Carlos Ayres Britto, futuro presidente do STF, em entrevista para a Veja desta semana disse o que a grande e opocionista imprensa brasileira quer ouvir: que o julgamento mensalão sairá este ano, antes das eleições. E diz o "ayroso" ministro:
“O que me cabe é marcar a data tão logo o processo seja liberado para
pauta. Quem libera é o ministro-revisor, Ricardo Lewandowski. Estamos em
ano eleitoral e, como a imprensa já anunciou com base em uma declaração
do próprio ministro Lewandowski, há o risco de prescrição. Então, é
evidente que eu, como presidente, vou agir com toda a brevidade. Uma vez
disponibilizado o processo para julgamento, providenciarei sua inclusão
na pauta em 48 horas”
Alguns detalhes chamam a atenção:
1) Por que ele cita que estamos em ano eleitoral? Isso dá um peso diferente para o caso? Se as eleições fossem o ano que vem haveria a mesma pressa?
2) Diz ele também que o ministro Lewandoski informou, e a imprensa divulgou, que há um risco de prescrição dos crimes. Mas ele como Juiz apto ao assumir a cadeira de presidente do STF não sabe disso? Precisa citar a imprensa para reforçar um detalhe juridico? E dar um ar de maior conhecimento técnico dos tramites judiciais à imprensa ao invés de ao próprio STF?
3) Como assim incluir o assunto na pauta em 48 horas? Esse caso se sobrepõe aos demais em julgamento no STF? Nada é mais importante que julgar o mensalão? Não existem outros casos aguardando decisão do Supremo?
4) O fato de colocar o assunto na pauta garante o julgamento com a mesma brevidade? Ao que me consta há um rito a seguir que pela tradição da Justiça em nosso Brasil, deve prolongar a decisão final. Pois são 38 acusados todos com direito as suas defesas o que, se for uma por semana, pode durar muitas semanas. É temerosa a demonstração de açodamento do futuro presidente do STF que parece ter como objetivo apenas a colocação do caso sob os holofotes da grande midia.
A respeito da grandiosidade do caso leiam o que disse o ministro Joaquim Barbosa do mesmo STF:
" Estamos diante de uma ação de natureza penal de dimensões inéditas na
história desta Corte. Com efeito, cuidava-se inicialmente de 40 acusados
de alta qualificação sob o prisma social, econômico e político,
defendidos pelos mais importantes criminalistas do País, alguns deles
ostentando em seus currículos a condição de ex-ocupantes de cargos de
altíssimo relevo na estrutura do Estado brasileiro, e com amplo acesso à
alta direção dos meios de comunicação."
Ou seja influencia por influencia os dois lados tem peso.
Isso resulta em que o roteiro já está sendo montado: o STF começa a julgar o caso e a grande midia opocionista começa a oferecer o passo a passo do julgamento todos os dias no café da manhã, no almoço e no jantar.
Ao que parece a decisão do caso é secundária, o que importa é que se inicie o teatro para que ilações e conclusões parciais do caso sejam divulgadas ao longo do tempo até chegar bem próximo das eleições ou no mínimo no período da propaganda eleitoral.
Por fim o que importa mesmo é tirar Demostenes, Cachoeira, A Privataria Tucana, Perillo, DEM e PSDB da vitrine das marucataias e fazer todo o estardalhaço possivel em torno do " maior escandalo do Governo Lula" segundo já nomeou o caso toda a grande e oposicionista imprensa.
Ah sim, só mais um lembrete: o ministro em questão, Ayres Britto, e futuro presidente do STF foi o relator do caso que terminou na derrubada da Lei de Imprensa. Concluam o que quiserem
Fiquem em paz
Jonas
Cumpadi,
ResponderExcluirEstá tendo acesso ao Teia Livre?
Abs!
Não meu caro, não voltei mais lá desde que o acesso esteve interrompido para troca de servidores ou algo assim...
ExcluirEu tentei postar um texto lá no Teia e o meu acesso não funciona. Enviei mensagem para o Biruel, mas não houve resposta. Deixa estar. Gostava muito de postar lá.
ResponderExcluirE o cumpadi, como está? Tudo certinho?
Abração!