domingo, 18 de dezembro de 2011

Crime de lesa humanidade.




Já pensou se um engenheiro civil não gostasse de cálculo? E executasse suas obras apenas no "olhometro". Já imaginou se um advogado não gostasse de certo artigo ou parágrafo do Código Civil e não o usasse de jeito nenhum mesmo que seu cliente fosse prejudicado por isso? E se um médico se recusasse a receitar certo medicamento, apenas por não gostar do laboratório fabricante, e deixasse seu paciente piorar de saúde?

As respostas para essas perguntas, que podem ser aplicadas aos milhares de profissões existentes por aí, revelam que aqueles que exercem qualquer atividade devem fazê-lo sempre se lembrando do resultado de seus atos. Atos que devem estar acima de seus conceitos individuais e em favor das normas habitualmente aceitas e recomendadas para o bem da coletividade.

Pois bem. O que dizer então de um verdadeiro exercito de jornalistas brasileiros que resolveu que o que eles pensam e seus patrões pensam é o melhor para a nação, para todo a sociedade, para  todos os indivíduos.

Só para lembrar dos dois mais recentes casos de defesa dos interesses individuais em detrimento do coletivo manifestado por uma parte de nossos jornalistas fiquemos com a Chevron e o livro A Privataria Tucana.

No primeiro caso como sabemos a grande imprensa brasileira demorou algo em torno de uma semana para noticiar um grave vazamento de petróleo que estava ocorrendo em um dos poços perfurados em águas brasileiras pela empresa norte americana Chevron. O fato só foi noticiado pela grande imprensa quando a blogosfera através de seus blogueiros "sujos" escancarou o que estava ocorrendo a ponto de a PF intervir no caso. E como se pôde ler por aqueles dias tudo que a grande imprensa fazia era repetir os press realeses emitidos pela Chevron permeados de dissimulação e informações incompletas.

Os poderosos midiáticos foram incapazes de acionar máquinas, equipamentos e pessoas para se deslocar até a plataforma da Chevron a fim de apurar o que de fato estava acontecendo.

E na semana passada tivemos a desalentadora atitude da grande imprensa em ignorar solenemente uma obra de um jornalista ganhador de vários prêmios que publicou o resultado de seu trabalho investigativo de dez anos ( dez anos !! ) sobre a criminosa lavagem de dinheiro nos anos da privatização de empresas publicas efetuado pelo governo FHC.

Nestes dois exemplos - existem outras centenas - determinados jornalistas e seus editores ajudaram a construir um evento gravíssimo sobre a população brasileira: a ignorância ou o desconhecimento da verdade.

O simples gesto de omitir ou esconder a verdade proporciona resultados catastróficos pois atrasa em dias, meses ou anos a formação da consciência sobre o que é ou não o melhor para a nação.

Se imaginarmos que essas atitudes são diárias e praticadas já durante alguns anos podemos dizer que o estrago já está feito sobre futuras gerações de brasileiros que - a mim me parece impossível avaliar com precisão- levarão um tempo enorme para superar a ignorância.

Basta olharmos a Historia para enxergamos o verdadeiro mal que acomete um  povo submetido, calado e violentado em seus direitos mais básicos via ignorância e desconhecitmento.

Assim fizeram os colonizadores ao tempo das grandes descobertas em especial aqui na nossa America Latina. Assim ainda fazem na África atualmente. E é isso que se vê acontecer todos os dias no oriente médio.

Recordemos Hitler e sua mentirosa propaganda de poder e desenvolvimento que possibilitou dizimar milhões de pessoas. Recordemos todos os sanguinários ditadores mundo afora cuja primeira providencia na chegada ao poder é calar os jornais, calar todos os meios de comunicação.

Os jornalistas brasileiros que, a exemplo de tantos outros profissionais que pouco se importam com os resultados muitas vezes trágicos dos seus atos sobre outras pessoas, mentem, dissimulam, disfarçam, omitem estão cometendo um grave crime: estão interferindo diretamente na construção da consciência de uma nação. Estão impedindo de maneira deliberada que milhões de seres humanos tenham acesso à verdade e, através da verdade, construírem para si mesmos suas opiniões, seus valores, seus ideais.

Não se trata mais de ficarmos debatendo se um jornal tem ou não determinada cor partidária, ou se esse ou aquele jornalista disse a verdade sobre os fatos. Trata-se de passarmos a discutir um crime que tenho certeza que está tipificado no Código Civil que é a censura deliberada e com ela a ocultação de crimes e seus autores ou o oposto disso que é a acusação de inocentes. O que é um desvirtuamento da profissão, pois se trata de uso indevido de um poder para subjugar os mais incapazes.

Cada dia sinto mais nojo, cada dia fico mais atônito com o crime de lesa humanidade cometido por essas pessoas. Para mim tratam-se de crimes tão hediondos como seqüestro e abuso de menor ou idoso. Esses crimes comparam-se a estupros e outras perversões de violência e resultados impensáveis.

É abjeto. Esses jornalistas não são dignos de permanecerem em sociedade pela tamanha desfaçatez e pouco caso que fazem da  natureza humana. O escárnio com que lidam com a inteligência dos demais indivíduos é repulsivo.

Estão fazendo nossa sociedade perder a noção das linhas que separam a realidade da fantasia. Forçando um povo valioso a parar de pensar e de falar. Assumiram para si a tarefa de conduzir o pensamento nacional. Isso é um roubo nojento.


Fiquem em paz ,
Jonas

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