E a reportagem diz também que a informação só foi dada pelo Metrô na sexta
feira quando publicou edital no Diário Oficial Empresarial. Diz ainda a Agencia
que o Metrô fez um boletim de ocorrência (nr 1435) sobre o caso no dia seguinte ao sumiço porém a
Secretaria de Segurança Publica não confirma a informação.
Outro detalhe constante da noticia é que mais informações não podiam ser
dadas pelo Metrô pois os responsáveis pela área não estavam trabalhando.
A pergunta é: como é possível sumirem 15.399 caixas de documentos de uma
empresa do porte do Metrô? E como ficamos sabendo disso só agora passados 05
meses da ocorrência?
A resposta veio no dia 04, terça feira, as tais caixas "perdidas"
haviam na verdade sido queimadas em um incêndio criminoso ocorrido no dia 09 de
junho no deposito de uma empresa especializada na guarda de documentos
localizado em Itú - SP. ( leia aqui
)
Encafifante. Há que se matutar um tantinho sobre isso.
Relendo a primeira noticia tudo nos leva a crer que o Metrô não sabia MESMO
do paradeiro das ditas caixas.
Já na segunda noticia surge a cândida e tranqüilizadora informação de que o
Metrô sabia SIM do paradeiro das 15.399 caixas.
Algumas coisas ficam no ar. Uma delas é que talvez Agencia Estado deu uma
noticia que não devia dar e sem querer que parecesse correção, corrigiu. Até aí
nada de novo. É a imprensa paulistana dando sua tradicional cobertura ao
governo tucano.
Outra coisa que intriga é a pouca importância dada aos documentos. As
noticias dão conta que uma parte desses documentos estava micro filmada. Mas
que parte? Vinte por cento? Cinqüenta? Quanto?
Acrescente-se que pela lógica o
que estava micro filmado e que não fosse documento fiscal ou trabalhista podia
ser queimado pelo próprio Metrô e não por bandidos. Sabidamente paga-se por
espaços para guarda de qualquer coisa, e se esses documentos não tinham lá
tanto valor é dinheiro jogado fora. Mas desperdicio de dinheiro publico-tucano também não é novidade.
Para aumentar o encafifamento lê-se nesta outra noticia aqui
divulgada na época do incêndio, que já era sabido que entre os clientes da
empresa dona do deposito incendiado estava o Metrô. A empresa dona do deposito
não parece ser mixuruca pois, pesquisando seu nome “P A Arquivos Ltda” , vê-se
que a mesma trabalha com diversos órgãos públicos em todo o país. Vai daí que é
possível concluir que é uma empresa organizada e que notificou o Metrô sobre o
fato lá em Itú. E por que o Metrô alega inicialmente que não sabia do paradeiro
dos arquivos?
Não dá pra deixar de pensar na conveniência para o Metrô do sumiço destes
documentos, pois, como diz a noticia, uma parte dos documentos queimados trata das investigações sobre acidentes nos trens e, lembremos meus
caros leitores, raramente ou quase nunca se fica sabendo, via imprensa, de
acidentes no metrô.
Esta semana minha filha comentou noticia dada a ela por uma passageira do metrô
que na semana passada houve o suicídio de uma moça na linha do trem. Mas, como
eu já disse, na mídia tucana não se lê nada.
Tá bom, tá bom. Sou eu que estou aqui procurando pêlo em ovo e talvez tudo
não passe de uma dessas confusões internas em que comunicações em geral não são
devidamente comunicadas, e então tudo pode não ter passado de uma ocorrência comum
envolvendo erros administrativos.
Mas se for para deixar por menos, eu ainda digo: se o Metrô – mesmo que
momentaneamente – não sabe dar conta com segurança do paradeiro de 15.399
caixas que, como todo mundo sabe, ficam sempre paradas no mesmo lugar, que dirá
dar conta, também com segurança, dos trens e dos milhões de passageiros que se
movimentam constantemente!
Talvez esteja justamente aí a conveniência dos tais documentos terem sido
queimados por bandidos.
Alckmin e o Metrô agradecem.
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