segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

De quem é esse dinheiro?


Não é novidade para nenhum de nós que, quando tomamos conhecimento da biografia de ditadores em geral, ficamos sabendo que todos eles acumulam riquezas escandalosas, quase inimagináveis. No caso de Mubarak soubemos que ele acumulou ao longo de 30 anos nada mais nada menos que 70 bilhões (!!) de doláres. O que dá uma média de 639.269 dolares por dia, ou algo em torno de 1.060,60 dolares por cidadão egipcio ( censo de 1998). É um número tão escandaloso que dá até pra duvidar que seja verdade. Mas dez por cento disso também seria bem pornografico.

Sabemos que de honesto esse dinheiro não tem absolutamente nada. É fruto de ações contra a vida de muita gente. Itens como comida, moradia, saúde, segurança, educação e dignidade da população de um país inteiro está nessa montanha de dinheiro.

E onde está guardado esse dinheiro? Em bancos suiços. Que agora, e como não soubesse de nada durante trinta anos, o governo suiço anuncia que vai congelar os bens do ex (?) ditador.

Eu não entendo nada de economia e de finanças. Mas desconfio que esse dinheiro não existe materialmente, ou seja, ele não está guardado num enorme cofre esperando o dia em que seu "dono" irá busca-lo. Há muito de virtualidade nessas fortunas que existem por ai. Sei lá o nome do mecanismo, mas o dinheiro vai e vem entre bancos no mundo todo apenas no papel sem que haja a movimentação fisica de uma só moedinha.

Vai dai que eu começo a imaginar que uma parte significativa do planeta funciona em cima de capitais financeiros respingados do sangue das pessoas à esquerda e a direita de todo o espectro politico e economico do mundo.

Eu sempre me perguntei a respeito de alguns investimentos nababescos pagos no mundo dos negócios incluindo construções de fabricas, complexos gigantescos, e outros que tais.

Longe de mim afirmar que uma GM, uma Nike, uma Telefonica ou suas similares paguem seus contratados com dinheiro reconhecidamente desonesto. Mas fico pensando que a GM, a Nike, a Telefonica e suas similares precisem de financiamentos astronomicos para suas empreitadas. Financiamentos esses que podem ser contratados no Citybank ou no HSBC. E quem garante as fortunas investidas? As seguradoras. E quem garante as seguradoras? Pool de bancos. Entre eles os bancos suiços? Então uma parte da grana financiada para a GM, a Nike e a Telefonica pertence ao Mubarak?

Recentemente tivemos aqui no Brasil o caso do Banco Panamericano que de virtualidade em virtualidade chegou-se a conclusão que o caixa estava zerado. Quem garantiu a sobrevida do Panamericano? Um pool de bancos. Quem garante os bancos? Seguradoras. E, de novo, quem garante as seguradoras? Estou aceitando palpites.

O capitalismo que agora mudou de nome para liberalismo e globalização desconhece ideologias. Não faz muitas perguntas quando se trata de cifras astronomicas. Não pergunta a origem de valores escandalosos. Apenas faz festa: quanto mais grana melhor. Quanto mais a linha do grafico subir, não importa para onde, melhor. 

E hoje pela manhã ouví que a China já é a segunda economia do planeta. Economia essa que está sendo construida em cima de um sistema trabalhista bem nebuloso. No entanto nenhuma das noticias sobre a magnitude financeira chinesa nos dão conta sobre a indecente exploração da mão de obra que acontece naquele pais.

Em resumo, hoje eu acordei com uma triste sensação de impotencia diante da força da grana que, como já dizia a musica, ergue e destrói coisas belas.

Acho que chegou a hora de o mundo dar um basta nessa farra do boi que são os paraisos fiscais, que  eu acho que seria um jeito de apertar o cerco contra ditadores diversos e seus congeneres como traficantes, donos de impérios pornograficos, etc...

Fiquem em paz,

Jonas

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