Reproduzo artigo do Kotscho ( Ricardo ) a respeito de um dos muito preconceitos existentes entre nós que, como monstros adormecidos no fundo da lagoa, de repente despertam.
Bem no dia em que voltei a São Paulo, depois de uma breve temporada em Sorocaba para perder peso e criar vergonha, leio com espanto no jornal que cinco professoras foram reprovadas em exame médico para dar aulas em escolas estaduais porque estão gordas.
Sei que na nova língua do políticamente correto mudou o nome das coisas, e gordo agora virou obeso, como se isto mudasse algo, mas o fato é que, segundo a notícia da Folha, se eu tivesse que ganhar a vida como professor, também estaria vetado.
Só espero que também não proibam os carecas e os sexagenários de exercer o ofício de jornalista. Falando sério: quem foi que inventou este critério para o Departamento de Perícias Médicas de São Paulo poder vetar professores gordos já aprovados em todas as fases anteriores do concurso para o magistério estadual?
Lembro-me que alguns dos meus melhores professores eram mais gordos do que eu.
“Ouvi do médico que eu estava deformando meu corpo e que teria problemas de saúde no futuro. Não tinha uma alteração nos 15 exames que fiz”, disse a professora Andréia Pereira à repórter Talita Bedinelli.
Outra professora, Fátima Fernandes, garante: “Nunca peguei licença por causa do peso, nunca tive problema de saúde”. Para a Secretaria de Gestão Pública, que é responsável pela perícia, “há casos em que a obesidade pode ser considerada doença, segundo os padrões da OMS (Organização Mundial de Saúde)”.
Se assim é, que providências foram tomadas pelo Estado para dar assistência médica às professoras que não poderão dar aulas porque a perícia as considerou “inaptas”?
Sem conseguir o emprego, como elas farão para pagar o tratamento? Não seria mais humano contratá-las, já que foram aprovadas no concurso, e o Estado precisa de professores, para em seguida encaminhá-las a um hospital público que trata de obesidade e assim possam cuidar da saúde?
Esta história me fez lembrar um caso parecido que aconteceu comigo quando era editor de um grande jornal paulistano. Queria contratar um repórter muito bom, tinha a verba, mas ele foi vetado no exame médico da empresa. Motivo: seus dentes encontravam-se em péssimo estado.
De fato, o médico tinha razão, mas argumentei com ele que o sujeito era ótimo profissional e só poderia cuidar dos dentes se fosse contratado, já que estava desempregado, sem grana. O médico acabou concordando e o tal repórter, com dentes bem cuidados, continua trabalhando até hoje nas principais redações do país.
Bem que o Departamento de Perícias Médicas de São Paulo poderia seguir este exemplo.
Sei que na nova língua do políticamente correto mudou o nome das coisas, e gordo agora virou obeso, como se isto mudasse algo, mas o fato é que, segundo a notícia da Folha, se eu tivesse que ganhar a vida como professor, também estaria vetado.
Só espero que também não proibam os carecas e os sexagenários de exercer o ofício de jornalista. Falando sério: quem foi que inventou este critério para o Departamento de Perícias Médicas de São Paulo poder vetar professores gordos já aprovados em todas as fases anteriores do concurso para o magistério estadual?
Lembro-me que alguns dos meus melhores professores eram mais gordos do que eu.
“Ouvi do médico que eu estava deformando meu corpo e que teria problemas de saúde no futuro. Não tinha uma alteração nos 15 exames que fiz”, disse a professora Andréia Pereira à repórter Talita Bedinelli.
Outra professora, Fátima Fernandes, garante: “Nunca peguei licença por causa do peso, nunca tive problema de saúde”. Para a Secretaria de Gestão Pública, que é responsável pela perícia, “há casos em que a obesidade pode ser considerada doença, segundo os padrões da OMS (Organização Mundial de Saúde)”.
Se assim é, que providências foram tomadas pelo Estado para dar assistência médica às professoras que não poderão dar aulas porque a perícia as considerou “inaptas”?
Sem conseguir o emprego, como elas farão para pagar o tratamento? Não seria mais humano contratá-las, já que foram aprovadas no concurso, e o Estado precisa de professores, para em seguida encaminhá-las a um hospital público que trata de obesidade e assim possam cuidar da saúde?
Esta história me fez lembrar um caso parecido que aconteceu comigo quando era editor de um grande jornal paulistano. Queria contratar um repórter muito bom, tinha a verba, mas ele foi vetado no exame médico da empresa. Motivo: seus dentes encontravam-se em péssimo estado.
De fato, o médico tinha razão, mas argumentei com ele que o sujeito era ótimo profissional e só poderia cuidar dos dentes se fosse contratado, já que estava desempregado, sem grana. O médico acabou concordando e o tal repórter, com dentes bem cuidados, continua trabalhando até hoje nas principais redações do país.
Bem que o Departamento de Perícias Médicas de São Paulo poderia seguir este exemplo.
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