da cidade ele diz de si mesmo que não sabe nada sobre usuários de ônibus.  

Criticar providencias que privilegiam o transporte coletivo mesmo que, eventualmente,  sejam em prejuízo do transporte individual (mas nem sempre são ) é não reconhecer que usuários de transporte publico são seres humanos que tocam suas vidas com a mesma tabela de importâncias e necessidades que os usuários de transporte particular. 

Com a vantagem extra de que o ônibus transporta até 60 vezes mais pessoas de uma vez só, exigindo um aparato publico muito menor de estruturas viárias (avenidas, viadutos, fiscalização, conservação, etc.) que aquele dedicado à circulação de automóveis particulares. 

Tomara que Haddad acerte no seu projeto de não apenas melhoria do transporte coletivo mas quem sabe até consiga que o moço de shortinho branco vá jogar tênis de ônibus. Vai ser engraçado ver.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Para o Estadão melhora de transporte coletivo é demagogia

Em editorial publicado nesta quita feira, dia 10, o jornal O Estado de São Paulo chama de demagógicas e eleitorais as medidas anunciadas por Haddad, prefeito da capital, pra melhor o sistema de transporte coletivo do município. Simplório, como sempre são simplórios os que fazem a critica apenas pela critica, o jornal não dá a menor dica de alternativas. Não gosta do que esta proposto e pronto.

Vamos ver passo a passo o tal edital.

Ao levantar a bandeira (eleitoral) da mobilidade urbana, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, assumiram o papel de defensores dos sem-carro e passaram a combater, sem pensar nas consequências, a multidão dos que se atrevem a sair às ruas em seus automóveis, mesmo tendo de enfrentar grandes congestionamentos todos os dias. Os congestionamentos são cada vez maiores, mas a dupla já começa a acumular resultados "positivos" nessa batalha, mais do que ousada, demagógica.

Reparem nas palavras "combater" e "batalha". Impressiona como usos de termos beligerantes são cada vez mais usados em todos os assuntos que são elevados à categoria política e ideológica. Pior que isso só mesmo a conclusão de que o prefeito de uma cidade na qual circulam mais de cinco milhões de automóveis pretende de maneira deliberada prejudicar a circulação desses veículos. 

Ela deve melhorar a arrecadação da Prefeitura com o aumento das multas de trânsito e, assim, ajudar a pagar os subsídios às empresas de ônibus, que, com o congelamento da tarifa, devem atingir no próximo ano a impressionante quantia de R$ 1,65 bilhão.

Já é histórica nesta cidade a chamada indústria da multa. Não foi inventada agora para subsidiar nada. Esse estratosférico numero serve para manter o próprio sistema de fiscalização e administração e equipamentos de tudo que envolva o assunto transito na cidade.  É um erro é verdade. Antes disso o poder publico teria que se preocupar em educar o motorista para que não cometesse infrações. Mas isso é assunto pra outra hora. Fica anotada porém a tentativa inequívoca do editorial misturar providencias na melhoria do transporte publico com arrecadação de multas.

Estima-se que os recursos provenientes das multas crescerão 22% em 2014, atingindo R$ 1,2 bilhão, um novo recorde. Nos primeiros oito meses deste ano, dos 6,4 milhões de multas aplicadas aos motoristas que circulam pela capital, 352,5 mil foram flagrantes de invasões em corredores e faixas exclusivas de ônibus, registrados por um exército de 1,5 mil fiscais de trânsito da CET e mais 690 da São Paulo Transportes (SPTrans).

Fato: as infrações foram cometidas e o responsável deve ser multado. Ou não?

Os donos dos 7 milhões de veículos da capital parecem não ter importância. Eles seriam apenas pessoas egoístas que rejeitam o transporte público. É como se não tivessem compromissos diários, serviços a prestar e nenhuma relevância para a vida econômica e social da cidade

Ululantemente óbvio. Ou será que o jornal pensa que o prefeito pensa que todos os motoristas circulando pela cidade o fazem sem motivo nenhum? Circulam por circular? E que estes motoristas deveriam é ficar em casa? Talvez o jornal imagine que atos do prefeito e sua equipe tenham o mesmo resultado que editoriais como esse, ou seja, nenhum.
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Tanto é assim que, nas próximas semanas, aos marronzinhos se somarão 200 novos radares para ajudar na batalha contra esses paulistanos que não resistem à tentação de circular pelos corredores e faixas de ônibus - espaços em grande parte vazios -, para tentar chegar a tempo aos seus compromissos.

“Tentação de circular pelos corredores e faixas de ônibus” !? Quer dizer então que em nome da pontualidade em compromissos está todo mundo autorizado circular por faixas exclusivas, passar farol vermelho, estacionar em local proibido, trafegar na contramão?

Essa má vontade com o transporte individual prejudica a cidade. Não se discute a necessidade de dar prioridade ao transporte público e, no caso dos ônibus, de aumentar sua velocidade.

Discute-se a necessidade de dar prioridade ao transporte publico sim! De preferência uma discussão madura e construtiva, e o jornal poderia dar a sua contribuição nesta discussão indo pouco além da mera critica.

Mas não é preciso fazer isso criando dificuldades para os que usam o carro como instrumento de trabalho. Especialmente para aqueles - como médicos e enfermeiros, para citar dois exemplos - cuja profissão tem exigências que o transporte público não consegue atender.

Gostaria de saber quais são as exigências da profissão de médicos e enfermeiros que o transporte publico não consegue atender. Que eu saiba a finalidade única do transporte publico é levar as pessoas daqui para ali e nada mais que isso. O que cada um tem por profissão não é certamente um problema do transporte publico.

Portanto, em vez de tratar o transporte individual como egoísta e elitista, é preciso estudar a fundo o papel que ele desempenha na vida de grande parte da população. Quanto aos paulistanos que usam ônibus, seus problemas são a falta de conforto, de itinerários que atendam a suas necessidades e a lentidão.

Vamos deixar pra lá essa coisa de achar que o prefeito acha que transporte individual é elitista. Isso é debate ideológico e que não vem ao caso. Eis que no entanto o jornal tocou no ponto crucial. Foi preciso dizer um monte de platitudes para concluir que um dos problemas do transporte publico é a lentidão. Até que enfim. Agora diga senhor editorialista, qual é mesmo a finalidade dos corredores exclusivos para ônibus? Maior rapidez pois não?

Por isso, entre ficar espremidos em ônibus superlotados, depois de longa espera nas filas dos pontos, e suportar os congestionamentos, os que podem preferem esta última opção.

No lugar de implantar, sem planejamento e a toque de caixa, as faixas exclusivas que servirão de cenários para os próximos programas eleitorais do PT na campanha para o governo do Estado, Haddad e Tatto deveriam adotar um plano capaz de harmonizar a utilização de carros com o transporte público, de acordo com as necessidades das várias regiões da cidade.

Mais uma vez a ideologia. Não é só o PT que exibe em seus programas eleitorais as realizações de seu governo. Se o jornal não gosta dessa conduta dos partidos que o diga, mas não a torne exclusividade de um partido apenas. Agora vamos lá o que é  “harmonizar” o carro com o transporte publico. Por acaso estão em desarmonia? Onde? Quando?

Antes de reduzir o espaço destinado aos carros para forçar seus proprietários a deixá-los nas garagens, é preciso criar mais vagas de estacionamento para eles, com a construção - há muito prometida e nunca concretizada - de garagens subterrâneas. E seria bom também retomar o plano de transporte do governo Marta Suplicy que deixava os corredores apenas para os ônibus maiores. Os veículos de média e pequena capacidade seriam os alimentadores dessas linhas-tronco.

Nossa! Um elogio para Marta Suplicy?!! Marta foi eleita em 2000. De lá pra cá muita coisa mudou. A cidade cresceu em numero de habitantes, automóveis e ônibus. O que servia em 2000 pode não servir agora. E essa promessa nunca realizada de construir garagens subterrâneas? Quem fez essa promessa? Não foi o Haddad. Alias essa ideia serve justamente para estimular o transporte individual o que  bate de frente com a concentração de esforços e verbas na melhoria do transporte coletivo.

Hoje, o que se vê são todos esses veículos, às vezes quase vazios, disputando entre si aquele espaço. E muitos invadem as poucas faixas destinadas aos carros para fugir do congestionamento nos corredores e faixas.

E quem congestiona os corredores e faixas são, em boa parte, aqueles motoristas que não resistem a tentação de invadir este espaço por conta de seus compromisso, em especial – acho eu – os médicos e enfermeiros.

É preciso, em suma, mais planejamento e menos demagogia.

Eu diria que é preciso prestar atenção na cidade. Tentar torna-la mais humana para todos. E que além dos médicos e enfermeiros todos, todos mesmo, possam chegar aos seus destinos com mais rapidez.

domingo, 6 de outubro de 2013

As estapafurdices dos leitores daquele blogueiro lá...


  • Por sugestão do blog O Tijolaço  acabei indo parar no blog daquele sujeito de quem me recuso a dizer o nome e pude então apenas confirmar mais uma vez aquilo que todo mundo já sabe: os seguidores do sujeito de quem não digo o nome nem morto sofrem do mesmo tipo de confusão mental que ele. A prova esta em comentário que, Deus me perdoe por eu ter feito isso, copiei e colei a seguir. Se você meu caro e raro leitor, minha cara e rara leitora, tiver a paciência de ler inteiro e muito mais que isso você conseguir concluir alguma coisa por favor me diga.

    Advogado
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    06/10/2013 às 17:24
    ANÁLISE TEOLÓGICO-PSIQUIÁTRICA DA CANDIDATURA MARINA SILVA
    …………………………..
    A classe média brasileira, ao sul do Estado de Tocantins, está começando a “desconfiar” que o “modelo petista de ser” começa a dar problemas : 1) inflação alta, salários congelados/achatados. 2) carga tributária cada vez maior em suas costas. 3) tudo para sustentar um sistema de “compra-de-votos” . 4) “compras de votos” ( reeleição contínua do PT ) materializada em “bolsas-e-cotas-isto-e-aquilo” ( para o “povão”) . 5) para a classe média, a “compra de apoio político” concretiza-se por meio de “cabides-de-empregos-em-concursos-públicos” . 6) Um Estado cada vez mais aparelhado, dominado, pela máquina corrupta e corruptora. 7) a “desconfiança” de que se monta, pouco a pouco, um Estado cada vez mais Totalitário, com anulação da mídia ( grande parte “comprada” por conta de dívidas cobertas pelo Governo) ,do Judiciário, Ministério Público ( todos com perfil, cada vez mais, de “funcionários-públicos-de-confiança” ), com anulação do que entendem por “elites” ( p.ex., esmagamento dos médicos), com a anulação de toda a Sociedade Civil que não esteja debaixo de seus pés ( p.ex., intelectuais independentes, pessoas que não dependem do Governo, etc ). Na medida em que o Estado Petista aproxima-se cada vez mais de seu objetivo totalitário de “dominar toda Sociedade”, cada vez distancia-se mais da Sociedade civil. 9) Esta Sociedade Civil nota que está cada vez mais distante dos mecanismos decisórios, deliberativos, efetivos e executivos, e que o Governo está cada vez mais isolado em sua prepotência para implementar isto. 10) Tudo isto redundou em seu “movimento ( desorganizado e sem finalidade, mas barulhento ) de ir para as ruas”, uma forma de protesto. A partir daí a popularidade do Governo Petista caiu, talvez a classe média, a Sociedade Civil, tenham vislumbrado , por uma pequena fresta, toda esta engrenagem pérfida. 11) Na medida em que os indivíduos, as famílias, saem da “linha de pobreza”, acabam migrando da ideologia comunista do “é-melhor-todos-iguais-mesmo-que-pobres”, para a ideologia capitalista do “não-quero-ser-igual-e-quem-trabalha-mais-tem-de-ter-mais”. Assim, hoje, o Brasil tem mais ou menos 50% na posição “capitalista” e 50% na posição “comunista” . Nesta posição “comunista” estão não só os “pobres-dependentes-de-bolsas-e-cotas”, mas também muito da “classe-média-funcionária-pública-ou-esperando-concurso”. Ao sul do Tocantins esta proporção tende ligeiramente para o lado “capitalista”. Ao norte, pende majoritariamente para o lado “comunista”, dividindo assim o Brasil numa “Guerra da Secessão”. 12) a classe média já está sentindo na pele ( e isto é fundamental para a mudança de atitude política ) as consequências desta carga tributária enorme para bancar o assistencialismo comunista : por exemplo, hoje seus filhos não conseguem mais cursar determinadas profissões em Universidades Públicas, ao mesmo tempo em que não conseguem pagar tais cursos em Universidades Privadas, e, enquanto isto, os “filhos-das-cotas-e-das-bolsas” têm todas as regalias de acesso e de percurso em tais instituições.
    A partir destes mecanismos ilustrados acima, a classe média tem buscado alternativas eleitorais. Aí começam suas dores-de-cabeça, pois Aécio Neves ( PSDB) representa um modelo “profissional” de políticos do qual a classe média tende a fugir, entre outras coisas por assimilá-lo a “Renam Calheiros”, “Sarney”, “FHC”, etc. Ou seja, a classe média, aquela que lê ( mesmo que seja pouco ), sabe que Aécio é um “modelo de político” que, apesar de “direita”, é distante da Sociedade Civil, é um político cercado de benesses, mordomias, “jogadinhas sujas”, “conchavos de bastidores”, “cara esperto”, “playboy de classe alta”, “profissional da politicagem”, “sem credibilidade”, alguém que esconde a verdade, nunca fala a verdade, não tem um projeto claro de poder para a Sociedade Civil, relações escusas e não-transparentes com o mundo empresarial, Estado usado a favor de quem tem os “grandes patrimônios”, falta de um programa de “poder-a-quatro-mãos” com a Sociedade Civil, falta de um programa de redução tributária, falta de um programa claro e forte de meritocracia, falta de um programa de alavancagem econômica e “fim-de-assistencialismo”, etc. Todas estas impressões jogam, automaticamente, a “classe média” no colo de Marina Silva, a) uma mulher ; b) portanto, mais “confiável” e “menos espertalhona” do que um homem ) ; c) alguém que quer “ouvir” a “sociedade” ( seu partido se chama “rede”); d) ecologicamente correta ; e) aparentemente sincera; f) nada “playboy” ( pelo contrário, pessoa advinda da pobreza ); g) aparente religiosidade firme ( diz ser muito evangélica) ; h) aparentemente ética. i) “mulata”, ou seja, alguém de camadas mais humildes, minoritárias, da sociedade, o que “desperta” o “instinto esquerdista” ( “coitadista” ) da classe média. J) “ex-pobre”, ex- doméstica, ex-seringueira, ou seja, “tudo-de-bom-para-o-instinto-coitadista-da-classe-média”; k) casada, moralista, “vestido comprido”, nada de “porra-louquice”, ou seja, tudo que desperta o “instinto-conservador-da-classe-média”.
    No entanto, para muitos da classe média, não passaria de uma “Dilma Evangélica”, ou seja, alguém que seria igualmente “xiita” na defesa do “coitadismo-esquerdista” e combatente do “capitalismo-meritocrata-do-quem-trabalha-mais-recebe-mais”.
    De fato, quando Marina for presidente, haverá um embate titânico em sua mente : “esquerdismo x cristianismo”. E eu, particularmente, acho que este debate já está resolvido dentro de sua mente : para muitas pessoas, aquelas que não se aprofundaram no comunismo ( ou , oportunisticamente, se aprofundaram mas não quiseram ver ), “Jesus era comunista”, ou seja, “defendia os pobres e combatia a riqueza”. Não notam, ou não querem notar, que Jesus nunca falou em “igualdade humana”, a não ser quando fala em “igualdade de todos perante o Pai”( ou seja, teologicamente, “ser igual perante Deus” não quer dizer que todos “são iguais” , assim como para um pai humano, que ama os filhos igualmente, nem por isto eles se transformam em “seres iguais” ) . Jesus exortou todos para o trabalho ( “meu Pai trabalha desde toda a eternidade e eu também”), mandou respeitar o poder das elites ( “ daí a César o que é de César”), exaltou a meritocracia ( “a cada um segundo a suas obras” ). Nunca deixou de falar das desigualdades intrínsecas da alma humana : cada um tem seus dons, há muitas “moradas” na casa do Pai, a quem muito foi dado muito foi pedido. Tinha como comensais publicanos, fariseus, zelotas, nunca condenou a riqueza de quem trabalha, o que condenou é o uso egoístico da riqueza, o domínio da alma pela riqueza, e não o contrário. É entusiasta do mecanismo da evolução : “sede perfeitos”, “fareis coisas muito maiores do que as que eu faço”. Ora, a principal característica filosófica do esquerdismo é a anulação da possibilidade evolutiva individual , pois se todos “têm” de ser iguais, uns não podem evoluir mais que os outros, uns não podem trabalhar mais, ganhar mais, estudar mais, dominar mais, etc. Jesus, neste sentido, ao contrário do esquerdismo, pregou um “comunismo eferente”, mas abominou um “comunismo aferente”. “Comunismo eferente” é aquele onde você, como ser humano, tem sim de “repartir” ( eferência indica movimento para fora ) o que ganha ou o que tem. Temos de “espargir” as riquezas em benefício do outro, aumentar as frentes de trabalho, multiplicar em benefícios sociais o dinheiro que nos foi colocado na mão ( a parábola evangélica dos “três talentos” ). Por outro lado, Jesus nunca falou que temos de ser “comunistas aferentes” ( “aferência” indica movimento para dentro ) , ou seja, que temos de “desistir” de receber adequadamente por nosso trabalho, por nosso esforço, por nosso estudo. Pelo contrário, o Evangelho tem muitas mensagens do tipo : “cada trabalhador é digno de seu salário”. Portanto, não há, no Evangelho, nada contra trabalharmos mais, estudarmos mais, sermos mais eficientes, e , consequentemente, ganharmos mais. A única diferença do cristianismo para com o “capitalismo selvagem” é que o cristianismo, como vimos acima, condena o uso “egoístico” da riqueza. No entanto, em momento algum, ataca o mecanismo intrínseco do capitalismo, que é a meritocracia individual. Pois bem, ao meu ver, é muito provável que, na mente de Marina, o “esquerdismo” suplante o “cristianismo” ( apesar dela se dizer muito evangélica ) , e daí ela tenda a repetir o “coitadismo” que o esquerdismo usa para anular as iniciativas da Sociedade Civil e assim aumentar seu poder totalitário sobre a massa igualitária desprovida de independência em face ao Estado. Pode usar muito mal – como quase sempre os evangélicos o fazem quando chegam na política – o “messianismo” do cristianismo para achar-se uma “ genial e monológica guia dos povos”( temos de nos lembrar que era assim que Mao-Tsé-Tung se denominava) . Talvez por isto fosse mais negócio para a classe média envolver-se com um “playboy mais dialógico” como o Aécio ( ou seja, alguém mais “espertalhão” e politiqueiro, mas alguém que é mais “dialógico” – ou seja, pelo “diálogo”- com o resto da sociedade civil ). No entanto, do ponto de vista sociológico, como vimos acima, penso que não há, hoje, espaço para Aécio ( “um playboy sem força moral”) , e sim para Marina ( esta tem o que a sociedade clama hoje, “força moral”) . E, continuando meu “raciocínio teológico”, se eu fosse Deus, preocupado em salvar o Brasil do comunismo, pensaria assim : “com este petismo aí não tem jeito ( já estão no comunismo anti-evolução ) , no entanto este Aécio a classe média não engole; então vou fazer um mandato-tampão com a Marina, que pelo menos vai desalojar a máquina-totalitária petista do Estado Brasileiro e, para a sucessão de Marina eu coloco um “liberal” mais palatável do que o Aécio”. Marina não teria, neste raciocínio, o pior defeito de Dilma-Lula-PT neste momento político : a vocação totalitária para dominar toda o Estado e toda a Sociedade Civil ( daí a implantação gradativa do comunismo, coisa que tem sido feita com sucesso na área da saúde ) . O cristão, por formação interna, não teria esta truculência agressiva de “dominação” e “esmagamento”, truculência esta de anulação de toda liberdade e de toda Sociedade Civil ( esta seria uma esperança com Marina ) . Nesta minha “teoria teológica”, a transição do comunismo petista para o “mundo liberal” passar-se-ia através do “mandato-tampão” de Marina, até o Brasil cair de vez a ficha e ver que “comunismo” nunca mais ( nem stalinista, à la Dilma, e nem cristianista, à la Marina ). Isto porque, provavelmente, seu governo seria incompetente. Na medida em que a classe “pobre” vira classe média, ela vai abandonando o esquerdismo, não quer mais igualdade, quer consumo diferenciado. A classe média já estabelecida, por sua vez, começa a cansar-se de tanto imposto para sustentar a máquina eleitoreira ( bolsas, cotas, benesses, funcionários públicos, etc ) do esquerdismo. Portanto, é um modelo que começa a fazer água, mas não é ainda uma maré suficiente para vencer a máquina totalitária do PT atual ( completamente infiltrado no aparelho do Estado ) . Por isto Marina viria para estabelecer uma transição. Sendo esquerdista, não faria um bom governo, o que prepararia uma tomada da “direita” ( pessoal que “acredita” mais na sociedade civil ) ao poder.
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    Marcelo Caixeta, médico psiquiatra ( escreve às terças e domingos ) .
    Diário da Manhã – dm.com.br
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    Chavismo, Marina?

    Neste sábado quando filiou-se ao PSB, e é bom frisar que filiou-se e não coligou-se pois coligações se dão entre partidos que existem, Marina entre várias platitudes, obviedades e generalidades que falou usou a expressão chavismo quando disse, como pareceu muito óbvio ela dizer, que quer derrotar o PT.

    Primeiro lugar é bom que o eleitorado pense por que ao invés de propostas de governo, ao invés de fazer criticas e sugestões pontuais, Marina propõe derrotar, e derrota aqui tem o óbvio sentido de eliminar, uma agremiação política que tem existência legal, esta em pleno uso de suas atribuições e pode usufruir de todas os benefícios que são dadas a todos os partidos que funcionam sob a proteção da lei, inclusive governar o país.

    E qual o significado de chavismo? Vou deixar de barato e traduzir como uma espécie de "eternização" no poder que estaria sendo preparada pelo PT ( não foi isso que alguns deletérios ministros do STF disseram?), pois foi isso que Chavez - presidente da Venezuela - quase fez em seu país não fosse por sua morte.

    Vou também deixar por menos e não vou lembrar que as sucessivas reeleições de Chavez em seu país aconteceram em eleições livres e inclusive acompanhadas por observadores internacionais que atestaram a lisura do processo. O povo venezuelano elegeu e reelegeu Chavez por que assim quis. Simples.

    Mas vá lá que seja, talvez o regime venezuelano e o modelo Chavez de governo não seja muito palatável a Marina, então olhemos para os EUA. No período 1860-1932 aconteceu uma hegemonia dos Republicanos no poder que só foi interrompida em curtos três mandatos dos Democratas o que acaba dando quase mesma coisa que na Venezuela. E o que dizer da Alemanha atual cuja primeira ministra Merkel acaba de ser reeleita para seu terceiro mandato? Ainda há o caso de Margaret Thatcher que fiou no poder da Inglaterra por onze anos.

    Se Marina não quiser viajar tanto mundo afora ela pode dar uma chegada até Mogi das Cruzes, município da grande grande São Paulo, onde um certo senhor Waldemar Costa Filho já governou a cidade por 18 anos, não de maneira ininterrupta, mas eleito uma vez e reeleito três vezes.

    Tudo bem. O eleitor de Mogi das Cruzes pode ser chamado de provinciano ou de conservador mas o que dizer então do estado de São Paulo que é governado pelo PSDB há vinte anos, primeiro por Covas e depois alternando-se entre Serra e Alckmin.

    Tudo isso não é chavismo, pois não? Tudo isso é vontade do eleitor. Ou não?

    Isso posto, essa fixação na derrota do PT pode ser traduzida como um incomodo existencial e uma espécie de vendetta pessoal dela o que a descaracteriza como pessoa potencialmente apta a dirigir uma nação.

    Concluo portanto pelo meu equivoco em deixar de barato que chavismo para Marina é o exercício do poder por longo tempo. O que pode existir por trás dessa declaração é o desejo de acabar com um governo progressista cuja política é voltada essencialmente para o social. Marina parece então alinhar-se ao desejo de retrocesso, deixando de lado as prioridades eleitas por Lula e Dilma quais sejam o bem estar social e econômico de todos os brasileiros.

    Só falta combinar com o povo que certamente elegerá o PT em 2014 e depois de novo, e de novo, e de novo...

    domingo, 29 de setembro de 2013

    Por que tudo tem que ser um "esquema"

    Não consigo entender essa ideia fixa de alguns medalhões da grande imprensa brasileira que volta e meia, querem minimizar o contraditório de uma parcela da população, mais especificamente os blogueiros, dizendo que é todo mundo pago pelo governo federal para fazer elogios a este ou, por ultimo, criticarem a oposição.

    Isso é o que faz o Merval neste fim de semana em sua coluna de O Globo dizendo que as pessoas que fizeram memes com aquela foto das atrizes globais de luto, o fizeram por que foram pagos para isto. 

    Reina a ideia de que discordar é participar de esquemas.

    Merval não deve ter prestado atenção de que os tais memes foram reproduzidos aos milhares, quem sabe milhões, por um exercito de anônimos navegantes,  o que inviabiliza qualquer possibilidade de pagamento para que essas reproduções acontecessem. Mas isso é um detalhe menor.

    Outro detalhe de menos importância sou eu mesmo. Mal e porcamente, de maneira amadora e sem nenhuma competência, vez ou outra tento transmitir aos meus caros e raros leitores o que penso sobre a política nacional e a condução dos problemas do Brasil. E não recebo um só misero centavo ou qualquer reconhecimento por instâncias federais sobre o que eu digo. Os poucos minutos que gasto aqui no meu Saúva eu os gasto por minha conta e risco. Mas, repito, isso é um detalhe menor.

    O detalhe maior e mais importante é olhar para o quilate de certos blogueiros e articulistas que, segundo Merval, estariam a serviço do governo federal e imaginar que eles falam bem de uns e criticam outros apenas por uns trinta dinheiros ou coisa assim. O Merval desmerece a inteligencia dessas pessoas ao coloca-las apenas como mercenários da opinião e que as fazem - as opiniões- apenas para agradar quem os paga.

    Imaginar que Nassif, PHA, Azenha, Rovai, Eduardo Guimarães, Miguel do Rosário, Maria Fro, Altamiro Borges, correndo por fora tem o Stanley Burburinho,  e não cito mais nomes não apenas por minha memoria limitada mas pelo medo de esquecer somente um ou dois e assim cometer injustiça, imaginar que essas pessoas não são dotadas de raciocínio próprio, não tem opiniões formadas a respeito do Brasil, é desmerece-las como pessoas e cidadãos.

    Ou então, ao contrário, reconhece-las como mercenários da informação coloca o sr Merval na mesmíssima posição e nos faz pensar a respeito dele que, sim, ele também é pago e sendo assim haverá de escrever o que interessa aos seus pagadores.


    Para finalizar é preciso lembrar da tradição ainda bem recente que vigorava em especial na midia impressa o chamado Painel do Leitor. Uma estratégia estritamente mercantil, esta sim!, adotada pelos jornais e revistas que selecionavam entre as cartas que recebiam nas redações em sua maioria aquelas que se desmanchavam em elogios as matérias publicadas dando assim um certo aspecto assertivo na linha editorial da dita cuja.

    Esta tradição está acabando. Ainda bem. A internet trouxe a divergência on line e full time. É a pratica mais pura do "escreveu não leu o pau comeu". Merval precisa se acostumar com isso.



    quarta-feira, 25 de setembro de 2013

    Fernando Rodrigues, Cony e suas baboseiras.

    E disse o sr Fernando Rodrigues, colunista da Folha de S Paulo, que o discurso de Dilma na ONU é uma baboseira.

    A primeira pergunta que me ocorre é como uma empresa do porte do Grupo Folha gasta dinheiro em salários para o sr Fernando e seus congêneres falarem sobre coisas que não tem importância nenhuma? De duas uma: ou a Folha está rasgando dinheiro ou o sr Fernando Rodrigues está entendendo o mundo de forma totalmente errada.

    Dado que a primeira hipótese é pra lá de improvável resta então a conclusão de que o sr Fernando Rodrigues não habita nosso sistema solar e é de algum outro canto do universo que ele manda seus escritos.

    Nada que nenhum presidente de nenhuma nação do mundo diga na tribuna da ONU pode ser uma baboseira. Gostemos ou não do que seja dito trata-se da manifestação do representante de um país. E como tal precisa ser ouvido. Se trata-se de algo possível de ser realizado ou não, não pode ser descartado do modo como fez o sr Fernando que é não  apenas deseducado mas pior que isso, simplorio. O palavrório de sr Fernando é digno de debate ao redor de cervejas na mesa de um boteco qualquer e não no jornal que diz ter o "rabo preso com o leitor."

    Na sequencia desqualificou aquela Organização das Nações Unidas citando o preconceituoso finado Paulo Francis de que aquilo é  "É um cabide de empregos para vagabundos desfilarem de sarongue para cima e para baixo".

    Sr Fernando e outros como ele não se dá conta de que instituições - sejam quais forem - não são por si mesmas eficientes ou não, quem as faz do jeito que são, são os homens que nelas estão.  Tome-se como exemplo o jornal em que trabalha o dito colunista e que não pode ser bom ou ruim sozinho. Artigos como este é que o fazem um veiculo de comunicação desprezível. Tirássemos o sr Fernando e alguns de seus parceiros de lá pode até ser que elevasse o conceito do jornal.

    E um dos parceiros de sr Rodrigues é o sr Carlos Heitor Cony - outro colunista da Folha -  que tanto quanto o sr Fernando reduziu a importância da ONU e da diplomacia no mundo a nada. Embora tenha tido o cuidado de dizer que Dilma teve razão em seu discurso disse o sr Cony que de nada adianta uma vez que já não vivemos mais os tempos dos diplomatas e do Itamaraty ( no Brasil) cuidando das relações intra-países. 

    Segundo ele a espionagem veio tomar o lugar da boa educação e da política de boa vizinhança. Isto vindo de uma pessoa que recebe seu salário de um veiculo de comunicação useiro e vezeiro em esculhambar a idoneidade e dignidade das pessoas é normal. Mas ainda bem que a importância de sr Cony para o Brasil enquanto nação é nenhuma e graças a isso podemos a esperar de nossa presidenta e de seus auxiliares a busca de duas soluções: uma é da continuidade da diplomacia e da educação na convivência com todos os demais países do mundo. E a outra é resguardar nossas vidas de enxeridos em geral que não enxergam em nós nada além de massa a ser manipulada.

    terça-feira, 17 de setembro de 2013

    Crise existencial de um "vejista": ser ou não ser ético.

    Li, por mera indicação de pessoa conhecida e não porque eu vá cometer a imprudência de navegar pelo sitio da Veja, um artigo de Gustavo Ioschpe - e não dou o link por que a Veja jamais deve esperar de mim que eu vá conduzir alguém a ler qualquer coisa dela - e no tal do artigo o autor coloca-se diante do dilema se deve ou não educar seus filhos com os mesmo valores éticos e morais recebido de seus pais e, é claro, como não poderia deixar de acontecer com as produções da dita revista, o sr Gustavo aproveita para descer o pau no Brasil, dando a entender que apenas no nosso país existe crise moral e ética, se é que isso existe mesmo.

    Lamentável.

    Mas deixando de lado esse complexo de vira latas que atinge grande parte de nossos patrícios resta tentar uma reflexão um  tanto menos pessimista sobre o futuro de nossa sociedade pela constatação de mudanças profundas nos usos e costumes das famílias do mundo inteiro, se eu não me engano.

    Sr Gustavo faz referencia ao rigor com que foi educado por seu pai e quando fala sobre ele diz assim:  "Meu pai era um obcecado por retidão, palavra, ética, pontualidade, honestidade, código de conduta, escala de valores, menschkeit (firmeza de caráter, decência fundamental, em iídiche) e outros termos que eram repetitiva e exaustivamente martelados na minha cabeça"

    A maioria dos pais mundo afora são assim exceto pela palavra "obcecado". Isso dá um certo tom  de intransigência , de intolerância, de incapacidade de diálogo. Meu pai também foi um homem severo na exigência de determinados comportamentos dos filhos, mas eu não o chamaria de obcecado. Diria muito mais que os valores que meu pai praticava em seu tempo tornaram-se em parte impraticáveis nos dias de hoje.

    E por que?  Não dá pra responder. O mundo muda desde o dia em que foi chamado de mundo. Quando o sr Gustavo faz um discurso recheado de moral e bons costumes ele certamente se esquece que essa é a moral DELE do tempo DELE.  Em tempos idos e em tempos que virão moral, usos e costumes mudaram e continuarão mudando. E não dá pra ir buscar no tempo e na História os momentos que as coisas mudaram uma vez que a dinâmica, a roda viva que dizia Chico Buarque, passa de modo imperceptível e carrega com ela tudo que queremos e fazemos.

    Sr Gustavo de modo bastante sutil quer atribuir a tal crise ética ao nosso Brasil contemporâneo   exclusivamente a indivíduos como se esses fossem completamente autônomos no agir e no pensar diante de uma sociedade tão midiática como a que vivemos hoje.

    A mim me parece que para além de modelos econômicos, avanços tecnológicos, hábitos de consumo, praticas educacionais que são por si só mais que suficientes para mudar uma sociedade e com essas mudanças novos entendimentos sobre ética e moralidade, vivemos também sob um ditadura noticiosa e informativa que atende interesses exclusivamente de uma pequena classe e que não mede esforços para virar tudo de perna para o ar se for preciso para atingir seus objetivos. Exemplo claro disso e que todo mundo concorda são as telenovelas. Se o pai de sr Gustavo fosse o pai de algum dos personagens que aparecem na sala de nossas casa todas as noites, via televisão, certamente já teria cometido suicídio.

    No meu entender a industria do entretenimento em todas as suas dimensões contribuiu e contribui ainda para mudar de maneira radical hábitos e costumes também em todas as dimensões.

    E na rabeira deste modo de ver o mundo sob a ótica exclusiva dos criadores das ditas telenovelas, também os analistas, articulistas, editorialistas e seus congêneres da grande mídia quiseram aproveitar para montar um mundo ideal para seus patrões. E não há dia que não se leia calunia, difamação, ameaças, mentiras deslavadas, erros grosseiros de quem tem pressa em causar confusão, pois é no meio da confusão e da ignorância que reinam os mal intencionados.

    Não estou fazendo critica pela critica, quero apenas exercer meu direito de dizer ao sr Gustavo mesmo que ele nunca vá tomar conhecimento disto que a própria revista em que ele escreve é useira e vezeira em colaborar para a deterioção não só de valores eticos e morais mas, o que é muito pior, todos os dias faz questão de esculhambar com a Republica e seus poderes sempre que estes não estejam de acordo com os objetivos antes de tudo demagógicos e/ou financeiros da dita cuja. 

    Esta revista abriga hoje dois, e já abrigou um terceiro em tempo recente, dos piores articulistas em termos de ética, educação e respeito com quem quer que seja. Recuso-me a dizer os nomes destes pseudos jornalistas mas quem está minimamente informado a respeito da parte suja do jogo político no Brasil sabe que este dois são os representantes do que há de pior em termos de convivência  civilizada.

    Sr Gustavo esta muito mal acompanhado. Uma boa providencia que ele pode tomar para obter resposta para essa sua crise existencial é se recusar a escrever na tal revista. Seu obcecado pai ficaria orgulhoso dele com toda certeza. Mas ele deve estar confortável por lá. E se for assim nada do que ele disse é sincero. Como tudo o mais que vem daquela revista.



    terça-feira, 10 de setembro de 2013

    Promessa cumprida



    Em julho publiquei a foto das flores da pitangueira no Facebook e afirmei categorico: em setembro elas serão pitangas!

    E agora estamos em setembro e aí está a pitanga. Com toda a naturalidade, em sua silenciosa simplicidade a pitangueira cumpre mais um dos ciclos que se espera dela. E o faz no tempo certo.

    Em toda a Terra a Criação atende seus ciclos. Frutificam as pitangueiras, as galinhas botam ovos, os ursos polares nascem com casacos que lhes garante suportar o frio, vulcões vez ou outra acordam e estremecem a Terra, as baleias sobem e descem pelos oceanos. Os dias substituem as noites, as estações se sucedem, chove, faz sol, venta, a Lua cresce e diminui ao longo do mês movimentando as marés e assim a vida acontece, quase sem sobressaltos, tudo em seu tempo certo e de acordo com a Natureza, na maioria das vezes de modo totalmente harmônico como se todos os elementos e seres da Criação reconhecessem sua interdependência.

    Exceto a parte humana da Criação. Esta parte insiste em não esperar que nela aconteça o que tem que acontecer em especial a parte harmônica com seus semelhantes e com o restante da Natureza. E nega desde o seu próprio corpo e a complexa vida que pulsa nele até sua participação na aventura de todos sobre  Terra, o Homem insiste em dizer que quem manda é ele próprio, como se fosse possível um Homem existir apenas por suas vontades, com a clara intenção de bastar-se a si mesmo.

    E quando se vê incapaz de cuidar de sua própria vida e que as coisas não funcionam apenas por sua vontade, quando percebe que nem tudo o que planejou aconteceu e que, ao contrário, o que não estava previsto acabou acontecendo o Homem apela para o Divino, se ajoelhando, fazendo ofertas e muitas vezes propondo suborno.

    Eu garanto que não vi a pitangueira aqui de casa fazendo promessas, propostas e oferendas pra que suas flores virassem pitangas. Viraram e pronto.

    Mas o Homem quando está a frente do que não é capaz de transformar sozinho apela e ajoelha e reza e esperando que no minuto seguinte tudo se transforme e que o "milagre de sua vida" aconteça. Sem se dar conta de que o milagre já aconteceu e que dentro dele mesmo já está colocado o poder transformador que tanto deseja e que a única regra para esse poder funcionar é a simplicidade, a paciência, a tolerância e o respeito pela Criação. 

    Espera-se milagres retumbantes, ruidosos, visíveis, palpáveis e transformadores do aqui e agora.

    O maior de todos os milagres, se é que existem milagres grandes ou pequenos, já aconteceu desde sempre: é a Vida que pulsa em todo o Universo, com a Mãe Terra dentro dele, e nós sob os cuidados da Mãe Terra.

    Se os nosso olhos virem e se nossos corações compreenderem esse milagre, o milagre da Vida, só ele  basta. Não tem cabimento esperar outro milagre ou exigir que as regras mudem para nosso prazer pessoal. Resta-nos apenas admirarmos e reverenciarmos tudo que está a nossa volta. E nesta admiração e reverencia deixar tudo florescer e virar frutos. De onde vai nascer a generosidade, a partilha e o desejo de viver em harmonia.