Via Tijolaço
A Chevron é uma grande empresa de petróleo e ninguém duvida que ela tem o know-how e profissionais plenamente capazes de operar poços de petróleo.
O que falta a esta empresa é uma camada dirigente capaz de proceder
com ética e responsabilidade no comando de sua equipe técnica.
O comportamento da Chevron é – não há outra palavra - moralmente desonesto. E, daí, para tornar-se criminoso, é um pulo.
Quando ocorreu o pico de pressão (o kick) que iniciou o
processo de vazamento do poço da empresa no campo de Frade, a Chevron
disse que eram “exsudações naturais”, embora soubesse que poucas horas
antes tinha ocorrido, ali, juntinho à aparição do óleo, o incidente em
seu poço.
Exsudação natural era, para qualquer um que saiba o mínimo de atividade petroleira, pura mentira e este blog afirmou isso na mesma hora.
Agora surgiram novas bolhas de petróleo, a apenas 500 metros do campo
de Frade, algums metros além dos limites do campo de Roncador, vizinho,
operado pela Petrobras.
A Chevron, que recebeu até equipamento emprestado pela Petrobras na
hora do acidente, apressou-se em mandar um e-mail à agênciade notícias Reuters para dizer que esse “novo” óleo não era seu.
Vazamento em campo operado por Petrobras foi achado pela Chevron.
Que maravilha! Os irresponsáveis procurando dar lições de
responsabilidade à Petrobras, que tem milhares e milhares de vezes mais
instalações petroleiras e não registra nenhum acidente de perfuração
desta natureza.
A Petrobras, com todo o profissionalismo, recusou-se a fazer ilações ou afirmações sem base técnica sólida.
Aguentou as pancadas de uma mídia que jamais foi capaz de dizer que
era óbvio quie o óleo que vazou 500 metros dentro dos limites do campo
de Roncador, da petrobras, vinha do de Frade, da Chevron.
Agora, a Petrobras divulgou a análise do óleo recolhido.
É óleo parafinado, usado na perfuração para lubrificar a perfuratriz,
formando a parte da coluna que se contrapõe à pressão ascendente do
reservatório de petróleo e que, com o kick, foi pressionado contra as
fraturas da rocha do poço não revestido, como deveria ser, pela Chevron.
O vazamento é, portanto, originado da perfuração que se realizou
naquele trecho do solo marinho. É, portanto, do poço acidentado da
Chevron.
Mais um atitude vergonha, irresponsável, desonesta, de uma empresa
que só da boca para fora pediu desculpas ao povo brasileiro pelo
acidente e continua fazendo da chicana, dos subterfúgios e da mentira
os métodos de tratar algo sério como um vazamento de óleo no mar.
É um comportamento inidôneo e a quem é inidôneo o país não pode
conferir o direito de explorar petróleo, sobretudo no mar, pelos riscos e
responsabilidades que nisso está implícito.
É sórdido e a sordidez mina qualquer confiança possível na empresa.
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