Uma das muitas parábolas de Jesus Cristo é a do semeador. Através desta parábola Cristo chama a atenção para as várias situações enfrentadas por aquele que se dispõe a semear.
E as situações que Cristo descreve vão desde a possibilidade das sementes serem comidas pelas aves, ou que podem cair em solos áridos e espinhosos e finalmente podem cair em solo fértil onde a germinam fortes e viçosas.
A analogia que Jesus faz com essa parábola é com a própria divulgação de Seus ensinamentos, ele faz como que um alerta para aqueles que o ouvem a fim de preveni-los na divulgação de Suas palavras, pois na divulgação pode ocorrer a mesma situação que no ato da semeadura: umas sementes morrerão e secarão e outras vicejarão no espírito de quem as ouvir.
Mas quero pedir licença ao nosso bom Jesus para perguntar: e quando é o próprio semeador que enfrenta aridez espiritual ou aquelas tormentas que fazem o semeador duvidar do resultado de seus esforços?
Deixando egoísmos, esnobismos, vaidades de lado, a verdade é que não poucas vezes eu me sinto inseguro nessa proposta que fiz a mim mesmo de escrever o que penso tornando públicas as coisas que me movem vida afora.
Sinto dois tipos diferentes de incômodos.O primeiro é uma certa impressão de incompetência na tentativa de dizer o que penso, e em pouquíssimas vezes quando eu releio o que acabei de escrever, eu me convenço que eu escrevi exatamente o que eu penso. Na maioria das vezes sinto que as palavras me escapam, parece existir uma distancia enorme entre eu pensar e as palavras surgirem escritas. Penso mil palavras e escrevo apenas dez. Elas, as palavras, parecem se perder na distancia entre meu coração e o teclado.
O outro incomodo, e este é mais grave, é que os tipos de solos citados por Cristo podem ser eu mesmo. E tenho medo de me tornar desatento ou descuidado, e por não conseguir dizer exatamente o que eu quero dizer posso acabar decepcionando, frustrando ou no mínimo aborrecendo alguém.
Pode ser que venham tempestades que me desviem do caminho, pode ser que chegue o dia em que me sentirei em um deserto, ou pode ser que eu largue tudo por ai pelo vento e não haja mais nenhum sentido em tentar compartilhar o que sinto com quem me lê. E isto é desatenção e desapreço. Isso é falta de zelo, ou pouco caso com as emoções que provoquei.
É preciso cuidar disso. O semeador precisa colher os frutos que plantou. O semeador iniciou um processo irreversível que resultará em uma resposta definitiva para o seu gesto. E é necessário conhecê-la.
Se o semeador tornar-se descuidado e desatento, ou se desprezar, ou resolver que o que plantou não precisa mais de sua atenção , é certo que os frutos apodrecerão e perderão sua natureza saudável e todo tipo de transtorno virá depois disso.
É bem provável que haja uma perversão em tudo, e tudo acabe sem muito significado. Os frutos haverão de perguntar: para que sou fruto? Para que germinei e vicejei se agora ninguém me vê e eu não sacio ninguém? Será que mais tarde serei semente também? Para que?
Cuidemos meus caros. Cuidemos do que plantamos. Fiquemos atentos e zelemos por nossos frutos. Para que eles não se voltem contra nós mesmos e não saiam por ai, ferindo e matando tantos e queridos brasileirinhos nossos!
Fiquem em paz.
Jonas
Bem, querido Jonas, eu comentei, mas o blog, ou a Net, sei lá, simplesmente
ResponderExcluirdeletou o comentário.
Tentarei reproduzir em Word o que escrevera,
para que não se perca, como semente lançada às pedras.
Louvo a sua reflexão > melhor não escrever do que semear em mentes férteis, tantas vezes inadequadas para certas informações.
Minha bandeira é a da decência jornalística. Pois que somos co-autores da barbárie
na medida em que semeamos em solos mentes os mais diversos e não sabemos o
que nossas idéias provocam.
Na falta do idealismo e responsabilidade jornalísticos impera o desespero pelo furo que dará minutos de glória ao profissional e ao veículo que o patrocina. Tudo por alguns pontos de audiência, feito o Datena, feito o jornalismo global.
A Globo é especialista em semear maus frutos, > vide BBB com show de bebedeira e
Sexualismo, > vide as novelas.
O que pretendem?
Louvo a tua ausência das palavras a serem semeadas. Melhor “deixa”, diria minha amiga.
Melhor não escrever, melhor não conseguir ter nada a dizer.
Penso que o jornalismo deve ser revisto. Chega de importar barbáries by USA, chega de
ensinar como fazer violência, chega, chega, chega.
Viver é muito mais.
Deixei passar um dia antes de comentar para sentir melhor o que penso da mídia que estamos enfiando goela abaixo da população.
Feliz Day After, gloriosos jornalistas. Deus salve as suas boas sementes, e aborte as nefastas antes que caiam nos solos mente para, um dia, darem frutos de dor, como
estamos vendo agora.
Obrigado Carmem mais uma vez por contribuir de maneira tão distinta para o Saúva. Voce o enriquece.
ResponderExcluir"Cuidemos do que plantamos. Fiquemos atentos e zelemos por nossos frutos." Isso mesmo, adorei o post...
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