São Paulo – Deputados paulistas da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack cobraram da Secretaria Estadual da Justiça na manhã de hoje (22) maior participação no processo de decisão das ações cumpridas pela Operação Sufoco, conhecida como “cracolândia, que ocorre na região central de São Paulo . Um efetivo da Polícia Militar ronda pelas ruas do local desde 3 de janeiro, quando o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ordenaram o início das ações para coibir o tráfico. A reunião de hoje resultou no compromisso do governo de tornar mais eficiente a troca de informações entre as secretarias envolvidas na operação conjunta – municipais e estaduais – e os parlamentares.
Os parlamentares solicitaram informações sobre os investimentos do governo no combate ao crack no estado e como o montante está sendo utilizado. O valor pleiteado pelos parlamentares para o Orçamento deste ano era de R$ 20 milhões, mas somente R$ 5 milhões entraram nas contas do estado. “Queremos saber o que será feito com este dinheiro, porque é um valor muito pequeno para o tamanho do problema”, frisou o deputado Donisete Braga (PT), coordenador da Frente. Embora a avaliação do debate tenha sido positiva, os pontos discutidos hoje serão oficializados na Assembleia Legislativa, e será reeditado um estudo sobre o avanço da droga no estado e o impacto do recuo dos investimentos, iniciado pelos parlamentares no ano passado.
Braga demonstrou preocupação sobre a falta de leitos no estado. A operação, que completa dez semanas, priorizou o combate ao tráfico e deixou para a segunda fase do projeto a questão da assistência social e saúde. O Complexo Prates, anunciado pela prefeitura para receber os dependentes, ainda não foi inaugurado. “É uma política que precisa ser concebida por saúde pública e de estado. É fundamental que eles tenham esta concepção”, disse. Segundo estudo dos parlamentares, são cerca de 400 leitos públicos disponíveis para tratamento de usuários em todo o estado. Levando em conta os 644 municípios paulistas (menos a capital), a quantidade atual de leitos não atenderia a todos eles.
A secretária estadual da Justiça, Eloisa de Sousa Arruda, reiterou a disposição do governo de “integrar forças” com os deputados nos próximos passos da operação que, para ela, teve êxito. “Nós tínhamos um aglomerado que chegava a mil pessoas, comercializando e usando drogas a céu aberto. Hoje, temos um remanescente de 70 pessoas, que pretendemos continuar amparando”, disse. A ação integrada foi duramente criticada pelos movimentos sociais e parlamentares por colecionar, desde seu início, denúncias de truculência da Polícia Militar na dispersão dos usuários.
Braga demonstrou preocupação sobre a falta de leitos no estado. A operação, que completa dez semanas, priorizou o combate ao tráfico e deixou para a segunda fase do projeto a questão da assistência social e saúde. O Complexo Prates, anunciado pela prefeitura para receber os dependentes, ainda não foi inaugurado. “É uma política que precisa ser concebida por saúde pública e de estado. É fundamental que eles tenham esta concepção”, disse. Segundo estudo dos parlamentares, são cerca de 400 leitos públicos disponíveis para tratamento de usuários em todo o estado. Levando em conta os 644 municípios paulistas (menos a capital), a quantidade atual de leitos não atenderia a todos eles.
A secretária estadual da Justiça, Eloisa de Sousa Arruda, reiterou a disposição do governo de “integrar forças” com os deputados nos próximos passos da operação que, para ela, teve êxito. “Nós tínhamos um aglomerado que chegava a mil pessoas, comercializando e usando drogas a céu aberto. Hoje, temos um remanescente de 70 pessoas, que pretendemos continuar amparando”, disse. A ação integrada foi duramente criticada pelos movimentos sociais e parlamentares por colecionar, desde seu início, denúncias de truculência da Polícia Militar na dispersão dos usuários.
Na semana passada, os secretários estaduais de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, de Saúde, Giovanni Guido Cerri, e de Cultura, Andrea Matarazzo, além de Eloisa, responsáveis pela coordenação da Operação – reuniram-se para avaliar o andamento do programa até o momento. “O próximo passo é chamar uma reunião também com os secretários municipais”, disse Eloisa. Não há, segundo ela, perspectivas para o encerramento das ações na região.
De acordo com balanço divulgado pela Polícia Militar, foram feitas 291 prisões em flagrante até o último dia 20, sendo 28,2 mil abordagens policiais e 84 prisões de traficantes condenados. Cerca de 14 mil pedras de crack foram apreendidas neste período, além de 17 quilos e cocaína e 46 quilos de maconha. As abordagens de agentes de saúde somam 9,5 mil, com 8,6 mil encaminhamentos para abrigos e albergues.
"Em outra cidade"
Segundo o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, o cenário na região da Luz, que concentra usuários do crack, ainda é o mesmo de antes da operação, e também ainda são registrados casos de truculência policial. Em visita ao local na noite de ontem (21), ele afirmou ter visto grandes grupos de dependentes químicos – ao contrário do informado pela secretária de Justiça. “Eu gostaria de convidar a doutora Eloisa a ir até lá comigo para andarmos juntos e contarmos quantos deles existem, se a questão é o número”, criticou.
Desde o início da dispersão dos grupos de fumo que se formavam entre a rua Helvétia e alameda Glete, os usuários de crack migraram para outros locais próximos ao cerco policial formando um quadrilátero nas ruas Guaianases e Gusmões, alameda Barão de Limeira e avenida Duque de Caxias. “A situação que eles vivem lá é terrível e impressiona. A secretária deve viver em outra cidade”, disse o padre.
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