Com essa história de televisionamento, (e
espetacularização), do julgamento da AP 470 temos visto que suas excelências
integrantes do STF são capazes de se comportar em plenário do mesmo jeito que
os moradores de um edifício se comportam em suas reuniões condominiais. Mandam
às favas a serenidade ou o senso de equilibrio. Pelo menos três vezes nos últimos 15
dias nós, os telespectadores brasileiros, pudemos assistir alguns barracos que
bem poderiam ser armados em uma sala reservada, longe dos olhos do distinto
publico que assiste a transmissão televisiva.
O protagonista principal dessas exibições
barraqueiras é o senhor Joaquim Barbosa. Truculento e teatral, não transmite
nem de longe a segurança de um julgador. Parece muito mais afeito aos rompantes
dos donos da verdade do que uma pessoa apegada à justiça ou, por ultimo, um justiceiro pouco disposto ao dialogo e a análise serena dos fatos.
O senhor Joaquim Barbosa não é um julgador. É um
inquisidor. Não se dá ao trabalho sequer de disfarçar sua sanha acusatória.
Seu primeiro piti deu-se no inicio do
"mensalis circencis" quando, por iniciativa de um advogado defensor,
foi solicitado o desmembramento do julgamento, Joaquim Barbosa não deixou
barato e por todo seu escalafobético discurso ficou entendido que o importante
era julgar o "conjunto da obra", ou seja, deitar-se um olhar sobre
todo o suposto esquema quadrilheiro. Muito bem.
Veio então o julgamento das preliminares e, como
eu já disse aqui no Saúva, o senhor Joaquim não pestanejou em atropelar toda a
lógica de um julgamento e, sem ater-se aos autos julgou, e de forma claramente
equivocada votou pelo indeferimento de um pedido de um dos réus que estava
coberto de razão, conforme atestou toda a corte votando em seguida pelo
deferimento do tal pleito, ou seja de maneira contrária a do açodado
julgador-inquisidor.
Em outro momento e de maneira contraditória o
senhor Joaquim propõe que, sim!!, o julgamento deve ser fatiado, e que
não tem nada disso de conjunto da obra e deve-se julgar ( e condenar é claro )
ato por ato de cada um dos envolvidos no "panis, mensalis et circus".
Perdeu-se, portanto a visão de conjunto. Não há mais supostos quadrilheiros
agindo em bando, mas indivíduos que desde o inicio, como alertou um dos nobres
causídicos, ficariam prejudicados se fossem julgados em conjunto pela corte
máxima uma vez que não poderiam fazer apelações a instancias superiores. Ao
reconhecer a individualidade na participação nos crimes o senhor Joaquim
desdisse o que disse no inicio.
Nesse mesmo dia do fatiamento (do julgamento, de
suas atitudes e de seu cérebro) o senhor Joaquim lá pelas tantas e no meio de outro
barraco armado em razão de suas imposições destemperadas, ele
mesmo disse que se as coisas não fossem do jeito que ele queria a corte corria
o risco (vejam só a audácia!) de não ver o nobre relator-inquisidor
(ele mesmo) no final do julgamento, complementando que todos sabem de seu
estado de saúde.
Péra ai!!! Sua excelência está padecendo de algum
mal muito grave? É terminal? Sente dores muito fortes? Como pode um julgador
dispor-se a formar juízo sobre o que for, estando ele tomado de uma dor
desconfortável (quiçá insuportável) e que perturba sua concentração? Será que
não é caso de ele declarar-se impedido de continuar a participar deste
picadeiro inquisitorial? É só pedir pra sair Joaquim!
Existem muitas pressas nesse julgamento:
A primeira que se divulgou era que alguns delitos
poderiam prescrever, mas pelo que sabemos as prateleiras dos Tribunais estão
abarrotadas de casos esperando julgamento e ninguém parece se preocupar com
prescrições.
A segunda
ficou por conta das vésperas da aposentadoria de um dos integrantes que poderia
acabar por não votar se
demorassem muito para armar a lona (para mim isso é incompreensível. Quantos outros milhares
de julgamentos houve e continuarão a haver sem o voto deste douto senhor?) .
E agora é
o Joaquim que diz que está doente e que talvez não chegue ao final, e que então
o voto daquele que esta prestes a colocar o pijama já nem importa tanto
assim.
Desnecessário dizer que sou leigo nessa coisa
toda. Sou somente um cidadão tal e qual todos os milhões de brasileiros que
podem agora estar a pensar o que eu mesmo estou pensando: tem alguma ciência desconhecida
por trás dessa coisa toda. Alguma coisa está sendo armada e como eu já disse
está me parecendo que é uma lona, um picadeiro e as arquibancadas. Precisa ver
se o respeitável público vai gostar do espetáculo.
Concordo plenamente. Esse "julgamento" já ultrapassou a fronteira do minimamente razoável. parece mais um teatro do absurdo, onde tudo está montado para condenar, não importa quantos argumentos a defesa apresente... argumentos razoáveis, diga-se de passagem, porém,inúteis no contexto...
ResponderExcluirÉ isso Márcia, e além de tudo por trás dessa sanha acusatória há uma inexplicavel subserviencia à imprensa. Inexplicavel pelo menos para nós que estamos aqui do lado de fora. Abraços e seja bem vinda ao Saúva.
ExcluirConcordo plenamente,eles,os mesmos de sempre
ResponderExcluirsem dúvida estão armando,estão loucos pra
condenar esperamos q haja justiça apesar do
circo,caso contrário será muito dolororo pra nós!!!
É o só o que se espera Estranha, Justiça ( assim com jota maiúsculo ) e na da mais. Obrigado e abraços
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ResponderExcluirAP470 e não AP407
ResponderExcluirOpa !! Obrigado Reinaldo. Corrigido.
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