Uma notinha publicada neste final de semana na coluna Painel, da
Folha de S. Paulo, informa que, o governador Marconi Perillo (PSDB-GO)
procurou caciques do PMDB para dizer que, se a deputada Iris de Araújo
partir para o ataque na CPI do Cachoeira, haverá retaliação na comissão
da Assembleia Legislativa contra a gestão de seu marido, Iris Rezende,
na Prefeitura de Goiânia. Ou seja: segundo a nota, Perillo está fazendo
clara chantagem.
Será um insulto à opinião pública se a CPMI (Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito), instalada para investigar as conexões políticas,
empresariais etc, do bicheiro Carlinhos Cachoeira, não exercer com
independência suas atividades, ignorando portanto as inevitáveis e
espúrias pressões de quaisquer origens.
É esperado que forças poderosas tentem interferir nos trabalhos da
Comissão para proteger pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a já
óbvia extensa rede de corrupção, cujos tentáculos alcançam várias
unidades da Federação.
A propósito, é estarrecedora – se for verdadeira – a notícia
veiculada por uma revista semanal, em sua edição de 2/5, dando conta de
que "O Palácio do Planalto foi informado por um qualificado mensageiro
das Organizações Globo que, caso o empresário Roberto Civita, dono da
Abril, seja mesmo convocado para depor na CPI, o governo terá de
enfrentar a fúria do baronato dos meios de comunicação, numa guerra sem
limites".
Pode-se prever a indignada reação do governo à atitude desrespeitosa,
insolente e descabida, sugerindo a interferência do Executivo em
assunto da exclusiva competência do Congresso Nacional e ainda por cima,
seguidas por ameaças desse tipo. Ou a CPI se sobrepõe a essas bravatas
ou será levada à completa desmoralização. Todos estamos submetidos ao
império da Lei. A busca da Verdade e da Justiça deve ser o lema da CPI,
pela preservação do Estado Democrático de Direito.
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