terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Revisão da Lei da Anistia.

Temos lido a respeito de um abacaxi posto sob a mesa  do Presidente , para ser descascado quando este voltar das férias. Trata-se de uma revisão da Lei de Anistia da Revolução de 1964, e que tem desagradado troianos e agradado gregos ou é ao contrário não sei bem.

Não sei nada sobre isso. Quando a tal Revolução de 1964 aconteceu eu ainda era um guri e quando veio a reabertura eu tinha acabado de entrar na fase adulta.

Mas sei que ditaduras não são boa coisa, pois se fossem não haveria a repressão à liberdade de opinião ou melhor dizendo liberdade do contraditório.

E agora discuti-se aprofundar as investigações para punir responsáveis por prisões arbitrárias, torturas e assassinatos e isso de um lado do balcão, por que no outro tem também os guerrilheiros e umas histórias de violencia meio nebulosas e duvidosas.

Mas deixemos isso para os que tem estomago. Eles que achem soluções e que tenham a coragem de contar a história como de fato se passou. Se houver interesse em continuar mentindo e censurando é bom nem começar.

Para mim o que parece ser o maior prejuizo - e isso não tem investigação que dê jeito de punir os responsáveis - são as cicatrizes deixadas na intelectualidade do povo brasileiro.

A censura, as fronteiras fechadas, a centralização do poder, o pouco zelo pela educação, tudo isso colocou-nos, a todos nós, a margem do crescimento mais importante: o crescimento humano e o crescimento do conhecimento.

Só pra ficarmos numa coisa bem recente e que todos se lembram: Collor chamou nossos carros de carroças.

Isso tem um significado enorme quando a gente pensa que todo desenvolvimento tecnológico colocado a serviço da industria automotiva no mundo todo não chegava até nós cidadãos comuns. E assim foi em todas as areas do conhecimento humano. Medicina, agricultura, ciencia, meteorologia, educação, infra-estrutura...

Coloque-se a área humana que se quiser colocar e ao compararmos com  outros paises veremos que em nada ou quase nada o Brasil contribuiu com sua gente para ajudar a roda do mundo girar. E muito menos sua gente foi beneficiada com o avanço tecnológido do mundo todo.

Mas a ferida mais profunda que ainda levará muito tempo para sumir da pele e portanto da lembrança de nossa gente é a indiferença causada pela censura. A censura praticada sistematicamente tem o dom maligno de tornar a fome pelo saber como algo adormecido pela inanição: não é mais sentida.


Exceto futebol, novela e pagode quase nada anda na ponta da nossa lingua A nossa incapacidade de reação e de indignação diante dos descalabros nacionais só pode ser fruto da massacrante centralização e da exacerbação do poder central, que enfraqueceu-nos como individuos.

Que revejam mesmo a tal Lei da Anistia e que tragam para nós os resultados verdadeiros das investigações. E quem sabe ao menos nossos netos possam retomar o caminho do qual nos desviamos já tem décadas, e que passa por uma cidadania consciente, atuante e exigente. Enriquecedora da vida humana.

Fiquem em paz.

Jonas

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