Olhando para a Europa e Estados Unidos e vendo o fracasso, por hora parcial mas que caminha para total, do modelo econômico adotado por seus governantes entende-se que - e isso deveria preocupar as sociedades um pouco mais do que está preocupando - que a economia, leia-se capitalismo ou neo-liberalismo, está de uma vez por todas assumindo o lugar dos governos fazendo com que os atos dos chefes destas nações deixem de lado as questões sociais e de desenvolvimento em segundo plano. Pelo menos aparentemente.
A política nesses lugares está em cheque, e quando a política vai mal a democracia também vai mal. Os debates sobre economia se sobrepõem à qualquer outro que seja do interesse dos cidadãos. Não se fala em outra coisa além de ajustes que devam ser feitos em qualquer área para salvar a moeda, os bancos e demais pessoas jurídicas.
Todos os dias os lideres daqueles países reúnem-se entre eles mesmos e falam, e falam, e falam sobre medidas e coisas e tais, o que fizeram, o que estão fazendo e o que vão fazer, em uma interminável e vergonhosa prestação de contas ao poder econômico sem sequer lembrarem-se de convidar as entidades civis, órgãos representativos da população ou ao menos seus parceiros políticos para pensar junto com eles sobre como resolver a crise. Ao que parece não se cogita caminhos alternativos que não passem por arrochos, renuncias, redução de serviços públicos e tudo o mais que não signifique encher os bolsos da banca. E o que é pior: a ameaça do banimento do direito às benevolências do FMI e do Banco Mundial caso não se cumpram as normas ditadas.
E aqui no Brasil a coisa se dá de maneira mais ou menos igual. Apenas que em razão da economia estar indo bem obrigado, pelo menos até agora, a pauta é a corrupção, um jeito que a grande imprensa e a oposição encontraram de melar o jogo político. Longe de despertar na sociedade um debate sobre o aperfeiçoamento da nossa ainda frágil democracia - via leis de regulação da imprensa, regras partidárias e eleitorais, etc - o que está sendo mostrado à população todos os dias é a inutilidade da política uma vez que, assim deseja a grande imprensa e a oposição, todos os políticos são corruptos.
E a impressão que temos aqui no Brasil é de que nada está sendo feito na direção das politicas sociais e de desenvolvimento humano o que as desqualifica essa medidas como essenciais para um povo. Mas é só impressão. Pois apenas não há destaque para as providencias governamentais na direção do bem comum.
E onde se juntam a Europa, USA e Brasil e quiçá o resto do mundo? Juntam-se na pavimentação da avenida em que irão circular folgadamente os interesses econômicos globais que aqui no Brasil são em especial o pré-sal ( que se dependesse do Serra já era da Chevron), a floresta amazônica infestada atualmente de ONGs internacionais - patrocinadas pelos goldman sachs da vida - que se propõe a cuidar e explorar "sustentavelmente"* desde o subsolo até a estratosfera daquela região, jazidas minerais diversas, potencial hídrico e biodiversidade. Chega ou quer mais?
Dessa maneira percebe-se que ao relegar a política a um plano inferior das relações nacionais, desmonta-se a democracia e cria-se o tão sonhado regime capitaneado pelo capital financeiro cujo controle total ao fim de tudo pertencerá ao pequeno grupo das "pepsicos" e "chevrons" e a humanidade que se dane.
Eu já disse aqui no Saúva que a política é o para-choque da democracia. Precisamos cuidar mais e estimular mais ainda o debate político de maneira serena e construtiva, pois é o único caminho para a consolidação de nossa democracia e por tabela do bem de todos que está bem longe dos interesses ditatoriais do capital. A politica é o único freio eficiente que pode segurar as desabaladas carreiras contra a democracia.
Convido-os a lerem uma reflexão mais bem elaborada que a deste impertinente blogueiro, no blog do Esquerdopata, bem aqui.
Fiquem em paz,
Jonas
*sustentabilidade é o nome modernoso para golpes ditatoriais executados pelo capital especulativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário