domingo, 15 de abril de 2012

A Republica pode cair?

Temos algumas certezas na vida: da sucessão dos dias, de que nossa morte virá, de que a terra gira em torno do sol e vai por aí afora.

Ultimamente outra certeza começa a se tornar consistente para mim: a de que a imprensa esta deixando de ser o chamado quarto poder , para se tornar o poder absoluto.

Não. Não quero apenas falar mal da grande imprensa brasileira, pois, evidencias não faltam de que existe um comportamento pernicioso nas redações da grande mídia, quero de verdade é entender como pode uma instituição privada revestir-se de poderes públicos assim tão amplos como são os poderes dos jornais, revistas e TVs no Brasil.



Em que momento da nossa história foi entregue aos jornalistas, editores, redatores e assemelhados essa carapaça intransponível de que estão revestidos? Como foi que as redações se tornaram esses bunkers indevassáveis que, apesar de visíveis a qualquer um, não se consegue atingir seu centro nervoso e desligar-lhe os botões?

Que métodos? Que ferramentas foram usadas ao longo do tempo em que se construía esse poder incompreensível para nós cidadãos comuns, mas tão temido por homens públicos de todas as cores e todas as tendências políticas.

Por que um Presidente da Republica - autoridade máxima do país e supostamente com poderes de mudar a história da República - se deixou esculhambar, esculachar, avacalhar, desonrar e outras coisas menos nobres pela grande imprensa durante seus oitos anos ( ! ) de mandato com pleno e inédito apoio popular?

Como é possível um jornalista (?) que, sabidamente, não escreveu uma só linha do que chamamos livros ocupar uma cadeira da Academia Brasileira que reúne ( ou reunia até então ) os melhores escritores de toda a historia da literatura brasileira?

Por que uma Presidente da Republica, mais uma vez supostamente dona do mais amplo poder da Republica, se deixa chamar de faxineira - que me perdoem as profissionais da limpeza - uma expressão tão machista e que reduz ao menor grau de importância o papel daquela mulher que comanda os destinos do país?

Como é que andam livres, leves e soltos pelas ruas, esses editorialistas e jornalistas que desonram, difamam, destroem carreiras, caluniam e criam factóides, sem que ninguém os processe? Muito pelo contrário eles é que processam os outros?

Como e por que foi que o tribunal máximo da Justiça do país desobrigou quem quer exercer a atividade jornalística de portar um diploma especifico para tal? Pois sabemos que cada vez mais, desaparecem do mercado de trabalho indivíduos que não tem formação acadêmica e que portanto estão praticamente proibidos de trabalhar.

De onde vem esse coro afinadíssimo e eficiente a gritar toda vez que se fala em regular a mídia, bradando que isso é censura e com isso consegue calar aqueles que podem - SIM ! - legislar sobre o que for mais conveniente para a sociedade? É para isso que se elege aquelas tres ou quatro centenas de indivíduos sentados nos salões do Congresso Nacional.  Foram eleitos para isso ! Por que esse medo? Essa subserviência?

Por estes dias está acontecendo o que aconteceu dezenas de vezes anteriores: uma tentativa de que não investiguem denuncias de corrupção envolvendo a oposição? Assim como não se criou CPI da Privataria?

Já que o poder jornalístico decidiu que não se pode investigar - via CPI - as ocorrências havidas entre o senador Demostenes e o bicheiro Cachoeira,  existe um orquestração midiática sugerindo que o PT, Dilma e outros estão com medo de que outras sujeiras venham a tona. A revista Veja publica matéria de capa  dizendo descaradamente que o PT et caterva querem melar o mensalão com a CPI do Cachoeira. Como se fosse possível uma investigação no Congresso melar outra no STF. Que lógica é essa de que sugere que não pode haver investigações simultâneas

O jornal o Estado de São Paulo publicou matéria a respeito do encontro de Dilma com Lula, na sexta feira passada em São Paulo, no qual a presidente teria dito ao ex-presidente para ir com calma no seu desejo de apoiar a CPI do bicheiro. E essa publicação o jornal faz dizendo-se apoiado em declarações de pessoas próximas de Dilma e Lula. É de se perguntar: a presidente não tem privacidade? Tudo que ela diz é ouvido e espalhado por ai? Não existem assuntos de interesse de Estado? Tudo, tudo mesmo, que a presidente diz ou pensa a gente fica sabendo?

Em cima desses dois pequenos e já corriqueiros fatos ( ilações da grande imprensa sobre o que pensa a presidente da republica e seu partido) eu pergunto: essas coisas  não podem ser desmentidas?

Será que a direção nacional do PT não pode comprar um anuncio para ser exibido no intervalo do JN para desmentir  e ao mesmo tempo afirmar qual é a posição oficial do partido?

Será que Dilma, não pode requisitar um horário na TV e vir a publico dizer qual a é a orientação de seu governo a respeito de investigações, punições e liberdade de imprensa?

Ao que parece a resposta para essas duas perguntas é não. 

Tem momentos que a sensação que se tem é que a Republica pode cair se alguém disser a verdade nada mais que a verdade.

Estaremos nós, cidadãos comuns, condenados a descobrir a verdade baseados apenas em nossos sentimentos que, evidentemente, podem estar equivocados? Será que vamos, cada um de nós, deduzir apenas o queremos  deduzir sobre qualquer assunto de interesse nacional? 

E por fim: será que o mundo político não passa de uma enorme teia, onde se cruzam e convivem de forma contrária aos interesses dos cidadãos comuns, toda a espécie de interesses corporativos, partidários e financeiros dos poucos eleitos que tem acesso a esse universo? Será que partidos políticos, cargos públicos, nomes de empresas, são apenas e nada mais que isso: nomes? E que no fundo é tudo a mesma coisa?

Procurador da Republica, Presidente da Republica, Folha de São Paulo, Bicheiros, Senadores, Veja, Deputados, TV Globo, Ministro do STF, Delegados, Concorrências Publicas,  são todos nomes diferentes para a mesma ética, os mesmos valores, os mesmos interesses?

Fiquem em paz

Jonas










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