Quando acontecem tragédias tão gigantescas como o terremoto do Haiti ou as enchentes aqui pelo Brasil e que representam perdas de vidas valiosíssimas, ou mesmo quando nas tragédias pessoais, quando nossos amores são vitimas de violência, quando nossos semelhantes se agridem entre si e sem razão, é comum nos perguntarmos se Deus existe.
Duvidamos mesmo da existência e da presença de um Deus a respeito do qual aprendemos que é dele que nos vem as proteções, as graças e bênçãos.
Onde está Deus? Que Deus é esse que permite que tantas vidas sejam ceifadas tão estupidamente?
Esta última tragédia - a do Haiti - e que nos levou Zilda Arns, tem um simbolismo que talvez possa nos dar a resposta consoladora para esse nossa aflição e essa sensação de orfandade divina.
Zilda Arns propôs dedicar sua vida de maneira singela, doce, a cuidar da vida de nossas crianças pobres com mães idem.
Debruçou-se primeiro sobre as vilas e favelas do Paraná e em seguida nas de todo o Brasil e na medida em que seus sonhos e projetos se agigantavam não desanimou. Não sei, sei lá se alguém sabe, se ela tinha idéia do tamanho real da miséria, da pobreza no Brasil e no mundo.
Mas o seu trabalho foi atingindo proporções que pode ser que ela nem esperasse. Pode ser que suas contas iniciais sobre quantas vidas salvar tenham sido superadas de longe. Mas a dra Zilda continuou firme diante de um trabalho de proporções que só no Brasil chega perto de dar assistência à 2.000.000 de crianças. Não é pouco.
E suas mãos, seu intelecto, sua disponibilidade passaram a ser exigidos em outros países. Já com renome internacional não havia mais como evitar os chamados dos miseráveis do mundo todo.
É de se imaginar que dra Zilda já pudesse contratar representantes, profissionais gabaritados e de sua confiança que pudessem ir em seu lugar para divulgar e implantar a simplicidade de seu trabalho em prol do resgate da vida de tantos pequeninos.
Mas não. Dra Zilda em pessoa deslocava-se indo ao encontro dos que precisavam ouvir suas lições, sua orientações.
Detalhe: ninguém, nem mesmo sua família, sabia que por esses dias terríveis ela estava no Haiti. Deslocou-se em silencio indo ao encontro dos que precisavam dela.
Quem sabe dra Zilda descobriu Deus para nós. Quem sabe não nos cabe mais perguntar, exigir, clamar, reclamar a presença de Deus em nossas vidas. Quem sabe a presença de Deus em nós já está manifestada quando nos dedicamos a fazer o bem. Quem sabe a tarefa de realizar pequenos milagres para todos é nossa e não de Deus ou de outra pessoa
Quem sabe se nós não estamos tão acostumados e assim como achamos que podemos atribuir a Deus o pesadíssimo fardo de nos cuidar e de nos guiar, também não vivemos esperando que outros também façam o mesmo, e se não fazem dizemos que não existem.
Cada um de nós deve fazer! Não somos Zildas, Gandhis, Luther Kings, Lennons, mas podemos cada um do seu jeito, seja com palavras ou com gestos realizar pequenos milagres para os outros. Mas é preciso deixar a passividade de lado. É preciso assumir responsabilidades e deixar de esperar que os outros façam.
E nos perguntarmos: e eu faço o sol brilhar? E eu faço o bem? E eu mostro a presença de Deus na vida de alguém? E eu vou ao encontro do brilho do sol? Ou fico do lado escuro da vida em silencio e esperando que me façam o favor de clareá-lo? Será que eu corro atrás do amor? Ou fico esperando que ele chegue até mim?
E se fizermos isso tudo aí sim, e só assim, poderemos acreditar na inspiração divina e por ela darmos graças.
Fiquem em paz,
Jonas
acho que voce tem razao
ResponderExcluirtoda vez que alguem morre sinto ar de culpada...
Ô Gigi fica assim não, uma coisa é sentir a falta de alguém outra é sentir culpa..
ResponderExcluirVoce não tem culpa de nada...
Beijos do vovô.