Existem por ai muitas teorias de conspiração. Vejam por exemplo essa lista que encontrei hoje que, por ser recheada de devaneios tão descabidos, não pode ser levada a sério.
Mas existem outras teorias que vão sendo montadas ao longo do tempo, recebendo a cada dia mais um detalhe que aos poucos vão dando ares de verdade e, a respeito delas, as discussões parecem não ter fim.
Encontrei hoje uma que eu não conhecia. Se você ler aqui poderá ficar sabendo que Lennon fez um pacto com aquele-que-não-se-diz-o-nome a fim de que sua banda, The Beatles fosse a mais extraordinária história de sucesso jamais conhecida. E para sustentar essa tese o autor do texto cita em especial a tão polemica teoria de que Paul McCartney teria sido morto em um acidente de moto e a partir de então um sósia teria sido colocado em seu lugar.
Reconheço que o texto está bem escrito e que pode ser tomado como uma boa peça a respeito da história da banda. Mas já que tanto se teoriza e se fala sobre o sucesso dos quatro cabeludos de Liverpool eu também me julgo no direito de explicar o êxito planetário e já cinqüentenário desses gênios musicais.
Antes quero dizer que julgo a idéia da venda da alma para aquele-que-não-se-diz-o-nome insustentável como explicação do sucesso de quem quer que seja pois, segundo o próprio autor do texto, os Beatles seriam apenas uma banda mediana e igual a tantas outras que existiam naquela época e então eu pergunto: qual a mecânica desse tal contrato que faria com que todos os ouvintes da banda ao redor do mundo gostassem de suas músicas e não as das outras bandas? A cada audição dos moços de Liverpool viria um anjo daquele-que-não-se-diz-o-nome a cochichar no ouvido do vivente, dizendo: esses são bons, esses são bons... e tanto repetiriam até convencer o dono do ouvido a transformar-se em um beatlemaniaco? Não creio...
E mais que isso há que se lembrar que as obras musicais dos Beatles equiparam-se a tantas outras obras produzidas pela genialidade humana não só na área da música e nas artes em geral mas em outras áreas do conhecimento humano. Beethoven e Sabin. Mozart e Bill Gates. Chico Buarque, Michelangelo e Santos Dumont. Todas essas pessoas serão lembradas para sempre por suas contribuições geniais para a humanidade. E não é crível pensar que todos eles e os outros milhares de criadores de obras-primas tenham feito algum tipo de acordo com aquele-que-não-se-diz-o-nome.
Não sou do tipo de beatlemaniaco que vive escarafunchando detalhes técnicos das musicas, ou detalhes da biografia dos Fab4. Já tive a coleção completa dos vinis desses moços, mas que aos poucos se desfez por circunstancias diversas. Depois quando surgiram os CDs tentei refazer a coleção mas também sem sucesso. Hoje tenho toda essa coleção em MP3 mesmo, a remasterizada. Fora isso tenho dois livros: o Anthology que foi livro antes de virar um box de seis dvds, e um livro com a ficha técnica de todos os álbuns beatle lançados no Brasil e no mundo. Esse livro eu consulto vez ou outra para me ajudar a publicar musicas aqui no Saúva. E tenho três camisetas devidamente ornadas com as capas de: O Reis do Iê-Iê-Iê, Rubber Soul e Sargeant Peppers. Aviso importante: não os divinizo. E dessa mesma forma também não poderia demonizá-los.
Essa é toda a minha identificação externa de beatlameniaco. O resto eu tenho no meu coração. Toda a minha identidade com essa - para mim - incrível banda, está em meu coração.
Pois a minha teoria para explicar tudo isso é o amor, muito longe, portanto, daquele-que-não-se-diz-o-nome. Vejo-os, todos os quatro, como grandes amigos, amigos verdadeiros que se amaram muito e que, durante um tempo em suas vidas, conseguiram expressar essa amizade através da música. Pois para fazer música do jeito que eles fizeram precisa ter muito amor. Divergências, ciumeiras, egos, mercantilismo e grana, tudo isso faz parte da convivência e não servem para mim, de modo algum, como elementos para explicar o fim da banda. Acabou por que acabou. E para mim acabou apenas a pessoa jurídica chamada The Beatles. Dentro de mim continua existindo a pessoa amorosa, poética, inspiradora de tantos sonhos e que de uma porção de jeitos serve para me fazer levar a vida. Digo que até agora atravessei algo em torno de 80% de minha vida embalado pela musica desses moços que, digam o que quiserem dizer, despertam em mim todas as vezes que eu as ouço emoções idênticas as que sinto quando algo toca minha alma. É isso: quando ouço suas músicas não “perco meu tempo” a pensar em quem toca a base, ou a guitarra, ou o piano, ou de quem é o vocal. Eu as ouço apenas. E deixo-as penetrarem em minha alma.
Fiquem em paz,
Jonas
" Jude, pegue uma canção ruim e faça-a melhor"
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