Mais Lulofobia. Desconfio
que todos os computadores de propriedade das penas amestradas da grande mídia
nacional tem uma tecla "odiar o Lula". Então, quando bate aquele
vazio sobre o que dizer, o sujeito aperta essa tecla e pronto: qualquer coisa
sobre o Lula vira noticia, e vira ódio. Um certo Lauro Jardim que tem uma certa
coluna chamada Radar On Line, numa certa revista de nome Veja, deu a imperdível
e essencial informação de que o nome
de Lula está no primeiro lote de restituição
do IR. Pronto. Bastou isso para que um exercito incontável de papagaios
direitopatas, comentaristas daquele espaço, passassem a exercitar seus cinco
minutos de ódio virulento e diário contra Lula. Vejam vocês que aproximadamente
um milhão e oitocentos mil brasileiros receberão sua devolução do IR neste primeiro lote. Porém segundo o
brilhante dono da coluna e seus papagaios sugerem, é que Lula é dono do Brasil
e sendo assim o governo federal, para dar logo a grana do Lula, disfarçou
e botou mais 1.799.999 pessoas na lista, só pra ninguém notar. Coisa de gênios!
Aguardemos a subida de Alvaro Dias na tribuna do senado, com a Veja embaixo do
braço, indignado, pedindo que seja feita uma devassa na Receita Federal pelo
inaudito privilégio concedido ao Lula.
Economia eleitoreira. Não tem jeito. O adjetivo
"eleitoreiro" se incorporou de tal modo no vocabulário de críticos,
analistas, viúvas do neoliberalismo e jornalistas em geral que qualquer passo
que o governo federal dá, em especial no encaminhamento da economia do Brasil,
viram apenas medidas eleitoreiras. Na falta de competência para discutir com
profundidade ou apresentar alternativas para debate, colocam tudo de forma a
sugerir que o governo federal trabalha somente de olho nas pesquisas de
opinião, algo como faz exatamente a mídia que só trabalha de olho no ibope.
Pensemos: Lula foi eleito para seu primeiro mandato pelo motivo óbvio de que
o eleitorado estava insatisfeito com o governo FHC. Depois Lula foi reeleito
também pela obviedade oceânica de que o eleitorado estava satisfeito com seu
governo. E em 2010 Lula elegeu sua sucessora, Dilma, pelo simples e inegável
fato de que o eleitor continuava satisfeito com o Lula. De onde se pode deduzir
que o plano de governo de Lula é um tantinho mais consistente que jogadas de
efeito para conquistar eleitorado.
Muito bem continuemos pensando. Pelo que indica a fantástica aprovação da Dilma até agora e se não acontecer algo muito
grave, ela será reeleita em 2014. E não é loucura supor que ela fará seu
sucessor em 2018. Dito isto temos que a linha mestra de governo inaugurada por
Lula e seguida por Dilma poderá comandar o Brasil por pelo menos 20 anos.
Diante desta hipótese é recomendável que os críticos, analistas, viúvas do
neoliberalismo e jornalistas em geral parem de falar tanta idiotice e se debrucem
com um pouco mais de seriedade sobre as grandes questões nacionais, critiquem
sim, mas sem tornar tudo tão rasteiro e menor.
Não sorria: você está sendo filmado. Longe de querer debater as
razões da rescisão do contrato entre o jogador Ronaldinho Gaucho e o Flamengo
falo da minha surpresa ao ver exibido em cadeia nacional vídeo interno de
um hotel em que esteve hospedado o Flamengo e que mostra imagens de Ronaldinho
indo e vindo do quarto de uma senhora durante a madrugada. Pelo que se sabe
esse tipo de filmagem é regulamentado por lei que proíbe sua divulgação publicamente. Essa situação
nos remete ao caso semelhante havido no Hotel Naoum em Brasília quando, durante
hospedagem de José Dirceu naquele lugar, divulgaram-se imagens dos corredores
internos exibindo pessoas que visitavam o petista. Em ambos os casos, e em
tantos outros parecidos, existe uma infração
da legislação. Numa ponta está quem
cede as gravações e na outra está a imprensa. Sendo que esta ultima,
autoproclamada vigilante da moral e da legalidade, não dá a mínima bola para o
que diz a Lei e faz questão de levar ao conhecimento de milhões de pessoas
fatos que dizem respeito privacidade de cidadãos em pleno gozo de seus
direitos civis. Fazendo de conta que desconhece as conseqüências, quem sabe graves,
que isso pode trazer para a vida pessoal de cada um.
A internet funciona aos domingos? Creio que todos se lembram da piada
da loira (olha o preconceito!) que, por não conseguir navegar na web, pergunta
ao técnico se a internet funciona aos domingos. Pois não é que o eterno
candidatado a qualquer coisa no Brasil, Dom José de La Sierra y Moóca, viajou
para Nova York a fim de conhecer a interação
on line entre a prefeitura de lá e moradores daquela cidade? Até Nova York?
Serviços on line? Hã? Vai ver que a internet norte americana não funciona no
Brasil...
A imprensa que humilha. No dia dez de maio passado o Brasil Urgente da Bahia
exibiu e a Band reprisou nacionalmente uma certa senhora chamada Mirela Cunha e
que se diz jornalista humilhando um cidadão negro e pobre que acabava de ser
preso por conta de um suposto estupro. A ensandecida ria descaradamente da ignorância
cultural do cidadão, desprezando totalmente o fato de que ali estava um ser
humano. Fazendo piadas toscas ela se comunicava com outro desmiolado nos estúdios
da TV, apresentador do programa policialesco, chamado Uziel Bueno. E tome todo
tipo de palavras ofensivas, todo tipo de humilhação
contra o rapaz preso.Quem quiser ver esse primor de "exemplo jornalístico"
veja os vídeos aqui
e aqui.
Fiquei sabendo que um grupo de jornalistas enviou carta aberta ao governador,
ao Ministério Público e à Defensoria Pública do Estado condenando os abusos de
programas policialescos na Bahia. O Ministério Público Federal decidiu
investigar o caso. Até ai tudo bem. Ta certo. Concordo e assino embaixo.
Dado o perfil visivelmente autoritário de quem traz em sua genética heranças
dos tempos da CasaGrande & Senzala eu diria que esses pseudos jornalistas
são sérios candidatos a tornarem-se colegas ou concorrentes dos Mervais,
Noblats, Augustos e Reinaldos que pululam pela imprensa nacional.
Mirela Cunha e Uziel Bueno, agindo regionalmente, em nada diferem desses
outros - digamos assim comentaristas políticos - que falam para o país todo especializados em esculhambar, achincalhar, xingar, ofender, mentir e
desmoralizar o Lula e tudo que diga respeito a ele ou que venha do governo
federal.
Por isso aguardo confiante que os mesmo jornalistas que indignaram-se com os
fatos do mês passado na Bahia ajam do mesmo jeito com o resto da chamada
"imprensa nacional". Está dando nojo.
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