terça-feira, 17 de abril de 2012

“Veja” parece japonês perdido no mato

 Via O Escrevinhador

"O mantra servia pra tudo: “deixa de falar em desigualdade, a Guerra Fria acabou”; ou “não critica o capitalismo, a Guerra Fria acabou”.

 Mas a Guerra Fria não acabou para a “Veja”. Stálin ainda é ditador. E ídolo dos petistas… A União Soviética serviu como fantasma durante muitos anos. Agora, a direita precisa reciclar seus fantasmas.

Em que planeta vive a turma da “Veja”. O PT pode ser criticado por muitos motivos. A frouxidão ideológica dos últimos anos é um problema muito mais sério do que o ”apego” a figuras como Stálin ou qualquer outro líder dos velhos tempos da Guerra Fria. "

Veja" lembra os pobres japoneses: guerra (fria) acabou?


Meu médico recomendou dieta. E evitar estresse. Por isso, abstive-me da leitura de ”Veja” no fim-de-semana. Foi um erro. Era chance de desopilar o fígado. Até pelo humor.

Recebo dos leitores, desde sábado, trechos da “reportagem”. Na abertura de um dos parágrafos, parece haver uma metáfora colossal sobre “formigas e feromônios”. Deve ter sido obrada pelos mesmos editores que acreditaram no “Boimate” – piada de primeiro de abril publicada pela revista dos Civita, como se fosse pesquisa séria…

Mas a melhor frase estava logo na abertura: ”Josef Stalin, o ditador soviético ídolo de muitos petistas…”
Hehe.

Os feromônios da Guerra Fria atraem “Veja” até Stálin. É incontrolável. Curioso. Nos anos 90, dizia-se que os esquerdistas que seguiam falando em socialismo não percebiam um fato óbvio: “a Guerra Fria acabou”. O mantra servia pra tudo: “deixa de falar em desigualdade, a Guerra Fria acabou”; ou “não critica o capitalismo, a Guerra Fria acabou”.

Mas a Guerra Fria não acabou para a “Veja”. Stálin ainda é ditador. E ídolo dos petistas… A União Soviética serviu como fantasma durante muitos anos. Agora, a direita precisa reciclar seus fantasmas.
Em que planeta vive a turma da “Veja”. O PT pode ser criticado por muitos motivos. A frouxidão ideológica dos últimos anos é um problema muito mais sério do que o ”apego” a figuras como Stálin ou qualquer outro líder dos velhos tempos da Guerra Fria.  

Há outros trechos do texto - escrito por alguém que transita do medo à raiva, indistintamente – que nos remetem ao glorioso blog do profesor Hariovaldo (anticomunista imaginário que, na segunda década do século XXI, enxerga comunistas anda mais imaginários numa grande conspiração contra os valores ocidentais).

A “Veja” também faz humor. Sem querer. A “Veja” lembra um pouco aqueles japoneses que, anos depois de encerrada a Segunda Guerra, ainda se escondem no meio do mato, nas ilhas mais remotas do Pacífico. Acham que a guerra não acabou. Não importa o que se diga, seguirão combatendo.

Os japoneses que não acreditam no fim da guerra são figuras patéticas, dignas de pena. Mas, com a arma na mão, podem se tornar perigosos. Parece ser o caso da “Veja”. Até quando?

Bob Civita alimentou um bando de tresloucados, durante 1o ou 15 anos. E agora não sabe o que fazer com eles. Seguirão fazendo esse discurso obtuso pra assustar certa classe média. Mas até pra isso é preciso mais categoria. 

Stálin era um homem de ferro, cruel e implacável com os opositores. Teria enviado ao México um agente soviético para matar o rival Trotsky – velho bolchevique exilado pelos stalinistas. Trostsky morreu com um golpe de picareta na cabeça. Terrível.

No caso de “Veja”, a picareta não está fora, mas dentro das cabeças. Jornalistas tresloucados seguem a destruir a reputação daquela que já foi uma revista até importante para a defesa da democracia no Brasil. Isso nos anos 70.

A picaretagem e os banhos de Cachoeira levaram “Veja” para o buraco. E podem conduzir Bob Civita para o depoimento na CPI.  

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