"Gestor", "competente", "sério", "o homem dos genéricos", "o criador do seguro-desemprego", "o melhor ministro da saúde que o brasil já teve", "já foi deputado, senador, prefeito, governador", "filho de feirante", "nasceu de uma família pobre na mooca". responda rápido: em quem você pensou?
e,
 apesar de quase tudo ser mentira, você sabe por que pensou nele? porque
 desde 2002 você já ouviu isso em quatro das últimas cinco campanhas 
eleitorais. e vai ouvir neste ano de novo. é um inferno. aquela voz 
melosa. aquele apresentador que era magro, jovem e tinha os cabelos 
negros em 2002, hoje esta velho, barrigudo e grisalho. mas vai estar 
lá. "e ainda tem o dominguinhos!", lembra uma química editora-chefe.
e
 a repetição vai ser pior neste ano. porque desde a última campanha não 
há absolutamente nada novo a acrescentar nesse currículo. vejamos: 2002 
foi a primeira (nessa linha), tudo bem. e tinha o medo da regina duarte 
que, vá lá, foi um charme, vai? em 2004, foi discurso repetido, mas 
ainda não tinha cansado. em 2006 ele já tinha sido (mais ou menos) 
prefeito. ok. em 2010 ele pôde acrescentar que havia sido governador. 
beleza. e agora? o que acrescentar nesse currículo?
"já
 foi deputado, senador, prefeito, governador. foi a palestras, cursos e 
reuniões. tuitou muito. conchavou. fala inglês fluentemente. domina o 
word, o excel e o power point. gosta de desafios e de conhecer gente 
nova. tem facilidade de relacionamento e está sempre disposto a 
aprender".
é isso? é isso o que vamos ouvir no fim do ano?
se eu estou angustiado, imagina ele!
nem
 é intenção pedir que não votem nele. cada um vota em quem quiser. mas 
eu clamo aos marqueteiros por criatividade. afinal, o brasil é um país 
livre, mas o horário eleitoral é compulsório e o voto, obrigatório.
eu
 confio na publicidade brasileira! se teve até jogadora de basquete que 
ficou bonita na playboy, minha gente, pra tudo dá-se um jeito. pelo 
menos até a posse.
ps.:
 clamo, ainda, aos adversários, que não perguntem se ele vai cumprir os 
quatro anos de mandato. ele vai dizer que sim de novo. e não vai cumprir
 de novo.

 
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