segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Música não serve pra isso.



Desconfio que na usina da criatividade humana a maior e mais fértil produção é a música. Há quem diga que algumas composições músicais foram encontradas na Siria datadas do ano 1.400 AC (!).  Dêem só uma olhada aqui nesse sitio que apresenta a execução de uma das tais músicas e aproveitem e leiam as muitas informações que acompanham o video.

E eu desconfio também que a área do cérebro humano com maior espaço de armazenamento de dados é a área da música. Não sei não mas é bem provável que umas boas centenas de músicas possam ser arquivadas na nossa lembrança. Não deve existir nenhum outro item da produção do homem que seja tão lembrado quanto a música.

E música é bom pra tudo. Alegrar, motivar, apaixonar, chorar, rir, pular, agrupar, unir, lembrar, contemplar, dormir, trabalhar, viajar, confraternizar, a musica é, enfim, um componente importante, quem sabe indispensável, para a harmonia da vida, para a convivencia em grupos e para o amadurecimento intelectual de todos os individuos.

E de toda a história da humanidade, o momento atual parece ser o mais propicio e abundante para criação e audição musical. Nunca antes no mundo todo se ouviu tanta música. A proliferação e popularização dos tocadores portateis de música, a televisão, a internet, CDs, DVDs, BlueRays e tudo o mais ajudam cada vez mais aproximar o ser humano da música. É admiravel, também, o número cada vez maior de pessoas presentes nos mega shows musicais, verdadeiras multidões. E os Beatles já ultrapassaram a estupenda marca de mais de um bilhão de discos vendidos, isso equivale dizer que um em cada seis dos habitantes do planeta já ouviu uma música beatle.

Mas falar sobre as qualidades da música é discorrer sobre uma cansativa lista de obviedades e não é esse meu propósito.

Eu tenho mesmo é uma pergunta para fazer para os sujeitos que transformam seus carros em discotecas ambulantes, alguns deles equivalentes a trios elétricos, que gastam uma pequena fortuna em parafernália eletronica para maltratar meus ouvidos tocando suas musicas - de gosto duvidoso diga-se de passagem - num volume próximo de causar surdez instantanea. Eu pergunto: musica serve pra isso?

Enquanto o mundo todo, desde os filósofos gregos, considera a música uma dádiva divina para os homens, esses caras conseguiram transformar a música em algo que desperta na gente os piores instintos. Dá um vontade ernorme de armar-se de lança-chamas, bazucas e congeneres para desligar a barulheira infernal que eles chamam de "som". E que não passa disto mesmo, de "som" ou, melhor dizendo, barulho. Pois a música só traz prazer se não machucar os timpanos que são, nesse caso, a porta de entrada de nossas almas.

Fiquem em paz

Jonas

3 comentários:

  1. Falou tudo que eu penso. E mais um pouco.
    Aqui, é o reinoo disso tudo que colocou.
    Sertanejo global, funkeiros, e outras chatices
    comerciais.
    Sempre com 2 milhóes de watts de som elevados
    à máxima potëncia.

    Sem falar nas motos e veículos outros de propaganda nas ruas.

    Já a música que ouvi no"sítio"... magnífica,
    milenar, essencial.

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  2. Esqueci de colocar que nas áreas comerciais centrais, de varejo, sonzáo com 10 milhóes de warrs rss à porta de entrada.

    A gente passa na rua e, de loja em loja, vai ouvindo uma diferente, embora todas para mim
    sejam iguais, gêmeas. E ainda tem o locutor de
    cada loja rss.

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  3. Pois é Carmem, lamentavelmente nos grandes centro a poluição é em todos nossos sentidos: visual, sonora, tátil, etc... uma tristeza...

    grandes abraços

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