domingo, 20 de março de 2011

Fazer o que Jesus faria?


Uma vez alguém me deu uma dica de como proceder na hora de tomar uma dessas decisões que muitas vezes nos deixam inseguros e não sabemos que caminho tomar. Disse-me a pessoa: pergunte-se sobre como Jesus agiria, e então faça a mesma coisa.

Isso dito assim sempre me pareceu muito pretensioso, dado que se sequer sei o que pensam meus semelhantes, que dirá saber o que Jesus, uma divindade, pensa., embora ao mesmo tempo seja impossível não reconhecer que Jesus nos deixou tantos ensinamentos que ao menos um deles fará referencia àquilo que nos aflige em dado momento.

E aconteceu que mais tarde eu tomei conhecimento de duas poesias de autores declaradamente ateus – Saramago e F Pessoa -, e pareceu abrir-se em mim o caminho para compreender a tal dica de tentar agir como Jesus agiria.

Saramago em seu "Um capitulo pra o Evangelho" nos revela um Jesus tanto Deus quanto homem, um ser completo, tal e qual todos nós desejamos ser e viver.  E Fernando Pessoa faz a mesma coisa em "Num meio-dia de primavera" ao nos mostrar um Deus menino tão menino quanto todos nós queremos ser.

Para surpresa minha estes dois ateus souberam descrever com sabedoria e poesia um Jesus tão generoso e amoroso quanto eu jamais tinha ouvido falar. De repente quem eu via apenas como Deus, passei a ver também como menino e homem e de tal forma que a impressão que tenho é de que, sim, eu posso falar com ele, perguntar-lhe sobre minhas coisas
 
Para esse Jesus quero perguntar uma porção de coisas entre elas é quando chegará o dia em que não nos envergonharemos das nossas limitações, das nossas imperfeições humanas. Quando é que aprenderemos a perdoar-nos a nós mesmos sem culpar a ninguém pelos nossos erros. Quando é que assumiremos com humildade nossa ignorância sobre o outro e por isso mesmo podermos dar a ele a oportunidade do reinicio.

E quando virá, enfim, o dia em que a direção de nosso olhar será para onde aponta o dedo daquele menino.

Fiquem em paz,

Jonas

5 comentários:

  1. Ele é o meu Mestre, meu apoio interdimensional, O que inspira e me socorre até nos sonhos.
    Certas palavras atribuídas a Ele me co Movem,
    e fizeram de mim uma rebelde em termos religiosos.
    A realização de Sua presença é experiëncia
    pessoal e intransferível,à qual concorrem todas as percepções dos sentidos e outras ainda, que nem se sabia. A mente se dissolve, é o estado
    especial ao qual chamam de Graça.

    No dia a dia, a mansidáo de espírito é a que
    mais me cobra ônus de paciência, reflexáo,
    calma, e perdão a mim mesma.

    Alguns episódios de Sua passagem,
    como quando Ele exortou Marta, irmá de Maria e Lázaro,sobre sua ansiedade, seu auto boicote ao bem estar espiritual ao qual Maria se entregava;

    quando Ele, ao acalmar a tempestade, disse aos
    discípulos > vós podeis fazer coisas maiores ainda;

    e antes do último suspiro, quando Ele entregou a chavedo conhecimento quando, a despeito da dor e da premência da morte, perdoou e ainda deixou o
    grande alerta > eles náo sabem o que fazem.
    Foi forte isso.
    Intuo esse episódio final como a quintessência
    de seus ensinamentos de Mestre > Perdoar.
    Perdoar por compreender que náo sabemos o que
    nos ataca no invisivel, por náo sabermos nada,
    por vivermos feito zumbis, por sermos ainda suscetíveis e vulneráveis aos padróes.

    "Quando é que aprenderemos a perdoar-nos a nós mesmos sem culpar a ninguém pelos nossos erros. Quando é que assumiremos com humildade nossa ignorância sobre o outro e por isso mesmo podermos dar a ele a oportunidade do reinicio. "

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  2. Vi este seu post através de um twit da Carmen e o abri despretensiosamente, um pouco antes de ir deitar. Estava aqui, meio angustiada. Este post veio a calhar. Maravilha. Li, reli e vou me deitar refeita.Às vezes um bom texto vale por uma terapia.Agradeço. E agradeço a Carmen, também, que twittou ou retwittou seu link.
    Boa noite pra vocês

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  3. À Carmen agradeço pela gentileza sempre presente em suas palavras e mais ainda agora pela divulgação das modestias desse pobre aprendiz de ser humano, e à Milu digo que fiquei feliz por também despretensiosamente proporcionar dois minutinhos que sejam de alguma paz.

    Grandes abraços

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