Na semana que passou ficamos sabendo que o presidente da França - num laicismo raivoso e patrulheiro - enviou projeto de lei que proibe mulheres muçulmanas de usarem a burka em lugares públicos, alegando que tal vestimenta depõe contra a liberdade feminina. Bonito né? Tocante mesmo.
Daí a gente começa pensar uma coisa: lá no Iraque, soldados estrangeiros ao pretenderem humilhar e agredir seus prisioneiros no centro de suas dignidades fizeram o que? Tiraram-lhes as roupas..
Daí a gente começa a pensar naquele famoso ditado que diz que o hábito faz o monge, e esse ditado é a sustentação das vestimentas protocolares muitas vezes hipócritas como é o caso do uso obrigatório de paletós e gravatas por suas excelencias, muitas vezes produtoras de excrescencias, lá em Brasilia.
Esse sr Sarkozy trasveste de preocupação com as liberdades individuais a sua verdadeira intenção que é banir hábitos, costumes e crenças que não sejam as suas próprias.
Acho bastante aceitável, mesmo que seja discutivel, a retirada de simbolos religiosos de edificios publicos dado que, sendo propriedade do estado, esses edificios não são locais de manifestação religiosa. Mas não é a mesma coisa as vestes de um individuo. A permanecer esse raciocinio em breve nem mesmo camisetas que ostentem as crenças ou a religião de quem as veste serão permitidas.
Se o sr Sarkozy quer defender a liberdade feminina então que pense em leis que proibam propagandas enganosas e cinicas que querem nos fazer pensar, por exemplo, que ter um carrão nos fará conquistar aquela gata alí da esquina colocando-nos, a nós homens, como seres descerebrados e desarticulados e as mulheres como seres movidos por uma montoeira de lata.
Se o sr Sarkozy quer que pensemos que ele está mesmo preocupado com as liberdades femininas que proiba a pornografia em seu pais, esse mercado que movimenta milhões para os bolsos de uns poucos enquanto vicia, humilha e escraviza milhares de mulheres ao redor do planeta.
Fiquem em paz,
Jonas
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