domingo, 6 de outubro de 2013

Chavismo, Marina?

Neste sábado quando filiou-se ao PSB, e é bom frisar que filiou-se e não coligou-se pois coligações se dão entre partidos que existem, Marina entre várias platitudes, obviedades e generalidades que falou usou a expressão chavismo quando disse, como pareceu muito óbvio ela dizer, que quer derrotar o PT.

Primeiro lugar é bom que o eleitorado pense por que ao invés de propostas de governo, ao invés de fazer criticas e sugestões pontuais, Marina propõe derrotar, e derrota aqui tem o óbvio sentido de eliminar, uma agremiação política que tem existência legal, esta em pleno uso de suas atribuições e pode usufruir de todas os benefícios que são dadas a todos os partidos que funcionam sob a proteção da lei, inclusive governar o país.

E qual o significado de chavismo? Vou deixar de barato e traduzir como uma espécie de "eternização" no poder que estaria sendo preparada pelo PT ( não foi isso que alguns deletérios ministros do STF disseram?), pois foi isso que Chavez - presidente da Venezuela - quase fez em seu país não fosse por sua morte.

Vou também deixar por menos e não vou lembrar que as sucessivas reeleições de Chavez em seu país aconteceram em eleições livres e inclusive acompanhadas por observadores internacionais que atestaram a lisura do processo. O povo venezuelano elegeu e reelegeu Chavez por que assim quis. Simples.

Mas vá lá que seja, talvez o regime venezuelano e o modelo Chavez de governo não seja muito palatável a Marina, então olhemos para os EUA. No período 1860-1932 aconteceu uma hegemonia dos Republicanos no poder que só foi interrompida em curtos três mandatos dos Democratas o que acaba dando quase mesma coisa que na Venezuela. E o que dizer da Alemanha atual cuja primeira ministra Merkel acaba de ser reeleita para seu terceiro mandato? Ainda há o caso de Margaret Thatcher que fiou no poder da Inglaterra por onze anos.

Se Marina não quiser viajar tanto mundo afora ela pode dar uma chegada até Mogi das Cruzes, município da grande grande São Paulo, onde um certo senhor Waldemar Costa Filho já governou a cidade por 18 anos, não de maneira ininterrupta, mas eleito uma vez e reeleito três vezes.

Tudo bem. O eleitor de Mogi das Cruzes pode ser chamado de provinciano ou de conservador mas o que dizer então do estado de São Paulo que é governado pelo PSDB há vinte anos, primeiro por Covas e depois alternando-se entre Serra e Alckmin.

Tudo isso não é chavismo, pois não? Tudo isso é vontade do eleitor. Ou não?

Isso posto, essa fixação na derrota do PT pode ser traduzida como um incomodo existencial e uma espécie de vendetta pessoal dela o que a descaracteriza como pessoa potencialmente apta a dirigir uma nação.

Concluo portanto pelo meu equivoco em deixar de barato que chavismo para Marina é o exercício do poder por longo tempo. O que pode existir por trás dessa declaração é o desejo de acabar com um governo progressista cuja política é voltada essencialmente para o social. Marina parece então alinhar-se ao desejo de retrocesso, deixando de lado as prioridades eleitas por Lula e Dilma quais sejam o bem estar social e econômico de todos os brasileiros.

Só falta combinar com o povo que certamente elegerá o PT em 2014 e depois de novo, e de novo, e de novo...

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