Então vivemos umas quantas realidades ao longo de nossas vidas. Somos: pais, profissionais, irmãos, filhos, maridos, socios do clube, eleitores, clientes do banco, motoristas, navegantes da NET...
E para cada dimensão dessas nos dão um manual. E em cada manual um jeito diferente de se portar. Diferentes exigencias. E diferentes penalidades no caso de infrações às regras.
E nos olham como em fatias. E esperam que na hora em que somos profissionais deixemos de ser o resto. E na hora que somos maridos somos apenas maridos. Assim como ser cliente do banco exige que tenhamos uma personalidade distinta das demais.
E a gente entra nessa. De fato as realidades são bem distintas embora quem está lidando com elas é a mesma pessoa sempre.
Dai se como cidadão eu sou um bom pagador de impostos, como posso me sujeitar às instruções de meu empregador que manda sonegar os impostos que ele teria que pagar?
Se lá no clube que frequento pra ficar bem entre os amigos eu me sujeito a todo tipo de preconceitos, se eu valorizo meu carrão e menosprezo a casa do vizinho, como posso fazer discurso para meus filhos sobre despreendimento, humildade e amizade?
E me contrario. E termino o dia com um gosto amargo na boca, com a consciencia pesando diante das minhas incoerencias.
E pra tirar o gosto ruim da boca e acalmar minha consciencia eu me volto pra fora. E olho para os outros. E diante da normal incapacidade de fazer leitura de almas concluo, equivocado, que são todos felizes em razão da Nova Ordem que a cada novo dia lhes é imposta.
Nem minhas palavras mais são as mesmas. Eu digo o que sempre disse. Mas a cada dia sou entendido de um jeito diferente. E a mim dizem o que sempre disseram. Mas não vale sempre a mesma coisa.
E vem o medo da solidão. O medo de ser diferente. E me anulo. E me calo. E fico incompleto. E fico insatisfeito.
E a minha passividade não me deixa juntar as partes minhas que foram fatiadas. Perco pedaços de mim mesmo aqui e ali. Vou deixando pelo caminho minhas crenças, meus valores. Elas não importam mais. Existe uma Nova Ordem que vai cuidar disso pra mim.
Nova Ordem que me apresenta soluções empacotadas, perfumadas, melodicas, gostosas, prontas pra consumo. Não preciso pensar. Apenas consumir e esperar aproxima.
E assim sigo entrando e saindo de cercadinhos. Trocando de camiseta varias vezes aos dias. Me desconhecendo...
Fiquem em paz
Jonas
E para cada dimensão dessas nos dão um manual. E em cada manual um jeito diferente de se portar. Diferentes exigencias. E diferentes penalidades no caso de infrações às regras.
E nos olham como em fatias. E esperam que na hora em que somos profissionais deixemos de ser o resto. E na hora que somos maridos somos apenas maridos. Assim como ser cliente do banco exige que tenhamos uma personalidade distinta das demais.
E a gente entra nessa. De fato as realidades são bem distintas embora quem está lidando com elas é a mesma pessoa sempre.
Dai se como cidadão eu sou um bom pagador de impostos, como posso me sujeitar às instruções de meu empregador que manda sonegar os impostos que ele teria que pagar?
Se lá no clube que frequento pra ficar bem entre os amigos eu me sujeito a todo tipo de preconceitos, se eu valorizo meu carrão e menosprezo a casa do vizinho, como posso fazer discurso para meus filhos sobre despreendimento, humildade e amizade?
E me contrario. E termino o dia com um gosto amargo na boca, com a consciencia pesando diante das minhas incoerencias.
E pra tirar o gosto ruim da boca e acalmar minha consciencia eu me volto pra fora. E olho para os outros. E diante da normal incapacidade de fazer leitura de almas concluo, equivocado, que são todos felizes em razão da Nova Ordem que a cada novo dia lhes é imposta.
Nem minhas palavras mais são as mesmas. Eu digo o que sempre disse. Mas a cada dia sou entendido de um jeito diferente. E a mim dizem o que sempre disseram. Mas não vale sempre a mesma coisa.
E vem o medo da solidão. O medo de ser diferente. E me anulo. E me calo. E fico incompleto. E fico insatisfeito.
E a minha passividade não me deixa juntar as partes minhas que foram fatiadas. Perco pedaços de mim mesmo aqui e ali. Vou deixando pelo caminho minhas crenças, meus valores. Elas não importam mais. Existe uma Nova Ordem que vai cuidar disso pra mim.
Nova Ordem que me apresenta soluções empacotadas, perfumadas, melodicas, gostosas, prontas pra consumo. Não preciso pensar. Apenas consumir e esperar aproxima.
E assim sigo entrando e saindo de cercadinhos. Trocando de camiseta varias vezes aos dias. Me desconhecendo...
Fiquem em paz
Jonas
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