A oposição se pergunta: e agora?
( José Cruz/ABr)
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Podem escrever: a queda do senador Demóstenes Torres será vingada. Os jornalões fizeram o que deu para preservar o seu herói, mas como viram que a situação ficou insustentável, resolveram abandoná-lo aos leões. É a velha história de perder os anéis para não perder os dedos. Mas haverá troco. Em breve, algum "escândalo" envolvendo um figurão qualquer do governo vai aparecer, alguma "denúncia" dessas tantas que já foram feitas vai surgir numa edição de fim de semana de um dos órgãos da imprensa oligarca e será imediatamente repercutida por todos os outros.
A tática é manjada, deu certo um milhão de vezes, mas é bem provável que se mostre ineficaz desta vez.
É que já cansou. E também, convenhamos, qualquer história que inventarem será fichinha se comparada com essa do Demóstenes.
A oposição, para felicidade geral do PT e aliados, não percebeu que não
dá mais para ficar com essa lenga-lenga moralista, atirando pedras a
torto e a direito, criticando tudo o que o governo Dilma faz, falando
coisas sem pé nem cabeça, vivendo, em suma, uma realidade alternativa,
um mundo completamente dissociado da realidade brasileira e mundial.
Se tucanos e assemelhados querem ter algum sucesso, devem mudar
completamente seu discurso, fazer uma oposição afirmativa, sugerindo
alternativas e proposta para deixar o Brasil melhor.
A supervalorização do real é ruim para a indústria? Pois bem, isso não é
novidade. Novidade seria alguém apresentar uma solução racional para o
problema.
É preciso uma reforma tributária? Claro que sim, mas cadê a proposta da
oposição? O que fazem a favor de uma mudança os governadores tucanos?
Na falta de quem pense o país de forma orgânica, estrutural, os quadros
oposicionistas apenas se apoiam numa verborragia claramente demagógica,
oportunista, que é amplificada pelos aliados da chamada "grande
imprensa". Sem o seu auxílio, com o país claramente seguindo uma rota
exitosa, eles já teriam minguado para uma insignificância total.
O episódio Demóstenes avacalhou de vez com a oposição. O estrago que fez
é muito maior do que aparenta. Se as perspectivas eleitorais da turma
do contra já não eram boas, agora são péssimas.
Só a valorosa imprensa poderá ajudar seus companheiros nesta triste hora.
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