Esta semana quem viu o Jornal Nacional ficou sabendo que a Anvisa acabava de proibir a venda de alguns medicamentos conhecidos por aí como recomendados a quem quer emagrecer.
E a matéria do Jornal Nacional mostrava a opinião de médicos e lideres de entidades médicas todos combatendo a decisão da Anvisa e na hora o que me chamou a atenção foi a ausência de opiniões favoraveis à proibição. E pensei com meus botões: caramba! não é possivel que ninguém seja a favor da Anvisa. Não acredito que um orgão com toda a responsabilidade que tem vai cometer tal sandice, ou seja, proibir o que não se deve proibir.
E a matéria seguia entrevistando um cidadão diabético que estava com dificuldades para encontrar um remédio especifico para seu tratamento chamado Victozia. E o JN mostrou esse cidadão ligando para farmácias em busca do tal medicamento e a resposta que se ouvia era que só em lista de espera.
Pois bem a imprensão que o Jornal Nacional deixou é que a Anvisa estava totalmente errada e que sua decisão além de repudiada por "toda" a classe médica ainda prejudicava portadores de grave doença a seguirem seus tratamentos.
Mas vai daí que ao final do JN eu me lembrei de uma certa revista nacional cujo nome nos convida a olhar, mas ela propria não enxerga nada, e de sua edição de um mês atrás cuja capa está ai embaixo com matéria que mais parecia um comercial do medicamento que não é exatamente recomendado para emagrecimento mas sim para diabetes, como já está dito. E tendo a revista que "mais-fecha-os-olhos-do-que-olha" recomendado que para que se usasse o produto explica-se a corridas às farmácias e a óbvia falta do dito cujo.
Naqueles dias fiquei sabendo que a Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária enviou oficio à revista condenando a matéria e alertando que o tal remédio não estava ainda totalmente aprovado e que além disso tinha provocado efeitos colaterais em algumas pessoas tais como: “hipoglicemia, dores de cabeça, náusea e diarréia. Além destes eventos destacam-se outros riscos, tais como: pancreatite, desidratação e alteração da função renal e distúrbios da tireóide, como nódulos e casos de urticária” Quase nada, não é?
No oficio a Anvisa pedia que "aquela-revista-que-não-vê" publicasse a informação como complemento da matéria. Mas nada foi publicado.
Tem-se então o que? Tem-se que em razão de cores partidárias e vieses ideólogicos - pois sabidamente tanto a revista com a rede de televisão transmissora do JN são, por principio, avessas a todas as medidas emanadas de orgãos federais - e pelo especial apreço pelo deus mercado esses orgãos preferem incentivar o uso indiscriminado de medicamentos numa atitude irresponsável que pode causar sérios danos aos individuos que, desatentos, embarcam na onda de alguns editorialistas e jornaleiros.
Vivemos tempos de debates a respeito da Marco Regulatório das Comunicações e ocorrencias como essa podem servir de balisa para uma discussão que leve à obrigatoriedade das publicações oferecerem SEMPRE as opiniões dos dois lados de uma questão, especialmente quando se tratar de saúde pública.
EM TEMPO: Recomendo a visita a esse site http://www.comunicacaodemocratica.org.br/
que convida a todos a deixarem sua opiniões e sugestões a respeito do Marco Regulatório bem como possibilita que se conheça o que já se debateu sobre o assunto até hoje.
Fiquem em paz
Jonas
Sempre bom de ler e reflexão para além do texto!!! Abraço!!!
ResponderExcluirValeu Denise, obrigado pela presença constante.
ResponderExcluirÓtimo motivo, como vários outros que existem, porém, um marco regulatório é sugestivo e pode gerar grandes consequencias se mal aplicado ou aplicado de forma maléfica... é uma questão muito complexa. Abraços.
ResponderExcluirÉ verdade Hugo, de fato é preciso cuidar para não virar autoritarismo e coisas assim. Mas no site que eu sugiro no texto tem informações importantes sobre isso e além de tudo muitos paises já adotam seus modelos Reguladores. É uma discussão que vale a pena e cujo resultado deve vir em breve.
ResponderExcluir