A  sucursal de Brasília consegue um documento, uma declaração supostamente  assinada pelo Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da  Presidência da República, Alexandre Padilha, avalizando o trabalho do  INBRASIL, o tal instituto através do qual o relator do orçamento  desviava recursos.
Procurou o Ministro. Na hora,  constatou-se que o documento era falsificado. Havia inúmeras evidências,  acessíveis a qualquer redação com um mínimo de análise técnica,  conforme material que recebi agora à noite:
1. No brasão do documento, o telefone da Secretaria estava errado, assim como o email.
2. O padrão gráfico é diferente do papel timbrado da SRI.
3. O número do RG do Ministro é falso.
4. Sua denominação - "Ministro de Estado chefe da SRI" - incorreta.
5. O CNPJ da empresa avalizada é. Bastava colocar em um programinha simples para constatar que era inválido.
6.  Havia mais. A assinatura do Ministro era scaneada, conforme se conferia  a olho nu. Bastava clicar na assinatura para aparecer o contorno da  imagem.
7.  Bastava ir às propriedades do documento para saber que foi escrito em  Br-Office, um editor de texto. Documentos legais são scaneados  diretamente do papel. Documentos PDF a partir de um editor de texto é  sinal evidente de manipulação. Qualquer adolescente medianamente  informado sabe disso.
Tinha-se, enfim, uma reportagem  sobre um documento falsificado envolvendo um Ministro de Estado. O  repórter foi informado, até escreveu um boxe sobre isso. Essa informação  não fo sonegada da direção de redação do jornal.
E tinha-se a principal suspeita - a ex-assessora que afirmava ter obtido a carta do Ministro.
A direção de redação -  provavelmente Marcelo Beraba, um dos criadores da Abraji (Associação  Brasileira de Jornalismo Investigativo), que se supunha o último centro  de reportagem correta da mídia - decidiu ignorar todos os sinais de  falsificação e imputar o documento ao Ministro Padilha.
A manchete de primeira página foi esta:
Internamente, na página 4, a matéria principal foi essa:
Na parte inferior da página um boxe, com Padilha tentando explicar que o documento apresentado era falso.
Originalmente publicado no: EsquerdoNews: Estadão acusa ministro com "documento" que sabia ser falso
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