"O mantra servia pra tudo: “deixa de falar em desigualdade, a Guerra Fria acabou”; ou “não critica o capitalismo, a Guerra Fria acabou”.
Mas a Guerra Fria não acabou para a “Veja”. Stálin ainda é ditador. E ídolo dos petistas… A União Soviética serviu como fantasma durante muitos anos. Agora, a direita precisa reciclar seus fantasmas.
Em que planeta vive a turma da “Veja”. O PT pode ser criticado por muitos motivos. A frouxidão ideológica dos últimos anos é um problema muito mais sério do que o ”apego” a figuras como Stálin ou qualquer outro líder dos velhos tempos da Guerra Fria. "
Meu médico recomendou dieta. E evitar estresse. Por isso,
abstive-me da leitura de ”Veja” no fim-de-semana. Foi um erro. Era
chance de desopilar o fígado. Até pelo humor.
Recebo dos leitores, desde sábado, trechos da “reportagem”. Na
abertura de um dos parágrafos, parece haver uma metáfora colossal sobre
“formigas e feromônios”. Deve ter sido obrada pelos mesmos editores que
acreditaram no “Boimate” – piada de primeiro de abril publicada pela
revista dos Civita, como se fosse pesquisa séria…
Mas a melhor frase estava logo na abertura: ”Josef Stalin, o ditador soviético ídolo de muitos petistas…”
Hehe.
Os feromônios da Guerra Fria atraem “Veja” até Stálin. É
incontrolável. Curioso. Nos anos 90, dizia-se que os esquerdistas que
seguiam falando em socialismo não percebiam um fato óbvio: “a
Guerra Fria acabou”. O mantra servia pra tudo: “deixa de falar em
desigualdade, a Guerra Fria acabou”; ou “não critica o capitalismo, a
Guerra Fria acabou”.
Mas a Guerra Fria não acabou para a “Veja”. Stálin ainda é ditador. E
ídolo dos petistas… A União Soviética serviu como fantasma durante
muitos anos. Agora, a direita precisa reciclar seus fantasmas.
Em que planeta vive a turma da “Veja”. O PT pode ser criticado por
muitos motivos. A frouxidão ideológica dos últimos anos é um problema
muito mais sério do que o ”apego” a figuras como Stálin ou qualquer
outro líder dos velhos tempos da Guerra Fria.
Há outros trechos do texto - escrito por alguém que transita do medo à raiva, indistintamente – que nos remetem ao glorioso blog do profesor Hariovaldo (anticomunista
imaginário que, na segunda década do século XXI, enxerga comunistas
anda mais imaginários numa grande conspiração contra os valores
ocidentais).
A “Veja” também faz humor. Sem querer. A “Veja” lembra um pouco
aqueles japoneses que, anos depois de encerrada a Segunda Guerra, ainda
se escondem no meio do mato, nas ilhas mais remotas do Pacífico. Acham
que a guerra não acabou. Não importa o que se diga, seguirão combatendo.
Os japoneses que não acreditam no fim da guerra são figuras
patéticas, dignas de pena. Mas, com a arma na mão, podem se tornar
perigosos. Parece ser o caso da “Veja”. Até quando?
Bob Civita alimentou um bando de
tresloucados, durante 1o ou 15 anos. E agora não sabe o que fazer com
eles. Seguirão fazendo esse discurso obtuso pra assustar certa classe
média. Mas até pra isso é preciso mais categoria.
Stálin era um homem de ferro, cruel e implacável com os opositores.
Teria enviado ao México um agente soviético para matar o rival Trotsky –
velho bolchevique exilado pelos stalinistas. Trostsky morreu com um
golpe de picareta na cabeça. Terrível.
No caso de “Veja”, a picareta não está fora, mas dentro das cabeças.
Jornalistas tresloucados seguem a destruir a reputação daquela que já
foi uma revista até importante para a defesa da democracia no Brasil.
Isso nos anos 70.
A picaretagem e os banhos de Cachoeira levaram “Veja” para o buraco. E podem conduzir Bob Civita para o depoimento na CPI.
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